Enquanto Lula discursava em manifesto em defesa da PETROBRAS, a agência de avaliação de risco MOODY’S, abaixava a nota da estatal

Enquanto Lula discursava em manifesto em defesa da PETROBRAS, a agência de avaliação de risco MOODY’S, abaixava a nota da estatal

Por David Ribeiro Jr.

Quando a gente pensa que a coisa tá ruim, eis que o governo do PT, com o seu talento pra lá de transcendental para fazer bagunça, consegue piorar ainda mais. … Bem, por que da minha introdução? Explico: na terça-feira, no mesmo dia em que o ex-presidente Lula participou de um manifesto intitulado “em defesa da PETROBRAS” e acusou a oposição de estar mancomunada com a imprensa golpista para difamar a PETROBRAS (leia mais aqui), a agência de risco Moody’s, uma das mais sérias e mais respeitadas do mundo, baixou a classificação da PETROBRAS em dois níveis no relatório que apresenta periodicamente aos seus clientes.

Enquanto Lula chamava a imprensa de golpista por denunciar os demandos na PETROBRAS, a agência de avaliação de risco Moody's rebaixava a classificação da estatal brasileira para receber investimentos
Enquanto Lula chamava a imprensa de golpista por denunciar os demandos na PETROBRAS, a agência de avaliação de risco Moody’s rebaixava a classificação da estatal brasileira para receber investimentos

Na verdade, o rebaixamento até já era esperado. Embora tenha tentado de tudo para dissuadir a Moody’s a não fazer o rebaixamento agora, neste momento (o PT ainda pensa que todo mundo é passível de se corromper), esperava-se que a PETROBRAS caísse um nível na classificação da Moody’s. Mas aí veio o golpe. Caiu dois níveis, o que tira a estatal do nível de empresa com viabilidade para investimento e a coloca no rol daquelas cujo investimento é considerado um jogo especulativo. É mais ou menos como se a Moody’s estivesse dizendo assim para os seus clientes. “É arriscado investir na estatal brasileira neste momento. Nós não aconselhamos tal procedimento. Que a PETROBRAS pode voltar a se tornar uma empresa viável, sim, pode. Mas é melhor esperar que isso ocorra”.

Ações despencam na bolsa

Como não poderia ser mesmo diferente depois dessa notícia catastrófica para o mercado brasileiro, as ações da PETROBRAS abriram em forte queda nesta quarta-feira, 25. Com apenas quinze minutos de operação do mercado, as ações preferenciais (PN, sem direito a voto no Conselho) da estatal já caíam 6,5%, enquanto as ordinárias (ON, com direito a voto) recuavam 6%. No mesmo momento o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores do país, perdia 1,3%. Por volta de 11h45, os papéis PN e ON ainda derretiam: 6,49% (9,22 reais cada) e 6,06% (9,15 reais), respectivamente, depois de chegarem a cair mais de 7% no meio da manhã. O Ibovespa recuava 1,19% (51.256 pontos) no mesmo horário.

O rating da dívida em moeda estrangeira da Petrobras foi rebaixado em dois degraus, passando de Baa3, que é a última nota da escala da Moody’s considerada grau de investimento, para Ba2. Além disso, a Moody’s manteve a classificação da estatal em revisão para novo rebaixamento.

A Moody’s foi a primeira das três grandes agências de risco a cortar o rating da Petrobras para o nível especulativo (junk). Fitch e Standard & Poor’s avaliam a estatal atualmente como “BBB-”, no piso do nível de grau de investimento. Mas a Fitch colocou essa classificação em observação negativa, o que significa que um rebaixamento é possível nos próximos meses.

Um segundo corte para junk pode ter um impacto significativo sobre títulos e ações da Petrobras, uma vez que muitos gestores de fundos só podem investir em empresas que são classificadas como grau de investimento por pelo menos duas agências de risco.

Dilma, a sem-noção

Diante da atitude da Moody’s, o ex-presidente Lula, que acusou golpe mais cedo, se calou. Dizer mais o quê? Já a presidente Dilma, ainda mais tendo em vista a quase certeza de que pelo menos outras duas importantes agências internacionais de avaliação de risco seguirão na mesma direção nas próximas semanas, na condição de presidenta da República foi a público manifestar a sua insatisfação para com a atitude da Moody’s. A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira (25) em Feira de Santana (BA) que o rebaixamento da nota de risco da Petrobras pela agência Moody´s é uma “falta de conhecimento” do que está acontecendo na estatal. A presidente foi questionada por jornalistas sobre o assunto após participar de um evento de entrega de moradias do programa Minha Casa Minha Vida. E aí se saiu com essa pérola:

Uma falta de conhecimento do que está acontecendo na Petrobras. Não tenho dúvida que ela (a PETROBRAS) vai ser uma empresa com grande capacidade de se recuperar disso, sem grandes consequências”, afirmou a presidente.

A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira (25) em Feira de Santana (BA) que o rebaixamento da nota de risco da Petrobras pela agência Moody´s é uma “falta de conhecimento” do que está acontecendo na estatal. E a presidente está certa. É um falta de conhecimento porque ninguém sabe de fato o que ocorre na empresa, uma vez que a diretoria se nega a divulgar um balanço minimamente razoável
A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira (25) em Feira de Santana (BA) que o rebaixamento da nota de risco da Petrobras pela agência Moody´s é uma “falta de conhecimento” do que está acontecendo na estatal. E a presidente está certa. É um falta de conhecimento porque ninguém sabe de fato o que ocorre na empresa, uma vez que a diretoria se nega a divulgar um balanço minimamente razoável

Que coisa! Quem está cuidando da, vá lá, “comunicação” da governanta? A presidente vir a público para acusar “falta de conhecimento” da Moody’s quando a estatal não consegue nem fechar o seu balanço é piada involuntária, não é mesmo? Aliás, ela não costuma se dar conta das pilhérias que diz. Como pode acusar a agência de “falta de conhecimento” se o rebaixamento se dá, entre outros motivos, porque nem a Moody’s nem ninguém conhecem o balanço da empresa?

É… o governo do PT é mesmo de doer!

(com informações de G1 e VEJA.com)



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