Há alguns dias se discutia o “volta às aulas” em Teófilo Otoni. Hoje só pensamos em sobreviver

Há alguns dias se discutia o “volta às aulas” em Teófilo Otoni. Hoje só pensamos em sobreviver

— Por David Ribeiro Jr. —
TEÓFILO OTONI

Que tempos curiosos esses em que vivemos! No último dia 26 de fevereiro, sexta-feira, houve uma carreata pelo centro da Cidade pedindo o retorno das aulas à Rede Municipal de Ensino de Teófilo Otoni. Veja o vídeo publicado no canal do portal Voxvales no Youtube:

Bem… que fique claro: Não estou aqui discutindo a legitimidade da reivindicação. É legítima, sim. Eu também tenho um filho matriculado na Rede Municipal e sei da dificuldade que tem sido formar nele o hábito de estudar pela internet. Contudo, legitimidade à parte, entendo que estamos vivendo tempos curiosos, pra dizer o mínimo. Uma semana depois daquela carreata o número de casos explodiu em Minas Gerais e, em Teófilo Otoni, não foi diferente.

Os diretores de hospitais de nossa cidade têm se manifestado de forma frequente para deixar claro que já não há mais como atender. A rede está simplesmente sobrecarregada e operando no limite máximo. Chegamos naquela condição que foi anunciada desde o ano passado de que não haveria mais leitos — mesmo para as pessoas queiram pagar caro para se internarem.

Não há mais leitos. Ponto final. É o tão anunciado colapso.

E o que isso tem a ver com o “volta às aulas”?

Respondo: Talvez por causa dos discursos inflamados de autoridades constituídas no Brasil (e entre elas o presidente da República, Jair Bolsonaro) nos acostumamos a ouvir o tempo todo que as crianças são mais resistentes à doença. O problema é que isso é apenas uma meia-verdade. As crianças podem até ser mais resistentes à manifestação da doença, mas não a se contaminarem com o vírus. E uma vez que essas crianças contraiam o vírus, elas podem, sim, mesmo não estando doentes, transmiti-lo para os seus pais, irmãos, avós e outras pessoas que não são tão resistentes assim.

A lógica é a mesma para os jovens. Nos acostumamos a dizer que os jovens são mais resistentes. E, com isso, do Carnaval para cá os bares começaram a ficar cada dia mais cheios, lotados mesmo, e as autoridades tiveram que coibir esses abusos e exageros porque, indiscutivelmente, eles, os jovens, estão transmitindo a doença para os seus familiares. E, detalhe: Não sou contra a abertura dos bares. Eu sei da enorme importância do funcionamento desses estabelecimentos para as pessoas que ali trabalham. Mas que houve exageros, houve, sim. Isso é inegável. E nem estou dizendo que foram os donos dos bares que exageraram. Eles orientam, pedem que os frequentadores sigam os protocolos… mas a verdade é que depois de umas boas doses de álcool na veia, algumas pessoas perdem os freios. E o coronavírus agradece.

Agora voltando à Educação, quero dar eco ao que disse ontem o famoso médico Dr. Frederico Porto, que é psiquiatra e nutrólogo (um dos mais famosos e reconhecidos do país em sua área de atuação), e que é filho da querida dona Edna Porto (de Teófilo Otoni) com o médico Lair Ribeiro. Em suas redes o Dr. Frederico comentou que “mais importante do que dizer que por enquanto ainda não dá para voltar às aulas é começar a discutir e planejar COMO voltar às aulas para que esses alunos não fiquem prejudicados em seu processo educacional”. Acertou em cheio no comentário.

E, no caso de Teófilo Otoni, eu até que gostaria de ouvir a Secretaria Municipal de Educação sobre como está o processo.

E você? Como vê essa questão? Deixe aí nos comentários.

E, como eu sempre digo: Quem viver, verá!

Por David Ribeiro Jr.

David Ribeiro Jr. é editor-chefe do Portal minasreporter.com

E-mail: davidsanthar@hotmail.com



Deixe seu comentário

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie.