“Como reconstruir um país devastado pela corrupção?”, por Márcio Barbosa dos Reis

“Como reconstruir um país devastado pela corrupção?”, por Márcio Barbosa dos Reis

“Cada um de nós deve assumir o protagonismo da nossa história e de nosso país”

Márcio Barbosa dos Reis é membro da Academia de Letras de Teófilo Otoni e auditor fiscal da Receita Estadual

Por Márcio Barbosa dos Reis

Quando uma catástrofe, seja natural ou provocada, se abate sobre uma região, o sentimento de solidariedade é tão intenso que as pessoas se mobilizam, prestam apoio recíproco, oferecem ajuda, conseguem força e esperanças para superar o fenômeno.

Entretanto, a experiência e a literatura históricas não são ricas em apresentar soluções para uma região, quanto mais um país, que tenham sido devastados pela corrupção.

O filósofo suíço do século XVIII, Jean Jacques Rousseau, disse: “As revoluções fazem no povo o mesmo que determinadas crises fazem nos indivíduos, em que o horror do passado substitui o esquecimento, e o Estado, incendiado pelas guerras civis, renasce por assim dizer das cinzas e readquire o vigor da juventude, saindo dos braços da morte. Foi assim Esparta no tempo de Licurgo; foi assim Roma após os Tarquínios; e foram assim, entre nós, a Holanda e a Suíça, depois da expulsão dos tiranos.”

Os sentimentos que a corrupção desperta no povo são os piores possíveis: desânimo, desesperança, desconfiança, frustração e quiçá o desejo de se permear pelos mesmos caminhos.

Os maus exemplos dos concidadãos são mais atraentes que os bons, resistir-lhes exige uma formação de caráter e uma personalidade fortes e retos.

Como não se indignar quando você é assaltado? Você vê que com o seu trabalho honesto, se ainda o tem, mal consegue suprir as suas necessidades básicas, enquanto por outro lado, os maus governantes, que deveriam cuidar do bem-estar geral, tratam de legislar e administrar em benefício de seletos grupos econômicos, cumulando com pesados sacrifícios aos demais, comuns e desassistidos, administrados.

A formação da nação brasileira não constituiu um povo. O jeitinho brasileiro desde o reinado até os dias atuais faz prosperar a solução individual, e não a geral.

A solução não é simples, não imagino, inclusive, se existe uma. Tudo o que eu sei é que de alguma forma será preciso resistir à atual crise, e, cada um de nós deve assumir o protagonismo da nossa história e de nosso país.

Retornando à fala de Rousseau: “Força não faz direito, e que não se é obrigado a obedecer senão às autoridades legítimas”, reflita: será que nossas autoridades são legítimas? Hoje, mais que ontem é necessário unir esforços para frear a crise e a oportunidade para a adotar um novo paradigma comportamental brasileiro.

Márcio Barbosa dos Reis
Membro da Academia de Letras de Teófilo Otoni e auditor fiscal da Receita Estadual.
E-mail: marciobareis@outlook.com

………………………………………….

NOTA: artigos publicados com assinatura não traduzem, necessariamente, a opinião dos editores do minasreporter.com. Sua publicação visa demonstrar pleno respeito à liberdade de expressão e tem o propósito de incentivar o debate dos problemas humanos e evidenciar a diversidade de opiniões no mundo contemporâneo.



Deixe seu comentário

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie.