Romeu Zema prevê prazo de dois anos para regularizar folha de pagamento e repasses às prefeituras

Romeu Zema prevê prazo de dois anos para regularizar folha de pagamento e repasses às prefeituras

“À medida que a situação financeira do Estado melhorar, o funcionalismo vai receber com menos atraso e, com as prefeituras ocorrerá a mesma coisa”, diz o governador eleito Romeu Zema (foto: Facebook | Reprodução)

Em entrevista à repórter Edilene Lopes, da Rádio Itatiaia, o novo governador eleito de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) afirmou que o parcelamento dos salários dos servidores pode permanecer por até mais dois anos, e que tudo dependerá das ações do Governo Federal e dos acertos feitos com a Assembleia Legislativa (ALMG). De acordo com Zema, esse prazo pode diminuir um pouco, ou até mesmo se estender um pouco mais a depender do que vier a ocorrer daqui para frente. Durante a entrevista o governador eleito ainda comentou a questão do 13º Salário (que não tem certeza se o atual governo pagará, e a sua previsão de regularizar os repasses das prefeituras, que hoje estão atrasados.

O minasreporter.com reproduz, a seguir, a entrevista concedida pelo governador eleito, tomando o cuidado apenas de adaptar a linguagem falada — uma vez que a entrevista foi concedida a uma rádio — para a linguagem escrita, mas respeitando-se fielmente a essência das perguntas elaboradas, e também da fala do governador eleito. Acompanhe a entrevista a seguir:

Qual a sua previsão de regularização das contas públicas para poder pagar os servidores em dia, e em um único pagamento?

A previsão nossa é de cerca de dois anos. Pode ser que mude alguma coisa dependendo das medidas econômicas que o Governo Federal vier a adotar, e também do que a Assembleia (Legislativa) Estadual aqui em Minas fizer com relação ao nosso plano de governo… tudo pode ser adiantado ou postergado.

Durante a campanha, o senhor disse que o seu secretariado seria escolhido por processo seletivo. Como será isso?

Eu diria que terá de tudo. Terá funcionário de carreira; vai ter empresário; profissionais liberais; talvez até algum político que tenha exercido um cargo e apresentou um bom desempenho… Então o que vai pesar, e temos que deixar isso bem claro, é o empenho e o histórico que a pessoa tem na função e na área específica.

O(a) secretário(a) terá de abrir mão do salário, assim como o senhor deve fazer? Ou ele(a) deverá receber, mas depois de todos os outros servidores já terem recebido?

Nós registramos um documento em cartório em que eu, o vice (Paulo Brant) e também os secretários estaríamos abrindo mão de recebermos os salários enquanto o funcionalismo público estiver recebendo atrasado. E, como eu tenho dito, há muitas pessoas hoje que já têm uma vida estável e têm condições de contribuir de forma voluntária; lembrando, também, que muitas dessas pessoas que vamos trazer para o secretariado já têm assento no conselho de alguma empresa onde eles já têm remuneração garantida. Eles terão que estar algumas horas a cada 60 dias numa reunião de alguma dessas empresas, mas nada que atrapalhe a função que eles exercerão no Governo. São pessoas muito qualificadas que já recebem essa remuneração devido a algumas atribuições que já exercem.

O senhor se refere a conselhos de empresas privadas ou de empresas mistas, como é o caso da Cemig e Copasa, por exemplo?

De ambas. Há pessoas que integram os quadros de conselhos de empresas privadas e também de empresas mistas. Essas pessoas já têm essa remuneração porque são altamente qualificadas e, por isso, dedicam algumas poucas horas por mês, e são remuneradas de forma muito adequada para estarem nesses conselhos.

Em quanto tempo o senhor prevê a regularização dos repasses para as prefeituras?

Vai cair naquela mesma medida dos dois anos. À medida que a situação financeira do Estado melhorar, o funcionalismo vai receber com menos atraso e, com as prefeituras ocorrerá a mesma coisa…

Então ainda não há uma previsão exata?

Não. Ainda não. O dinheiro vem todo do mesmo lugar; é um caixa único.

Se o governo atual não conseguir pagar o 13º para os servidores, o senhor vai arcar com isso no início da nova gestão ou vai deixar para depois? Como será?

Eu terei, durante esta fase de transição, de me inteirar dessa situação junto ao atual secretário da Fazenda para poder apresentar uma posição mais definida. Até o momento nós ainda não tivemos acesso a como está esta questão.

Quem vai assumir o SERVAS? E o que o senhor vai fazer com a CODEMINAS, com a COHAB, com o INDI, com a Rede Minas e com a Rádio INCONFIDÊNCIA?

Nós queremos a princípio manter tudo da forma como tem funcionado. Não queremos tomar nenhuma medida precipitada. Como eu sou divorciado, não há ninguém em vista, ainda, para estar à frente do SERVAS.

O senhor pode acabar com o SERVAS, já que pretende reduzir o número de secretarias de 21 para 9?

Tudo vai ser analisado. Se o SERVAS hoje tem custo de mais e traz resultado de menos, eu questiono a atuação deste órgão; mas se custa pouco e está trazendo resultados, será mantido.

O senhor mantém o que disse anteriormente, de reduzir o número de secretarias de 21 para 9, e de fundir as secretarias de Meio Ambiente e Agricultura, como propôs, num primeiro momento, o presidente Bolsonaro?

Caso essa fusão venha a acontecer, quero deixar claro que a estrutura do Meio Ambiente vai ficar intacta. Essa estrutura tem recebido elogios ultimamente por ter passado a agilizar a aprovação dos processos, e pode até ficar subordinada à Secretaria da Agricultura, mas o corpo técnico que está lá será mantido. O funcionamento vai ser intocável por que é uma das áreas que mais tem recebido elogios, e aquilo que está dando certo será mantido.

O senhor pretende inovar com relação ao Portal da Transparência, de modo que seja possível verificar quem recebeu quanto, qual funcionário já recebeu, que secretário recebeu antes ou depois, e quanto… Haverá uma ferramenta nova? O senhor já pensa nisso?

O que eu quero é aprimorar ao máximo a transparência. Eu quero que o mineiro saiba tudo o que é gasto dentro do Governo por que isso é um direito dele.

O senhor, durante a campanha, disse que tornaria o Palácio das Mangabeiras um Museu das Mordomias, mas agora tem dito que pode mudar de ideia…

Morar lá eu não vou; mas se realmente um museu trouxer gastos, vamos transformar em uma escola; quem sabe alguma entidade pode ir pra lá ou até fazer uma parceria público-privada e transformar lá em uma pousada, e que vai gerar receitas para o Estado. Assim alguém assume aquilo pagando “X” de aluguel por mês e se comprometendo a reformar e fazer melhorias. Desse modo, ao invés de nós gastarmos milhões por ano com a manutenção do Palácio, quem sabe teremos receita de alguns milhões por ano?!

O senhor disse que vai procurar os deputados um por um para desfazer quaisquer mal-entendidos que tenham ficado do período da campanha eleitoral. Por quê?

Eu quero deixar claro pra eles quem sou eu. Muita gente tem me visto de uma maneira como eu não sou. Eu creio que as pessoas que me conhecem têm uma impressão melhor do que a impressão deixada pela forma como o adversário tem me pintado.

O que as pessoas têm achado do senhor, e que o senhor não é?

Alguns têm achado que sou uma pessoa intransigente. E, muito pelo contrário, eu sempre fui aberto ao diálogo; sempre gostei de tomar decisões escutando as outras pessoas. Não me considero dono da verdade e também não me considero salvador da pátria. Então, eu quero deixar muito claro para todos os deputados essa postura minha, e quero também deixar claro para eles que nós vamos precisar unir forças para poder tirar Minas Gerais dessa situação tão precária.

Quando começa a transição do atual governo para o seu governo?

Nós vamos querer colocar, com certeza, nossa equipe de transição. Ela será composta por alguns secretários que vierem a ser selecionados para que eles já possam ir se inteirando da situação das áreas a qual estarão responsáveis.



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