“Direita e esquerda, opostos de uma linha que se encontram no fechamento do círculo”, por Márcio Barbosa dos Reis

“Direita e esquerda, opostos de uma linha que se encontram no fechamento do círculo”, por Márcio Barbosa dos Reis

Márcio Barbosa dos Reis é membro da Academia de Letras de Teófilo Otoni e auditor fiscal da Receita Estadual (foto: Sérgio Martins / SM Vídeo Produções)

A humanidade desde que se organizou em sociedade conta com uma dicotomia predominante e hegemônica interessante em relação ao poder político: a oposição e a situação.

Essa dicotomia ganhou contornos mais significativos com a introdução da ideologia de esquerda e direita, ou, socialista e capitalista. Ideia essa que gera paixões e discursos inflamados, todos bem fundamentados, por onde quer que você se socorra.

Entretanto, a história mostra que os homens, sejam de direita ou de esquerda, são constituídos da mesma matéria, não no aspecto material quanto no intelectual. A luta pelo poder baseia-se nos mais diferentes fundamentos, mas a luta pela sua manutenção em muitos fundamentos semelhantes.

Defender as aspirações do povo, prometer realizar os seus sonhos, ou garantir segurança, saúde, educação e paz, manipular a credulidade e a fé, desarticular os grupos de oposição, dominar a comunicação, são algumas das armas virtuais daqueles que detém o poder. Além de, em última análise, quando necessário, utilizar da força física para manter-se nele. Tudo isso, justificado de maneira bastante razoável,, para dar uma aparência de legalidade e legitimidade, acrescido com um requinte de heroísmo.

O fato é que o povo, eu e você, milhares de excluídos, sequer somos ouvidos e convidados a participar da gestão pública. Tão somente patrocinam uma instigação, bem planejada e massificada, através de propagandas, discursos e atitudes de seus líderes, para que uma parcela de nós se posicione de um lado, e outra parcela do outro lado, por razões meramente emocionais, seguido de brigas e discussões inúteis, e, muito ódio, com vistas a manter acesa essa prejudicial dicotomia: direita/esquerda, além de falsear uma participação popular nas decisões políticas.

O resultado dessa inteligente criação da direita e da esquerda é que uma eventual alternância do poder não constitui qualquer ganho significativo para a população; nada além de algumas medidas paliativas para a drástica e miserável trajetória de bilhões de pessoas, de modo a consolar, neutralizar e reacender nelas uma promessa de melhoria de vida, que só através de muita luta e uma pitada de sorte se concretizará, para poucos.

A denominação de direita e esquerda, situação e oposição, corta-goela e fura-nuca, chimango e maragato, udenista e pessedista, coxinhas e mortadelas, e outras tantas, é um mero atributo incorporado ao imaginário popular que, em relação aos seus líderes, não passa de opostos de uma mesma linha, que se encontram, quando o círculo se fecha, no poder.

Em suma, as elites da oposição ou da situação, da direita ou da esquerda são apenas duas faces de uma mesma moeda!

Márcio Barbosa dos Reis

Membro da Academia de Letras de Teófilo Otoni e auditor fiscal da Receita Estadual

E-mail: marciobareis@outlook.com

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