Surto de febre amarela já é o mais mortal da história em Minas Gerais

Surto de febre amarela já é o mais mortal da história em Minas Gerais

Boletim divulgado pelo estado aponta 61 mortes entre 164 casos confirmados, contra 59 óbitos em 167 diagnósticos na mesma data no ano passado. Metade dos doentes está na Grande BH

(Foto: Arte EM)

O atual surto de febre amarela em Minas Gerais já é mais letal que o da temporada 2016/2017 da doença, até então considerado o pior já registrado pelo Ministério da Saúde. Dados divulgados ontem pela Secretaria de Estado de Saúde (SES/MG) mostram que já são 61 mortes em decorrência da virose em seu tipo silvestre e 164 casos confirmados – praticamente 50% deles na Região Metropolitana de BH. A taxa de letalidade também é maior que a do mesmo período da temporada passada, quando, em 6 de fevereiro, o estado divulgou que 59 pessoas haviam perdido a vida. Na época, eram 167 diagnósticos confirmados. A preocupação maior na atual temporada é com o Sul e o Nordeste do estado, onde há municípios com baixa taxa de vacinação.

O período 2016/2017 terminou em junho do ano passado com números alarmantes. Foram 475 casos confirmados e um total de 162 mortes. Em 6 de fevereiro do ano passado, 852 notificações da febre amarela já tinham sido registradas. Além dos 59 óbitos confirmados, o estado investigava outros 138. Os dados divulgados ontem pela SES mostram que a taxa de letalidade está ligeiramente maior em 2018, atingindo 37,2%. No período anterior, nesta mesma data, era de 35,3%. O índice de infectados que morreram já foi maior no começo deste ano, chegando quase a 80%.

Ontem, o subsecretário de estado de Vigilância e Proteção à Saúde, Rodrigo Said, afirmou que a redução é fruto do trabalho integrado de vários setores da saúde. “Com a avaliação dos casos confirmados, percebe-se um resultado bastante significativo referente à redução da letalidade no estado, que inicialmente era de quase 80% e hoje é de 37,2%. Esse resultado mostra que a ação integrada desenvolvida pela Secretaria de Estado da Saúde, Fundação Ezequiel Dias (Funed), Hemominas e também em parceria com os municípios vem tendo impacto positivo na situação epidemiológica da febre amarela em Minas Gerais”, afirmou.

Ele destacou que foi alterada a definição de diagnóstico de febre amarela, o que teria ajudado a detectar a doença mais precocemente. “Antes, a definição era feita a partir de sintomas como febre, pele amarelada e sangramento. Ou seja, identificava-se o paciente de forma tardia. Hoje, um paciente sem registro e histórico vacinal que apresenta febre, dor de cabeça, vômito ou sangramento já é tratado como suspeito. Essa alteração apoiou a redução da letalidade.”
Porém, o número de 61 óbitos registrados subiu em 69,4% em relação ao boletim anterior, divulgado há uma semana. A maioria das vítimas da febre amarela em Minas Gerais, segundo a SES, são do sexo masculino (92,1% do total de casos). A média de idade das pessoas confirmadas com a doença é de 47 anos. Foram registradas mortes de moradores entre 3 e 88 anos.

Os dados da secretaria mostram um avanço da doença por Minas Gerais, com grande incidência na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Somente em 14 cidades, incluindo a capital mineira, 81 casos foram confirmados, o equivalente a 49,3% do registrado em todo o estado. Ao todo, 26 moradores da Grande BH perderam a vida devido à doença.

Mariana, na Região Central, mas que integra a Regional de Saúde de Belo Horizonte, é a cidade que concentra o maior número de casos de febre amarela. Ao todo, exames da Funed confirmaram 21 casos no município, dos quais seis não resistiram aos sintomas. O número de mortes é o mesmo que o de Nova Lima, na Grande BH, que também registrou seis óbitos, com 17 casos no total.

A capital registra seis diagnósticos confirmados, sendo que três pacientes morreram. Outra preocupação é com a Zona da Mata. Já foram confirmados casos em 22 cidades da região, totalizando 41 pessoas infectadas pela febre amarela. Do total de doentes, 20 moradores (quase 50%) não resistiram.

(Estado de Minas)



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