Paulo Henrique Coimbra: “É hora de iniciar um novo ciclo político”

Paulo Henrique Coimbra: “É hora de iniciar um novo ciclo político”

Paulo Henrique Coimbra 01Aos 32 anos, o administrador Paulo Henrique Rodrigues Coimbra, que tem graduação em Gestão Pública e bacharelado em Ciências Contábeis, já possui um importante currículo como gestor público. Foi secretário executivo do escritório da Associação dos Municípios Mineiros (AMM) em Teófilo Otoni, além de ter atuado por dois anos como gerente executivo do Consórcio Intermunicipal de Saúde Entre os Vales do Mucuri e Jequitinhonha (CIS-EVMJ), que, entre outras iniciativas, mantém, com o apoio do Governo do Estado, o Centro Viva Vida no Bairro São Jacinto. Embora nunca tenha participado ativamente da política partidária da cidade ou região, foi convidado por um grupo de amigos a se lançar pré-candidato a prefeito de Teófilo Otoni pelo PR, o Partido da República. Por entender que a cidade realmente precisa de uma nova forma de se fazer política, Paulo Henrique aceitou o desafio e há aproximadamente três semanas foi oficialmente apresentado como pré-candidato a prefeito pelo partido. Nesta semana ele conversou com o editor David Ribeiro Jr., do minasreporter.com, quando falou sobre uma série de assuntos referentes à política local. E deixou claro: “É preciso ser um novo com visão de futuro”.

Vale muito a pena acompanhar esse bate-papo bacana. Leia a seguir.

minasreporter.com — Há muito tempo que a comunidade pede por um candidato jovem. Você se propõe preencher essa lacuna?

PAULO HENRIQUE COIMBRA: Eu fui lançado há mais ou menos quinze dias como pré-candidato a prefeito pelo deputado estadual Gustavo Santana, da Família Santana, cujo irmão Bernardo até há alguns dias era titular da Secretaria de Desenvolvimento Social, a SEDS, e entendo que realmente há um processo em que se faz necessária a inserção de algo novo. É claro que eu respeito os últimos quarenta anos da política em Teófilo Otoni, as pessoas que passaram pelos mais diferentes cargos, os serviços que prestaram, as obras que fizeram… mas é hora de, efetivamente, oxigenar a política local. Nós precisamos ter um processo de inovação e de renovação em Teófilo Otoni; mas não só renovação pelo novo pura e simplesmente. O que proponho é um novo com projetos, com ideais e propostas de uma visão global do contexto que a atualidade precisa. Ou seja: é preciso ser um novo com visão de futuro. É preciso entender o que a tecnologia vem nos trazendo, as oportunidades que são lançadas, e, com isso, corrigir os vícios, pequenos e grandes, que foram se formando ao longo de todos esses anos.

minasreporter.com — Em uma recente pesquisa da Santhar/Empecom feita nos dias 10 e 11 de março a população apontou três problemas que têm que ser prioridade do próximo prefeito: Geração de emprego e renda, Saúde e Motivação, já que hoje o nosso povo perdeu a esperança. Quais são as propostas de Paulo Henrique para atender essas demandas?

PAULO HENRIQUE COIMBRA: Me permita começar pela saúde, que é uma área que me sinto muito à vontade para falar, vez que durante dois anos estive à frente da gerência do Centro Viva Vida, e ali, modestamente, implantei uma série de melhorias nos serviços. Quando assumi, havia 1.400 atendimentos mensais. No dia 31 de março, quando me licenciei, tínhamos quase 12.000 (doze mil) atendimentos mensais; e, detalhe: com o mesmo recurso e com o mesmo quadro de funcionários. O que precisamos, então, é colocar a saúde para funcionar efetivamente. É fato que existe um déficit hoje na saúde de Teófilo Otoni. Veja bem o caso dos PSFs: coloca-se lá os agentes de saúde, os enfermeiros… enfim: toda uma equipe no local, mas não se oferece a devida instrução, a devida motivação, a devida orientação para que essas pessoas possam produzir o máximo possível e da melhor maneira possível. É por isso que existe esse déficit. Depois se faz muito compromisso com a folha de pagamento para agradar algumas pessoas e se esquece de que o fator primordial é o atendimento à população. Esse recurso poderia estar sendo melhor utilizado. Por fim, na área da saúde você tem um leque gigante de oportunidades de convênios para prefeituras que não é usado aqui, sem falar nos muitos convênios disponíveis oriundos de programas estaduais e federais que poderiam ser melhor utilizados. Esse é o primeiro ponto. É assim que pretendo fazer da saúde em Teófilo Otoni uma referência, não apenas para a região, mas para todo o Estado de Minas Gerais.

minasreporter.com — Na área de emprego e renda…

PAULO HENRIQUE COIMBRA: Na área de emprego e renda proponho empreendermos ações focadas no associativismo e no cooperativismo. Precisamos detectar e fortalecer, através de pesquisas, quais são os centros de produção de cada distrito, de cada comunidade, de cada povoado e até mesmo de cada bairro para, inicialmente, fortalecermos essas associações através do associativismo e do cooperativismo. É preciso que sejamos co-financiadores desses projetos para que, por exemplo, o produtor rural tenha recursos para produzir com a melhor qualidade possível, e trazer a sua produção para dentro da cidade e abastecer o mercado. Para isso podemos usar o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que hoje tem um recurso milionário para ser utilizado. Isso pode ocorrer dentro do próprio mercado municipal e também nos supermercados. Com isso fomentaríamos a Agricultura para gerar renda na zona rural. Todo esse movimento vindo da zona rural já possibilitaria, por si só, um considerável movimento em parte da economia da área urbana também, mas não podemos parar apenas nisso. Precisamos oferecer oportunidades para que o comércio reaja à estagnação econômica. E, para tanto, apresento algumas propostas. Primeiro é preciso utilizar melhor o IPTU, o ICMS… enfim: melhorar a forma como os tributos são apresentados ao público dando às pessoas oportunidades de terem recursos e vantagens em cima disso. Para exemplificar, vou falar, primeiro, dos impostos do comerciante. Eu pretendo implantar a nota fiscal eletrônica para que o consumidor vá à loja e exija a nota fiscal para ganhar prêmios com essa atitude. A intenção é que, ao se gerar um determinado volume de notas, e evidentemente de tributos, esse consumidor tenha um percentual “X” que poderá ser inclusive abatido do seu IPTU devido. O comerciante, da mesma forma, à medida que estiver gerando mais impostos municipais, poderá buscar para si algumas contrapartidas, como a possibilidade de dedução do IPTU e de outros impostos municipais, além da possibilidade de investimentos à curto e médio prazo dentro da sua estrutura, e que também poderiam ser abatidos em alguns impostos. Enfim: são várias propostas que poderão ser benéficas para todo mundo. Além disso, precisamos adotar de uma vez por todas a tecnologia com tudo o que ela nos oferece. Hoje a tecnologia está presente em tudo. É como se ela mandasse no mundo. Então, vamos trazer para dentro da nossa cidade polos tecnológicos para os quais você não precisa de matéria prima, de recursos que a terra produz, e sim de capital humano. Vamos buscar empreender parcerias com empresas desse segmento, dar a elas todo suporte para que venham e se instalem no município de uma maneira racional, sem comprometer, obviamente, ao erário público, para que possamos gerar emprego e renda para nossa população. Este seria um outro mote das nossas propostas para Teófilo Otoni.

minasreporter.com — E quanto à questão da falta de esperança?

PAULO HENRIQUE COIMBRA: A esperança começa a surgir quando você para de vender sonhos e começa a trabalhar em cima de uma realidade. É em momentos de crise que nós podemos trazer a oportunidade para o crescimento real, tanto individual quanto da sua região. Teófilo Otoni e sua gente não podem perder de maneira nenhuma a esperança, principalmente na política. É nela que temos todo o aparato e subsídio para nos dar sustentação e possibilidade de crescimento. A partir do momento que perdermos a esperança perderemos, também, a possibilidade de crescimento. Uma coisa leva à outra. É com esse propósito em vista que coloco o meu nome à apreciação de nossa gente como pré-candidato. Eu aceito este novo desafio para que tenhamos possibilidades de enxergar mais à frente. O processo político deve ser levado à sério em todos os quesitos para que possamos transformar, de fato, e efetivamente, esse processo dentro de Teófilo Otoni. Nós somos um celeiro de criatividade e de grandes políticos, mas, ao longo dos últimos anos, estagnamos. É hora de oxigenarmos a cidade com uma nova visão que nos permita, inicialmente, fazer o básico, colocar a casa em ordem, colocar o município para andar sozinho, e a partir de aí buscar grandes avanços, novas tecnologias, quem sabe até grandes indústrias… por que não?… É preciso estudar isso dentro de um cenário possível para realmente alavancar o desenvolvimento do nosso município e nossa região.

minasreporter.com — Alguns analistas insistem que, entre os nomes já postos, quem quer que vença as eleições administrará muito mais respondendo aos interesses do seu grupo político do que pensando na cidade. Um candidato verdadeiramente novo, sem vínculos com esses grupos, teria alguma vantagem?

PAULO HENRIQUE COIMBRA: O que se pode dizer é o seguinte: No processo eleitoral algumas pessoas assumem muitos compromissos antes da eleição e, quando eleitos, não conseguem administrar por conta desses compromissos. A minha visão é diferente. Eu penso que é preciso respeitar a legislação do começo ao fim, mas trabalhar apenas dentro do que a lei permite de fato. É preciso respeitar o limite máximo de gastos permitido pelo orçamento, e também prestar contas disso à população. É para prevenir e evitar erros assim que optamos por um processo de inovação dentro de nosso partido. A primeira atitude foi a de não aceitar os chamados medalhões da política local. Tivemos a oportunidade de conversar com alguns vereadores que queriam vir para o nosso partido, mas dentro dessa nova filosofia, entendemos que era o momento de dar oportunidades para pessoas novas. Por fim, optamos por trabalhar hoje com uma equipe formada por pessoas de muita credibilidade na cidade e em toda a região, mas que nunca se envolveram com o processo político. Alguns exemplos são o Sr. Antônio Galvão, da CREDIVALE, o Dr. Fernando Silvério, o veterinário Marcos Valério, Eduardo Laender, Kau Lorentz, Renato Marten… e tantos outros que vou até parar de falar para não ser injusto com algum nome que, eventualmente, possa ficar sem ser citado. Todas essas pessoas sempre optaram por não se envolver na política partidária, mas, desta vez, abraçaram a nossa ideia e o nosso projeto porque entenderam que, efetivamente, é preciso caminhar em um processo novo na política, sem vícios, sem comprometer a máquina pública, e administrando para o povo. Entendemos que a nossa atuação deve se pautar em “ouvir para governar”. Queremos fazer, e já estamos nesta caminhada, escutando o povo e colocando em prática o que é a verdadeira democracia. É com esta proposta de administração simples, pura e eficiente que a gente se propõe a trabalhar.

minasreporter.com — Os prefeitos têm reclamado que, principalmente em cidades pequenas, as receitas estão, em média, 42% menores do que no início do mandato, em janeiro de 2013. Como contornar a falta de receita para administrar?

PAULO HENRIQUE COIMBRA: Em primeiro lugar, tem que se enxugar a máquina. Depois, tem que ter criatividade. Uma das nossas pautas, em se falando de criatividade, é otimizarmos a captação de recursos dentro do município. Depois, precisamos apelar para outros critérios, como as oportunidades que são abertas no setor de convênios, e que possibilitam trazer recursos para a cidade, mas que estão parados junto aos governos federal e estadual, e que não são utilizados hoje. A verdade é que não temos um setor eficiente de convênio em Teófilo Otoni. Por fim, temos um leque de pelo menos quinze deputados estaduais e federais que tiveram expressiva votação em nossa cidade e região, mas ninguém se dispõe em ir até esses parlamentares para cobrar efetivamente uma contrapartida pelos votos obtidos. Penso que precisamos reunir os trinta e dois municípios do entorno de Teófilo Otoni e, juntos, cobrar desses deputados que coloquem, de fato, os recursos em nossas prefeituras. É hora de iniciar um novo ciclo político. Precisamos deixar de ser curral eleitoral para partirmos para uma nova nascente eleitoral onde poderemos buscar novos nomes e novos ideais para que daqui surja nomes que terão comprometimento real com essa terra.

minasreporter.com — A sua família é muito próxima do prefeito Getúlio Neiva. Por que essa opção, agora, de se apresentar como alternativa ao nome de Getúlio?

PAULO HENRIQUE COIMBRA: Veja bem… nós temos algumas divergências de ideias. E é preciso deixar claro, também, que o pré-candidato sou eu, Paulo Henrique Coimbra, claro que abraçado por minha família, mas com autonomia e independência em relação até mesmo à minha família. A minha pré-candidatura surgiu desse grupo que mencionei nesta entrevista, pessoas que vêm acompanhando o meu trabalho e que entenderam que o meu nome, Paulo Henrique Coimbra, atende ao que a cidade precisa neste momento para voltar a crescer e a se desenvolver. Sobre a questão do rompimento com o prefeito Getúlio, é preciso que as pessoas entendam que estamos afastados do governo municipal há bastante tempo. Isso é público. Entendemos que a Administração não atendeu ao que acreditávamos e propúnhamos na campanha passada. Entendemos que a condução da Administração que começou em 2013, tendo o prefeito Getúlio como expoente, deveria ter sido de uma maneira diferente, mais otimizada, voltada a buscar mais resultados e não ser “mais do mesmo”. Cada secretaria precisa ter pelo menos três ou quatro nomes de excelência para que, em determinado momento, através da visão, e a pedido do povo, se o titular não for o ideal, houvesse a substituição sem traumas até que tivéssemos a pessoa ideal para atender as propostas da Administração, mas também os anseios do povo. Penso que fazer isso agora, já na reta final do governo, não resolve mais o problema. A impressão que se tem é que, ao se fazer essa composição agora, só está pensando na reeleição. É por isso que proponho esse rompimento, sim, para um processo novo, uma visão nova e até mesmo, pensando mais à frente, absorver as ideias dessas pessoas que estão dentro da nossa composição para que em um momento posterior possamos analisar todas as vertentes e caminhos que se desdobrarem à nossa frente para fazermos um bom governo. Além do mais, não se pode desconsiderar, neste momento, todo cenário que se forma diante do bafafá que dá conta da possibilidade de Getúlio ser, inclusive, cassado. Afinal, ele poderá ou não ser candidato? Se não puder, e se quiser se somar ao nosso projeto, estamos aqui para construir uma nova forma de se fazer política. As boas ideias que foram empreendidas pelo grupo do prefeito poderão ser, sim, aproveitadas em nossa proposta de governo, um governo voltado verdadeiramente para o povo. Aquilo que for bom para o povo, podemos absorver, incentivar e até otimizar. Mas apenas aquilo que é bom e produtivo para trabalhar a favor da população.



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