Otimista, Levy diz que recuperação é uma ‘questão de meses’

Otimista, Levy diz que recuperação é uma ‘questão de meses’

Em Madri, ministro da Fazenda também afirmou que o Brasil está preparado para enfrentar volatilidade no mercado financeiro com um possível aumento dos juros dos EUA

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, durante seminário em Madri (Susana Vera/Reuters)
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, durante seminário em Madri (Susana Vera/Reuters)

Com tom otimista, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou nesta segunda-feira, em Madri, que a economia brasileira deve sair da recessão em breve. “A recuperação é uma questão de meses, exatamente porque o governo tem tido a força de tomar as medidas necessárias a curto prazo”, disse o ministro, que participou de um seminário na capital espanhola.

A declaração contrasta com as últimas estimativas do mercado, que já projeta dois anos de PIB negativo – em 2015, de 2,06%, e em 2016, de 0,4%, segundo o último boletim Focus. Na semana passada, o próprio governo reconheceu que não conseguirá fechar as contas no próximo ano, ao encaminhar para o Congresso um orçamento com déficit de 30,5 bilhões de reais.

O ministro também afirmou que o país está preparado para lidar com um eventual aumento na taxa de juros dos Estados Unidos, que pode ser decidido em reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) neste mês. A especulação sobre a alta da taxa, que não é reajustada desde 2006, tem sido um dos fatores responsáveis pela forte valorização do dólar neste ano. Isso porque, com os indicativos de melhora da economia americana, os investidores tendem a tirar o dinheiro de países emergentes, como o Brasil, para colocar nos Estados Unidos, considerado mais seguro.

Levy, no entanto, disse que os bancos brasileiros foram bem capitalizados e têm grandes reservas cambiais. “Isso nos assegura que, mesmo se começar uma volatilidade após o início de ajustes na taxa de juro dos EUA – e haverá volatilidade, porque hoje o mercado está menos fluido e não fazemos o trabalho que costumávamos fazer para absorver os choques. No Brasil, estamos bem preparados para enfrentar esse primeiro período de volatilidade”, disse o ministro.



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