Mauricio Macri toma posse como presidente da Argentina

Mauricio Macri toma posse como presidente da Argentina

Em seu discurso no Congresso argentino, Macri afirmou que os principais objetivos de seu governo serão “a pobreza zero, derrotar o tráfico de drogas e unir todos os argentinos”

O novo presidente da Argentina, Maurício Macri, com a faixa e o bastão presidenciais
O novo presidente da Argentina, Maurício Macri, com a faixa e o bastão presidenciais

A Argentina tem oficialmente um novo presidente. Mauricio Macri, eleito em 22 de novembro, tomou posse do cargo na tarde desta quinta-feira e pôs um fim a 12 anos de hegemonia política do casal Kirchner — primeiro com Néstor, eleito em 2003, e depois com Cristina, eleita pela primeira vez em 2007. A eleição do novo presidente ainda marcou a primeira vez em 100 anos que o povo argentino escolheu um candidato que não pertence nem ao peronismo nem ao radicalismo socialdemocrata.

Celeuma com a antecessora
Cristina Kirchner não compareceu ao Congresso ou à Casa Rosada. Ela e Mauricio Macri passaram dias discutindo sobre qual seria o lugar da cerimônia de posse. A ex-presidente queria passar faixa e bastão presidenciais no Congresso, diante da Assembleia Legislativa e de seus aliados. Já Macri insistiu para que isso acontecesse na Casa Rosada, sede do governo argentino.

Diante do impasse, a aliança Cambiemos, do atual presidente, pediu que o mandato de Cristina terminasse à 0h desta quinta-feira. Com a decisão judicial anunciada, Cristina anunciou que não compareceria ao evento, já que não seria mais presidente na quinta-feira. Entre o fim do mandato de Cristina e o começo do de Macri, a Argentina teve um líder provisório, o presidente provisório do Senado, Federico Pinedo.

A cerimônia começou pouco antes das 12h locais (13h em Brasília) no Congresso argentino, onde Macri e sua vice fizeram juramento. O novo presidente disse estar se sentindo “mais otimista do que nunca” em relação a um futuro que requer “trabalho em equipe”. Afirmou também que seus principais objetivos serão “a pobreza zero, derrotar o tráfico de drogas e unir todos os argentinos”.

“O país tem diferentes setores que pensam de diferentes maneiras, mas não está dividido. Já passaram as eleições e agora todos devemos nos unir para crescer e melhorar”, afirmou diante da Assembleia Legislativa e dos presidentes Rafael Correa (Equador), Juan Manuel Santos (Colômbia), Michelle Bachelet Chile e Evo Morales (Bolívia), que assistiram à cerimônia.

Após o cerimonial no Congresso, eles seguiram para a Casa Rosada, onde Macri recebeu a faixa e o bastão presidencial das mãos de Federico Pinedo, na ausência da antiga mandatária. Nos arredores do palácio presidencial, o povo cantava: “Já o vemos, já o vemos. A Cristina que o veja pela TV”. A cerimônia de entrega dos atributos presidenciais contou com a presença de 250 convidados, entre eles ex-presidentes, delegações estrangeiras, governadores e membros do novo gabinete de Macri.

Perfil
O empresário e engenheiro Mauricio Macri ficou conhecido por sua bem-sucedida administração do clube Boca Juniors, do qual foi presidente por treze anos, e da cidade de Buenos Aires, da qual foi eleito prefeito em 2007 e 2011. É filho de um dos empresários mais prósperos do país: Franco Macri, fundador do Grupo Macri, que conta com empresas nas áreas de logística, construção e de alimentos na Argentina, no Brasil e no Uruguai.

Macri não gosta de definir-se como um político de esquerda ou de direita, mas sua preferência pelo liberalismo econômico é clara. No dia seguinte à sua vitória, ele disse, em coletiva de imprensa, que o seu gabinete econômico será formado por seis ministérios: Fazenda e Finanças, Trabalho, Agricultura, Energia, Pesca, e Transporte e Produção.

Dilma
Mesmo sendo o Brasil o mais importante parceiro comercial da Argentina, Dilma Rousseff não chegou a tempo de assistir à cerimônia de posse no Congresso. Ela saiu de Brasília apenas por volta das 9h30 desta quinta-feira, embora o horário previsto de embarque inicialmente fosse 9 horas. Seu plano era chegar às 11h15 a Buenos Aires e regressar às 15h45.

A presidente chegou somente às 13 horas (horário de Brasília), quando Macri já encerrava seu discurso no Congresso Nacional argentino. Um dos motivos de atraso é que o avião presidencial precisou aguardar autorização para pouso por cerca de meia hora em Buenos Aires — o avião da presidente não recebeu autorização para a zona de exclusão aérea, o que facilitaria a aterrisagem.

O decreto de liberação deveria ter sido assinado pelo ministro argentino das Relações Exteriores, o que não foi feito. O Itamaraty relacionou a conturbada transição argentina ao episódio. Com isso, Dilma seguiu direto para a cerimônia na Casa Rosada, onde o presidente argentino recebeu os cumprimentos dos chefes de Estado.

Embora tenha chegado atrasada para a cerimônia, a presidente Dilma Rousseff posou com o novo presidente da República da Argentina, Maurício Macri - 10/12/2015 (Roberto Stuckert Filho/PR)
Embora tenha chegado atrasada para a cerimônia, a presidente Dilma Rousseff posou com o novo presidente da República da Argentina, Maurício Macri – 10/12/2015 (Roberto Stuckert Filho/PR)

Macri assumiu a presidência argentina às 11h45. Sob boicote da maior parte da bancada kirchnerista, ele fez o juramento diante do Congresso. O presidente exercerá o mandato até 2019.

(Com informações de VEJA.com e Estadão Conteúdo)



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