Encontro de mulheres reúne empreendedoras rurais do Vale do Mucuri

Encontro de mulheres reúne empreendedoras rurais do Vale do Mucuri

Evento resgata histórias de empreendedorismo e de luta feminina no campo

Conheça a história de vida da avicultora Ilzete Aparecida Alves Sampaio (foto: Emater/via Agência Minas)

“Empreendendo e transformando vidas”. Esse é o tema do 12º Encontro de Mulheres Rurais, nesta quarta-feira (4/5), em Catuji, no Vale do Mucuri. O evento, realizado pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) deve receber cerca de 200 produtoras dos municípios de Caraí, Catuji, Itaipé, Ladainha, Novo Cruzeiro e Poté.

Além de palestras sobre o assunto, o encontro vai resgatar histórias de empreendedorismo e de luta feminina no campo como a da produtora Ilzete Aparecida Alves Sampaio, que vem se destacando na avicultura em Novo Cruzeiro.

Dona Ilzete, de 53 anos, é mãe de cinco filhos e a família dependia da renda do marido, que trabalhava como motorista. Mas em 2015, o senhor Milton sofreu um acidente e a esposa teve de cuidar do marido doente e assumir a gestão da propriedade rural. “Meus filhos moram fora, com exceção da minha filha Brenda (19 anos), que ajuda, mas não tem tanto tempo por causa da faculdade”, explica a produtora.

Superação
Mas dona Ilzete não se intimidou com as dificuldades e há pouco mais de um ano decidiu modernizar a atividade de avicultura, desenvolvida na propriedade, que até então era a criação de galinha caipira, sem o uso de tecnologia adequadas.

Com consultoria e assistência técnica da Emater-MG, ela adquiriu 800 aves da raça Isa Brown e modificou o sistema de trabalho. “Uma das atividades do sítio é a produção de ovos. As galinhas são criadas agora no sistema semi-intensivo, no qual as aves têm acesso diário ao ambiente externo para pastejo, além de um galpão para abrigo e postura dos ovos”, explica o extensionista local Albert Barbosa.

Desde então, o negócio só vem crescendo e a avicultora já chegou a ter uma produção de 640 ovos por dia, taxa que caiu um pouco recentemente por causa da substituição de algumas galinhas poedeiras, mas que deve subir novamente em breve. “Estou aumentando a produção e mesmo assim não dou conta de tantos pedidos. Vendo toda a produção para fábricas de biscoitos do município, mercearias e por delivery. Meu filho disse que até virá trabalhar comigo. Com apoio dos filhos, quero aumentar o negócio e comprar mais terras”, planeja a empreendedora.

Produção eficiente
Atualmente, o sítio tem 800 galinhas novas e 600 aves mais antigas, que propiciam uma renda mensal aproximada de R$ 15 mil (sem descontar os custos) com a venda de cerca de 600 cartelas de ovos (30 unidades) mês, por R$ 25 cada. Albert diz que a intenção da Dona Ilzete agora é fazer a regularização sanitária da atividade para a família poder comercializar os ovos no Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).

Ainda com a assistência técnica da Emater, a família iniciou uma produção de hortaliças, visando utilizar o esterco gerado pelas aves. As verduras são comercializadas no Programa Alimenta Brasil, do Governo Federal. “As duas atividades se complementam. Dona Ilzete utiliza a cama do frango na adubação da horta e os restos de hortaliças para a alimentação das aves. Isso reduz os custos de produção, tanto das hortaliças como da produção de ovos”, explica o extensionista. Parte do milho que compõe a ração para as aves também é produzido na propriedade.

“Ela é um exemplo de empreendedora rural e de mulher empoderada. Além do trabalho no campo, ela é preocupada com a gestão da propriedade. Dona Ilzete tem uma experiência exitosa e sua experiência vai incentivar mulheres de outros municípios para também empreender e diversificar as atividades na sua propriedade rural”, argumenta o técnico da Emater-MG.

(Fonte: Agência Minas)



Deixe seu comentário

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie.