Conselho de Sentença condena Inácio Ramos pela morte de Walkelle Damascena

Conselho de Sentença condena Inácio Ramos pela morte de Walkelle Damascena

Inácio Ramos foi condenado a 21 anos de prisão em regime fechado por ser mandante do crime

À esquerda: o promotor de Justiça dr. Rafael Moreno Machado e o Juiz de Direito dr. Leonardo Cohen Prado. À direita: o sargento Osmar disse que fica o vazio na vida da família (foto: Diário Tribuna | Reprodução)

No Diário Tribuna:

TEÓFILO OTONI — Realizada nesta quinta-feira (17/08), no Tribunal do Júri do Fórum Desembargador Eustáquio Peixoto, a sessão de julgamento de Inácio Ramos Fernandes, acusado de ser o mandante do crime de homicídio que vitimou Walkelle Damascena Souza, com 24 anos à época. O crime aconteceu no dia 30 de maio de 2014 na porta da casa da vítima. Walkelle chegava de motocicleta, mas já vinha sendo seguida por outra moto com dois ocupantes e o passageiro desferiu os disparos, ceifando a sua vida.

Os autores ainda utilizaram a arma de fogo do próprio pai de Walkelle, que havia sido furtada dentro de sua casa para praticar o crime, segundo disse o delegado dr. João Augusto Ferraz, quando concluiu o inquérito policial e indiciou Inácio como sendo mandante. Atuaram na Seção de Julgamento, o juiz dr. Leonardo Cohen Prado, promotor de justiça dr. Rafael Moreno R. S. Machado, o assistente de acusação, advogado dr. Derlane Folgado Dantas e o advogado de defesa dr. Elio Ferreira de Souza. O corpo de jurados foi composto por cinco homens e duas mulheres.

O julgamento teve início às 9h de quinta-feira (17/08), e fnalizou às 4h da manhã desta sexta-feira (18). Foram 19 horas de trabalhos intensos, com vários depoimentos de testemunhas e falas dos advogados, promotor e juiz. Só Inácio Ramos foi interrogado por cerca de três horas, sendo suas respostas bastante longas. O crime aconteceu há três anos e Inácio foi preso dias após, permanecendo até esta data. Ao final dos trabalhos, às 4h desta sexta-feira, o corpo de jurados condenou Inácio Ramos, e o dr. Leonardo Cohen proferiu a sentença, que foi 21 anos de prisão em regime fechado. O advogado de defesa disse que vai recorrer e tentar anular o julgamento.

O CASO — Walkelle Damascena foi assassinada a tiros na porta de sua casa, na Rua Antônio Onofre, Bairro Marajoara, no dia 30 de maio de 2014. Na ocasião do crime, a Polícia Civil instaurou um inquérito policial, apurou o caso e apontou Inácio Ramos como sendo o mandante e dois executores, o condutor da motocicleta utilizada no crime, Washington Souza da Cruz, e o garupa que efetuou os disparos, Edinei Mendes Carvalho. O caso foi apurado pelo delegado que atuava em Teófilo Otoni à época, dr. João Augusto Ferraz.

Ele disse que a arma utilizada no crime pertencia ao próprio pai de Walkelle, que teria sido furtada dentro da sua casa da vítima, pelo ex-namorado Inácio Ramos, e isso teria lhe deixado estarrecido.

Dr. João disse que ficou bem clara a individualização das condutas de cada um no crime. Que Washington por conhecer a cidade, conduziu o veículo, e Edinei foi quem desferiu os tiros, isso por promessa de recompensa. Inácio seria o mandante, por conta de ciúmes, de sentimento de posse, e por não aceitar o sentimento de rejeição, quando Walkelle tentava terminar o relacionamento.

À esquerda: Inácio foi condenado a 21 anos de prisão em regime fechado. À direita: Walkelle Damascena foi morta a tiros na porta de sua casa (foto: Diário Tribuna | Reprodução)

O sargento Osmar, pai de Walkelle, assistiu todo o julgamento, e ao final, após ouvir a sentença, concedeu entrevista ao Diário Tribuna e disse que o resultado, qualquer um que fosse, não agrada, porque para ele que perdeu a filha, não tem tempo, amanhã Inácio pode estar na rua. “Mas a justiça cumpriu o papel dela e o condenou a 21 anos de prisão. Eu esperava que fosse mais, mas vamos aguardar o desenrolar, estamos com a mesma dor da perda. A gente só lamenta a perda da menina”. Sargento Osmar não considera que foi colocado um ponto final neste dia do julgamento. “Não tem um ponto final porque, além de não encerrar agora, ele ainda tem os recursos, e esse resultado não agrada a gente na condição de pai”.



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