— Por David Ribeiro Jr. —
Teófilo Otoni
2026 promete ser um ano de importantes conquistas políticas para Teófilo Otoni. A cidade terá a oportunidade real de eleger três deputados estaduais e dois federais. Acredite: Se isso ocorrer, todo mundo ganha, até nós, o povo, já que com mais deputados há concorrência entre eles para ver quem está trabalhando mais para a cidade.
Será que estamos perto de voltar a ter o protagonismo político que nunca deveríamos ter perdido?
Isso é algo que só o povo, que é quem vota, pode dizer e decretar. Se o povo votar… sim, poderemos ter esse número de representantes no Legislativo Estadual, e também no Federal. Se o povo não votar… continuaremos sendo uma cidade satélite de Governador Valadares e de Montes Claros. Isso sem falar em Araçuaí que está caminhando para ser a cidade mais importante dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri nos próximos dez anos… mas isso é assunto para um outro editorial.
Impossível não é
Com relação a esse número de deputados estaduais, vale lembrar que já o tivemos antes. Faz um tempo, mas já ocorreu. A última vez que a cidade alcançou a façanha de ter três representantes na Assembleia Legislativa foi em 1990. Na ocasião foram eleitos Kemil Kumaira (PMDB), Maria José (PT) e Wilson Pires (PRN). Nos anos cinquenta a cidade já chegou a eleger quatro deputados estaduais… mas penso que neste momento é querer demais repetir esse número… Se bem que sonhar não custa!
Já para Federal, é consensual que teremos pelo menos dois nomes com possibilidades reais de eleição. A última vez que elegemos dois nomes para a Câmara dos Deputados foi em 2015, sendo eles Ademir Camilo (PROS) e Fabinho Ramalho, o Fábio Liderança (PMB).
Como eu sei que você quer saber os nomes dos prováveis eleitos, chega de enrolação. A seguir, passo a apresentá-los.
Primeiro, os nomes que têm fortes chances de uma eleição a deputado estadual:
DANIEL SUCUPIRA
Pois é! O Pai Véi tá de volta à cena política como candidato. Atualmente, ele é assessor do Ministério da Saúde. Seus apoiadores garantem que Daniel vem com toda a força necessária para assumir o espólio que já foi da sua antiga madrinha e mentora, Maria José Haueisen Freire. Além de prefeita por duas vezes (205-2008; 2009-2012), Maria José teve cinco mandatos de deputada estadual. Daniel aposta que agora é a sua vez. Em 2014 ele chegou a tentar a sorte, mas numa campanha simples e modesta que só visava o deixar em evidência para se candidatar a prefeito depois. Ainda assim, apesar de todas as limitações, obteve uma votação simplesmente impressionante dentro da cidade.
Muita gente torce a cara quando digo que Daniel vem forte, mas isso não é uma questão de opinião, é a constatação de um fato. Se ele será eleito ou não, aí são outros quinhentos, mas ninguém que tenha mais do que dois neurônios consegue negar que o ex-prefeito vem pra disputar de verdade, e não apenas para se manter em evidência. Daniel tem em seu favor o fato de ser um comunicador ímpar. Ele sabe muito bem chegar e sair em qualquer lugar, inclusive onde não é benquisto, e usa as redes sociais com a maestria que muita gente do cenário nacional não chega nem perto. E não nos esqueçamos de que o PT pretende fortalecer a sua imagem para disputar um cargo majoritário depois.
Talvez agora você me pergunte: “Mas, David, o cara não conseguiu eleger o sucessor. Que força é essa que só você vê?”. Bem… há quem jure de pés juntos que não se trata de Daniel não ter conseguido eleger o seu sucessor, e sim de não ter se empenhado o bastante pra isso, de modo que empurrou a bomba (a Prefeitura sem dinheiro e endividada) na mão de outra pessoa. Que fique claro: Eu, David, não acredito nisso. Penso que quem diz essa besteira só está tentando minimizar o impacto da derrota. Mas que faz um mínimo de… deixa pra lá!
Certo é que Daniel vem forte pra disputa. Embora a eleição proporcional seja diferente, já que vêm candidatos do próprio partido do prefeito disputar voto com ele aqui em Teófilo Otoni e na região, o que se ouve é que Daniel está fazendo uma articulação interna para blindar ao máximo a chegada dos paraquedistas da mesma legenda. Se conseguir, já pode sair de Teófilo Otoni com mais de vinte e cinco mil votos da esquerda. Há quem fale até em trinta mil. E como hoje ele é o menino de ouro do PT em todo o Vale do Mucuri e parte do Jequitinhonha, tem tudo para ser eleito.
NEILANDO PIMENTA
Esse, dispensa comentários. O deputado, que já está em seu quarto mandato, vai disputar novamente uma cadeira na Assembleia. Ninguém duvida de que tenha todas as possibilidades de se reeleger.
Com a inauguração do Hospital Regional de Teófilo Otoni (obra que foi reivindicada e apoiada por Pimenta, que chegou a doar o terreno para a sua construção) prevista para novembro deste ano, e o funcionamento da unidade já no início do ano que vem, deve aumentar substancialmente o reconhecimento público do trabalho do parlamentar. A expectativa é que isso resulte em elevação de votos — que nas últimas eleições se estagnaram na casa dos seis mil na cidade.
Mesmo que a votação de Neilando não aumente em Teófilo Otoni, ele já vem eleito da sua base de representação em todo o Estado. Atualmente, a Universidade AlfaUnipac, da qual Neilando é o gestor, tem mais de cem polos espalhados por Minas Gerais. A intenção é que até 2026 sejam duzentos. Como deputado, ele acaba se aproximando das autoridades e lideranças locais, e fazendo parcerias. Se tiver quatrocentos votos em cada uma dessas cidades (e convenhamos que essa é uma estatística bem modesta), Neilando já chega em Teófilo Otoni, sua cidade natal, e onde hoje é majoritário, com oitenta mil votos. Já quase pode mandar fazer o terno novo para a posse.
Por mais que nas duas últimas eleições Neilando tenha dito que só se manterá no cargo até à inauguração do Hospital Regional, pode apostar que, com essa estratégia em execução, vai ficar muito tempo ainda como parlamentar.
UGLENO ALVES
E eis que temos um estreante na disputa por uma vaga na Assembleia Legislativa. Ugleno, aos 30 anos, é jovem, evangélico, e é bolsonarista raiz, daquele que usa as redes sociais, bem como quaisquer espaços que lhe forem concedidos, para falar mal do PT, das esquerdas e do Governo Lula. E, não. Isso não é um problema. Nesse momento é um importante diferencial que pode ajudá-lo muito na disputa. Sem fazer juízo de valor, é a identificação com um nicho importante.
Apesar da opinião pessoal que você e eu eventualmente tenhamos a respeito do Bolsonarismo, não podemos negar que continua sendo um filão extremamente eficiente para arregimentar votos. Atualmente, se identificar como bolsonarista é mais viável, do ponto de vista do marketing político-eleitoral, do que se identificar como esquerdista.
Na última eleição, mesmo com Bolsonaro no poder e apanhando pra caramba da imprensa, o atual prefeito Marinho, que foi candidato por esse nicho só pra se manter em evidência na política local, obteve quase vinte mil votos só apenas em Teófilo Otoni. E, detalhe: Na época ele disputava espaço com o também bolsonarista Coronel Sandro (atual prefeito de Governador Valadares). Se naquele momento o Bolsonarismo deu a Marinho vinte mil votos aqui, imagina o que pode fazer agora por Ugleno, tendo em vista que os bolsonaristas estão com um sentimento de revolta por se sentirem prejudicados pela velha falácia das urnas eletrônicas, além de terem sangue no olho para eleger quem fale mal do Xandão. Concorde você ou não com esse cenário, ele é bom para Ugleno.
Ao contrário dos outros dois nomes listados — Daniel e Neilando —, cujas campanhas têm uma avenida muito larga à sua frente, a campanha de Ugleno, por sua vez, enfrentará três obstáculos que ele precisará superar: 1) o desgaste da Administração por causa da falta de recursos para imprimir a identidade do Governo. Isso acaba refletindo no vereador, por ter sido eleito presidente da Câmara com o apoio do prefeito; 2) O fato de não ter uma base maior, como é o caso dos dois nomes citados antes. Se o atual deputado federal Nikolas Ferreira for candidato à reeleição (leia mais aqui), Ugleno fará dobradinha com ele. Se não for, ainda assim ajudará Ugleno, que, como evangélico, também tem procurado ampliar a sua rede de contatos com a toda irmandade de Minas Gerais; e 3) Recursos. Ugleno, de origem humilde, e ainda não tendo acumulado patrimônio na carreira profissional, fará uma campanha de Davi contra Golias, mas não será a primeira vez que a gente vê o Davi levando a melhor. Tomara que consiga! Vai ser muito bom para a cidade!
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Agora vamos aos nomes que têm chances reais de eleição como deputados federais para nos representar em Brasília:
BRUNO FARIAS
Quanto ao nome de Bruno, faço questão de lembrar que na última eleição (2022), eu, à frente da EMPECOM (a minha agência de pesquisas) e do portal Minas Repórter, projetei Bruno como favorito para assumir uma vaga pelo seu partido, e apontamos uma votação na casa dos cem mil votos, não sendo surpresa se chegasse aos cento e vinte mil. Bruno obteve 97.246 votos. Pois é! Não teima com a EMPECOM, não, gente! Nós não fazemos apenas pesquisas; nós fazemos BRAINSTORM.
E agora? Ainda tem chance?
Sim. Agora Bruno terá de enfrentar o obstáculo de já ter cumprido a promessa de campanha. Como assim?… Em campanhas de nicho (e a dele foi feita em cima de uma promessa aos enfermeiros e técnicos de aprovar um piso nacional para a categoria) o eleitor tende a não ser mais tão fiel depois de ter conseguido o que queria — e Bruno já deu o que o seu eleitor queria (o aumento). A chance de esse eleitor agora se debandar e votar no candidato da sua igreja, da sua comunidade ou de outro nicho ao qual pertença, é grande. Bruno sabe disso e, para manter a base, também está trabalhando com a bandeira da redução da jornada de trabalho para a categoria. Além disso, tem abraçado a causa das famílias autistas, e ainda por cima tem ampliado uma base política em várias cidades graças à sua atuação parlamentar geral. Ou seja: Tem tudo para ser reeleito.
FÁBIO RAMALHO
O ex-deputado Fábio Ramalho, o Fabinho Liderança, vem forte para disputar um quinto mandato depois de ter sido derrotado nas eleições de 2022. Fabinho é um político inteligente que não brinca em serviço. Só perdeu por ter acreditado nos apoiadores. Agora não cometerá o mesmo erro uma segunda vez.
Atualmente, mesmo não estando ocupando mandato, mantém casa e escritório em Brasília, onde, nos bastidores, vem se consagrando como uma influência silenciosa junto aos políticos mais renomados e poderosos do país. Quer uma audiência com um ministro? Fabinho consegue. Quer falar com um líder de bancada ou presidente de comissão parlamentar da Câmara? Fabinho consegue. Quer resolver algum problema em Brasília? Fabinho consegue.
Em 2022 Fabinho teve algumas surpresas. Esperava uma votação Xis em algumas de suas bases, e vieram menos votos. Com isso, a conta não fechou para conseguir ocupar uma cadeira. Mas ele aprendeu com o erro. Não vai deixar isso acontecer outra vez. E vem forte para a eleição do ano que vem
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Serão apenas esses nomes disputando a eleição?
Claro que não! Como ocorre em todos os pleitos, os teófilo-otonenses são pródigos em se apresentar para disputas para as quais não têm a menor chance. E isso também não é opinião; é um fato. Mas como vivemos numa democracia, todo mundo é livre para fazer o que bem quiser, ainda que só queira atrapalhar quem realmente tem chance de se eleger para representar nossa comunidade.
Esse quadro que acabei de apresentar se manterá inalterado até à eleição do ano que vem?
É difícil dizer. Em política, os cenários mudam como nuvem. A gente olha de manhã e está de um jeito. Ao olhar à tarde, vimos algo bem diferente. Mas, grosso modo, é a partir desses nomes e suas interações que será definida a eleição do ano que vem em nossa cidade.
Quem viver, verá!
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