Será que já está na hora da Escola Irmã Maria Amália ter Ensino Médio?

Será que já está na hora da Escola Irmã Maria Amália ter Ensino Médio?

Por Jorge Medina

Recentemente um projeto de autoria do vereador Dedeu Baterias (PRTB) foi apresentado à Câmara dos vereadores propondo a instalação do Ensino Médio na Escola Municipal Irmã Maria Amália, a escola-referência da nossa Rede Pública Municipal de Ensino. O projeto só não foi votado porque alguns parlamentares pediram o que se chama comumente de “186”, uma solicitação para que todos os projetos sejam retirados da pauta por até 72 horas para serem mais bem avaliados. Desde então o projeto não voltou a ser posto em votação.

Eu acho a iniciativa do vereador fantástica, digna de elogios mesmo. Porém, existem dois agravantes que precisam ser levados em conta. Primeiro: de acordo com o Pacto Federativo, o Ensino Médio público é dever do Governo dos estados-membros, neste caso, do Governo Estadual. É claro que isso não impede um município de manter uma escola de Ensino Médio. Não proíbe, mas também não obriga. Ou seja: para fazer tal concessão o Município terá que assumir gastos adicionais que, num primeiro momento, não estão no orçamento. Tudo bem que o projeto do vereador apenas “autoriza” — portanto, não obriga — o Município a criar o Ensino Médio naquela escola.

Outra questão que precisa ser levada em consideração é o próprio conceito de escola-referência, que, por si só, acaba se mostrando um elemento de segregação e discriminação — mesmo involuntariamente.

A qualidade educacional da Escola Irmã Maria Amália é simplesmente inquestionável. E que bom que é assim! Mas o mesmo não se pode dizer de outras escolas do Município. Quem consegue uma vaga para o seu filho naquela escola está certo de que o filho terá uma educação de qualidade, mesmo em se tratando de uma escola pública. Mas, e quem não consegue? É obrigado a se contentar com uma educação de “menor qualidade” ou “inferior”? — mesmo numa escola pública, também?

Eu penso, sinceramente, em minha visão de leigo no assunto, que o que se gastaria para instalar na Escola Irmã Maria Amália um Ensino Médio é mais do que suficiente para dar a mesma infraestrutura e qualidade daquela escola para os demais educandários municipais. O IFET já está vindo aí para os alunos do Ensino Médio. Neste momento, ao invés de concentrarmos a Educação de Qualidade, vamos difundi-la e pulverizá-la em todas as demais escolas da Rede Municipal. E tenho dito!

Por Jorge Medina

Jorge Medina é médico, ex-vereador, ex-presidente da Câmara Municipal e presidente do PSB de Teófilo Otoni

E-mail: minasreporter@hotmail.com



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