Padre citado em Spotlight é encontrado morto na prisão

Padre citado em Spotlight é encontrado morto na prisão

Suspeito de abusar de uma criança de 10 anos, Bonifácio Buzzi havia sido detido na última sexta; governo diz que ele se enforcou na cela.

Padre Bonifácio Buzzi (VEJA)
Padre Bonifácio Buzzi (VEJA)

O padre Bonifácio Buzzi, de 57 anos, foi encontrado morto na manhã deste domingo em uma cela do presídio de Três Corações, no interior de Minas Gerais. O pároco havia sido preso na última sexta-feira, em Joinville (SC), acusado de ter abuso sexualmente de uma criança de 10 anos. Buzzi é um dos nomes que aparece na lista do filme Spotlight como exemplo de casos de pedofilia acobertados pela Igreja Católica.

Segundo o governo de Minas, o religioso estava sozinho na cela e se matou. Em nota, a Secretaria de Estado de Defesa Social afirmou que o corpo foi encontrado durante “procedimentos de liberação para a visitação”. Conforme o texto, Bonifácio se enforcou com uma “teresa”, corda feita com lençol. “O detento deu entrada na unidade de Três Corações no sábado por meio de um mandado de prisão preventiva. Ele estava sozinho na cela. A unidade já abriu uma investigação preliminar para apurar o ocorrido. As Polícias Militar e Civil foram acionadas”, informou a secretaria.

Buzzi já recebeu duas condenações por abusar de crianças, em 1995 e 2004. Na primeira sentença, ficou em prisão domiciliar por quatro anos após ser flagrado abusando de garotos com idades entre 10 e 15 anos dentro de um hospital psiquiátrico, em Minas. Em 2004, foi preso novamente por abusar de um menino de 11 anos. Dessa vez, Buzzi cometeu o ato logo após celebrar uma missa na cidade de Mariana (MG). Acabou sendo condenado por 13 anos no regime fechado, mas ficou foragido até 2007, quando cometeu outro crime e foi capturado.

O padre ganhou liberdade no ano passado após cumprir um sexto da pena e seguiu para a cidade de Três Corações, onde fez novas vítimas. Pela lei da Igreja, a punição aplicada a Buzzi foi bem mais branda. O salário de 2 800 reais foi cortado pela instituição, mas ele nunca teve as funções sacerdotais totalmente revogadas pelo Vaticano, onde responde a um processo canônico que ainda não foi concluído.

(Com Estadão Conteúdo) 



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