Análise: O que é preciso para uma boa candidatura a prefeito de Teófilo Otoni

Análise: O que é preciso para uma boa candidatura a prefeito de Teófilo Otoni

Todo mundo quer se eleger prefeito de Teófilo Otoni, mas não é tão simples assim. Saiba, neste artigo, o que é necessário para concorrer com reais chances de vitória

— Por David Ribeiro Jr. —
Teófilo Otoni

Depois da lista que publiquei na semana passada sobre os prováveis prefeitáveis de Teófilo Otoni (veja mais aqui), surgiu uma boa dúvida: Diante de tantos nomes, vale perguntar “o que, de fato, é necessário para se empreender uma boa candidatura a prefeito?”

E, de antemão, já adianto: Para ser candidato é preciso mais do que boa vontade… é preciso mais até do que força de vontade. Precisa-se de estrutura.

E não! Por estrutura não estou me referindo apenas a dinheiro. É claro que ter recursos é importante, mas não é tudo. No ano 2000 a campanha do então candidato Getúlio Neiva era a mais pobre entre as três com reais chances, e bem mais pobre por sinal, e mesmo assim Getúlio se elegeu.

Em 2004 havia quem dissesse que, agora no poder, a campanha de Getúlio era a mais… como dizer?… abastada… e mesmo assim perdeu, e perdeu feio, para Maria José.

Em 2016 havia quem dissesse — e garantisse — que a campanha do então vereador Daniel Sucupira tinha até menos dinheiro do que a campanha da chamada terceira via… Não estou dizendo que “sim”, apenas que é algo que corre a boca miúda há bastante tempo e é afirmado por muitos até hoje.

Pra provar que apenas dinheiro não faz um vencedor, vale ressaltar algo ocorrido no ano passado. Embora sejam campanhas completamente distintas, pois uma é majoritária e a outra é proporcional, Marinho teve cerca do dobro de votos de Neilando Pimenta para deputado estadual em 2022… e é claro que a campanha de Neilando tinha mais… apoiadores.

Você já entendeu. Dinheiro não é tudo. É importante, e muito importante por sinal, mas não é tudo.

O que mais conta, então?

Partido. Há nomes por aí alardeando que serão candidatos a prefeito no ano que vem que não são sequer filiados a um partido. Na realidade são até antagonizados pelos líderes de todas as legendas na cidade… Então, como um nome assim pode ser candidato? É por isso que não inseri alguns nomes em minha lista, embora eles alardeiem por aí a sua pré-candidatura. Alguns chegaram até a me criticar dizendo que a minha lista é parcial, como se eu tivesse cobrado para colocar os nomes que ali estão… Se eu fosse capaz de influenciar dessa forma, convenhamos!, estaria muito melhor do que a vida modesta que tenho.

Tudo isso não passa de cortina de fumaça da parte desses patifes exploradores da boa-fé alheia para esconder o fato de que só querem ganhar um mínimo de popularidade para se lançarem a vereador, ou para receberem uma “bolinha” para apoiar um candidato com mais chances.

Mas voltemos ao que é necessário para ser pré-candidato. Além de dinheiro e partido também se precisa de:

Simpatia: Por mais que uma pessoa tenha dinheiro e partido, se não tiver simpatia e capacidade de se comunicar, esqueça. Já vimos esse filme antes, e vimos como a tal candidatura não passou de um desperdício de dinheiro e do tempo da gente.

Grupo: Pois é! Uma boa candidatura se caracteriza por uma rede de multiplicadores que fazem com que o nome em questão cresça e ganhe apoio popular. Sem isso, é melhor nem começar! É por isso que alguns candidatos pagam caro pelo apoio de lideranças populares nas diferentes comunidades da cidade.

Respaldo: Uma boa candidatura se respalda de quatro pilares:

1) Gerência: Candidato não tem de gerenciar a sua própria campanha. Candidato vai lá e se apresenta ao público. Deve passar “a maior” parte do seu tempo — o ideal é que fosse “todo” o tempo — em reuniões, entrevistas e/ou gravando peças para serem publicadas nas redes sociais. Enquanto isso, que outra pessoa administre toda a parte burocrática e logística da campanha. Candidato que se mete a gerenciar a sua campanha é como advogado que defende a si mesmo: Tem um louco/babaca como cliente.

2) Assessoria Jurídica: Por falar em advogados, não dá para fazer campanha eleitoral sem o respaldo de uma ótima (apenas boa não é o suficiente) assessoria jurídica. Campanhas majoritárias são, em grande parte, vencidas em tribunais. Ao mesmo tempo que se precisa de uma equipe de advogados sempre a postos para defender eventuais processos e denúncias (mesmo descabidas), também é necessário “atolar” os adversários em processos de toda ordem. Infelizmente, isso faz parte do jogo.

3) Estratégia de Marketing: Em tempos de redes sociais, ter uma estratégia de marketing eficiente deixou de ser apenas importante. É crucial. No passado entendia-se como “marketing” apenas uma boa presença em programas de televisão e de rádio. Hoje isso nem é mais tão importante. A propaganda eleitoral gratuita foi substituída pelo engajamento nas redes sociais. O problema é que, enquanto a propaganda no rádio e na TV é gratuito, a presença nas redes sociais não é. E detalhe: Saber gerir isso é ainda mais caro. É preciso ter equipes competentes à frente dessa área. E como diz um velho ditado: O talento sempre migra para onde o dinheiro está.

E, finalizando, a coisa mais importante de todas, e que até já mencionei em meu primeiro artigo desta série: Quem quer ser pré-candidato(a) a prefeito(a), e depois candidato(a), precisa ter VOTOS. Sem isso… sem os votos… é só fumaça.

Ainda voltaremos a este assunto.

Até lá, como eu sempre digo: Quem viver, verá!

Por David Ribeiro Jr.

David Ribeiro Jr. é editor-chefe do Portal minasreporter.com

E-mail: davidsanthar@hotmail.com



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