T. Otoni terá o maior número de pré-candidatos a prefeito da história. Conheça-os

T. Otoni terá o maior número de pré-candidatos a prefeito da história. Conheça-os

A maioria não vai chegar a lugar nenhum, mas vai encher o saco e atrapalhar quem realmente tem chance

A Prefeitura de Teófilo Otoni é alvo, hoje, de pelo menos 25 nomes que são apontados como eventuais pré-candidatos

— Por David Ribeiro Jr. —
Teófilo Otoni

25. Agora por extenso: “VINTE E CINCO”. Este é o número de pré-candidatos listados pelo MINAS REPÓRTER após ouvir lideranças partidárias de várias legendas em Teófilo Otoni. Que fique claro: É um recorde.

Eu monitoro profissionalmente o meio político de nossa cidade e região há exatos trinta anos. Antes disso já acompanhava meu avô e meu pai em suas andanças políticas desde que eu tinha apenas doze anos de idade. Mesmo com o meu histórico, insisto: nunca, nunca mesmo, vi tantos nomes enfileirados sendo anunciados como pré-candidatos a prefeito de nossa cidade. São mais pré-candidatos a prefeito do que vagas disponíveis para vereadores na Câmara Municipal — só para se ter uma ideia do disparate da situação. Como diria Silvio Santos: “Isso é Incrível!” Eu prefiro dizer que “isso é um absurdo”.

Antes de discorrer sobre os nomes listados, permita-me lembrar que esse cenário é fruto de dois fatores distintos: 1. Daniel Sucupira, o atual detentor do cargo de prefeito, não pode mais se reeleger por estar cumprindo o seu segundo mandato; pra ele: Zé fini. Com essa vacância, cria-se a ilusão de que agora qualquer um pode “tomar” essa cadeira. Quem tem mais de dois neurônios sabe que, na prática, as coisas não são bem assim… mas é claro que isso é pra quem tem mais de dois neurônios.

O fator nº 2 que corrobora essa aberração — o excesso de pré-candidatos — é o arroubo delirante provocado por pessoas sem noção que vivem numa bolha virtual. Funciona mais ou menos assim: O sujeito está num grupo fechado de whatsapp ou telegram (só a título de exemplo) e faz uma crítica à Administração Municipal (e, não… não estou falando mal do prefeito, pois, afinal, qual é a cidade brasileira onde a população não está mais insatisfeita do que satisfeita com o seu chefe do Executivo?).

Continuemos! Feita a crítica, ou reclamação, alguém desafia o crítico a dar uma ideia de como resolver o problema; o crítico dá a sua ideia (geralmente, completamente descabida, mas fazer o quê, né?), e aí todo mundo elogia e diz que a cidade precisa desse crítico em questão como prefeito. Pronto! Nesse momento se estabelece um crítico subprofissional (aqui não cabe nem o prefixo semi) e também um pré-candidato a prefeito (um pré-candidato aloprado, mas ainda assim um pré-candidato).

É assim que se fundamenta essa maluquice de vinte e cinco nomes se achando em condições de tomar a cadeira de Daniel Sucupira, a mesma cadeira que foi de nomes como Luiz Leal, Wander Lister, Getúlio Neiva e Maria José. E, detalhe: Mesmo esses nomes tiveram derrotas memoráveis em suas carreiras: Luiz Leal (1992), Wander Lister (1996), Getúlio Neiva (1996, 2004, 2008 e 2016), Maria José (1992 e 2000 – fora as ocasiões em que perdeu como candidata a vice), Edson Soares (2000 – fora as derrotas como candidato a deputado)…

Enfim, todos esses nomes, considerados grandes expoentes da nossa política, tiveram derrotas (algumas muito duras, por sinal); e aí alguém que não consegue se eleger nem síndico de prédio já se acha em condições de ser prefeito… Como diz um velho ditado: “É melhor ouvir isso do que ser surdo!”

Ainda antes dos nomes, duas observações:

1. É bem provável que você, mesmo diante de 25 nomes, ainda sinta falta de outros que andam alardeando suas pré-candidaturas por aí. É isso mesmo: na rua ainda há mais pré-candidatos do que esses vinte e cinco que listei. Os nomes que apresento são aqueles que foram confirmados como pré-candidatos (eventuais ou já estabelecidos) pelos líderes partidários. É claro que até depois da Semana Santa — e daí por diante também — a lista pode mudar (o mais provável é que vá se afunilando até que tenhamos apenas duas, três… ou no máximo quatro candidaturas efetivadas. Não se assuste, inclusive, se pela primeira vez em quarenta anos voltarmos a ter apenas duas candidaturas. Não é uma afirmação da minha parte, é apenas uma advertência baseada em possibilidades apontadas em exercícios de brainstorm.

Mas não são vinte e cinco os nomes dos pré-candidatos?

Sim, hoje são. E com chances de outros ainda surgirem. Mas, como eu disse: a maioria não passa de arroubos e delírios de gente sem noção que guia sua vida pelo eco de bolhas virtuais.

Mas se é assim, por que os líderes partidários confirmaram tantos nomes?

Porque muitas vezes os líderes partidários têm interesses pessoais — alguns bastante escusos, por sinal — e usam esses manés para atender os tais interesses… isso quando não pedem dinheiro propriamente dito.

2. Eu dividi os nomes dos pré-candidatos em quatro blocos:

a) Governistas (de esquerda, pelo menos teoricamente);

b) Oposição (de direita, também pelo menos teoricamente);

c) Terceira via (aquela tradicional que temos em todos os anos eleitorais, geralmente com uma pegada mais à direita);

d) Quarta via (formada por nomes que têm bom trânsito tanto na direita quanto na esquerda).

Agora, sim, vamos aos nomes:

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Leia também:
Zema quer o lugar de Lula. Daniel quer o lugar de Zema. Em que lugar ficamos nós teófilo-otonenses?

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GOVERNISTAS
Por razões óbvias (é quem está no poder), este é o maior grupo, pois todo mundo deseja ser abençoado com a escolha/bênção do atual prefeito e poder usar a influência da máquina pública para sucedê-lo. Em ordem alfabética, os principais nomes desse bloco são:

Eliane Moreira de Aguilar

Eliane Moreira de Aguilar (foto: Ronie Wagner / Paraíba)

A vereadora Eliane é uma pessoa dinâmica, é mulher (em tempos de diversidade isso conta muito) e se mostrou bastante eficiente politicamente ao se lançar candidata a deputada federal no ano passado. Contra ela, porém, pesa o fato de não ser considerada uma petista puro-sangue por ter sido candidata a vice numa chapa que concorreu contra Maria José em 2004. O PT, a gente sabe bem, não esquece… Mas que ela tem potencial, isso tem.

Gilson Dentista

Dr. Gilson Ferreira Gonçalves, o popular Gilson Dentista  (foto: Divulgação)

O vereador Dr. Gilson Ferreira Gonçalves, ou Gilson Dentista como é mais conhecido, é uma pessoa com um enorme apelo junto à zona rural, além de ser um exemplo de superação como um menino pobre que venceu na vida graças ao talento e à persistência. De protético prático, se formou em Odontologia e formou três filhos na área de Saúde (a primogênita é fisioterapeuta; a segunda é odontóloga; o caçula é médico-cirurgião). Nos bastidores comenta-se que esteja preparando o genro Ricardo Coimbra para sucedê-lo na Câmara Municipal enquanto quer concorrer à Prefeitura com o apoio de Daniel, a quem sempre foi muito fiel.

Joana Louback

Joana Louback (foto: ASCOM PMTO)

De opiniões fortes, Joana Louback ingressou na vida pública pelas mãos do já saudoso Padre Giovanni. Ela já foi presidente do PT local em mais de uma ocasião e foi a responsável pela acertada indicação do nome de Ricardo da Emex como candidato a prefeito em 2012. Agora ela mesma quer ser candidata, pois se saiu bem na campanha a deputada federal no ano passado, além de estar à frente de uma campanha voltada a núcleos setoriais (os chamados coletivos) que têm se mostrado muito eficiente como ativos eleitorais Brasil afora.

João Gabriel Prates

João Gabriel Prates (Reprodução/Facebook)

O atual vice-presidente do América Futebol Clube e um dos principais conselheiros do prefeito Daniel Sucupira é apontado como um provável pré-candidato, tendo em vista a sua lealdade ao prefeito e à sua administração. Casado com Katiane Lemos, considerada uma das mais confiáveis lugares-tenentes do prefeito, teria um forte apelo com o seu padrinho, sem falar que, de fato, é alguém que sabe falar de política com maestria; além do mais, mesmo tendo nascido em um berço considerado “de elite”, ninguém pode negar a sua ideologia. Ele é de esquerda por vocação, e não por conveniência.

Lidiomar da Saúde

Lidiomar da Saúde

O atual presidente da Câmara Municipal de Teófilo Otoni é um nome novo nesse meio e nesta lista. Em seu primeiro mandato como parlamentar já se tornou presidente do Poder Legislativo e já é apontado como um possível sucessor do prefeito Daniel Sucupira. Está à frente do cargo de presidente da Casa há menos de um mês. A continuidade ou não do seu nome nesta lista vai depender da assertividade de sua gestão à frente do Poder Legislativo.

Lucas Míglio

Lucas Míglio

Embora não seja tão conhecido do grande público, Lucas é um verdadeiro ás do mundo empresarial e político. Empreendedor multisserial, já criou vários negócios bem-sucedidos e hoje é respeitado quase como um guru para as pessoas à sua volta. Mentor de vários prefeitos da região, tem bastante senso crítico para compreender a dinâmica das relações entre o homem público e o povo. Há quem diga que, se efetivada a sua candidatura, pode arrastar o apoio da maioria das entidades de classe da cidade, além de ser um dos poucos — talvez o único nome — que, eventualmente, seria aceito como um candidato de consenso entre os principais partidos de direita e de esquerda.

Serginho da Agropecuária

Sergio da Agropecuária

O vereador é considerado como um coringa pela base petista na cidade. O apelido “da Agropecuária” se consolidou depois de ter sido secretário da pasta, e ficou. Ele não era apontado como candidato a vereador, mas ao virem a sua chance, as lideranças petistas apostaram no homem; chegou a ser ventilado como possível candidato a presidente da Câmara nos dois pleitos na Casa (2020 e 2022) e agora pode, se preciso, se lançar à sucessão do padrinho Sucupira.

Tacirlei Mariniello de Brito

Tarcirlei Mariniello de Brito, agora passará a responder pela pasta do Planejamento (foto: Paraíba)

Como estamos listando os nomes em ordem alfabética, o favorito de Daniel (pelo menos é o que diz a base petista) acabou ficando por último no seu bloco. Tacirlei é amigo pessoal de Daniel e considerado o seu primeiro-ministro por excelência, embora negue de todas as formas o título de “homem forte do Governo” como outros usaram em administrações anteriores. Tacirlei é competente (isso ninguém discute), é bom para se relacionar politicamente e já foi testado como o nome de Sucupira a deputado estadual no ano passado. Para alguns, foi um feito que o credencia a disputar a Prefeitura; para outros, foi uma participação pífia no processo, tendo em vista o fato de que numa cidade onde o PT é sempre destaque, a sua votação, embora tenha sido maior do que a de Neilando Pimenta, foi cerca de 40% da de Marinho.

OPOSIÇÃO
Os oposicionistas ao prefeito Daniel Sucupira, considerados de direita, vêm com todo o gás para assumir a Prefeitura. Os articuladores desse bloco já se acham vencedores depois de Marinho, sem a máquina pública, ter perdido para Daniel Sucupira em 2020 com uma diferença de cerca de 700 votos. A direita também cresceu muito com o bolsonarismo nos últimos quatro anos. Em nossa cidade os principais nomes, em ordem alfabética, são:

Gabriel Gusmão

O jovem vereador Gabriel Gusmão (foto: Paraíba)

O jovem vereador do partido Republicanos tem procurado se aproximar muito do governador Romeu Zema. Ele tem buscado criar uma identificação muito maior do seu nome com Zema do que com Bolsonaro, como tem feito a maioria dos nomes da direita. Gabriel é combativo, tem uma boa retórica, tem boas propostas e é de uma geração que sabe muito bem usar as redes sociais para ficar em evidência. A sua estratégia já se mostrou assertiva para dobrar o número de votos para vereador entre uma eleição e outra… será que vai funcionar para prefeito? Isso só o tempo responderá.

Comandante Marinho

O Tenente-Coronel Fábio Marinho dos Santos, o Comandante Marinho

Em 2016 o Comandante Marinho, como se consagrou, protagonizou algo que não ocorria desde 1972, quando o segundo colocado ficou atrás do vencedor por apenas 700 votos. Só isso já o credencia como candidato da direita, e pronto! O problema é que a postura de Marinho, não afeito a acordos em um meio onde o jeitinho impera, faz com que seja preterido por várias lideranças que querem apoiar um candidato que concorde com lambança (você sabe do que estou falando) — e ele não concorda. Reconhecidamente, terá dificuldade para formar grupo, mas apoio popular ele tem. Isso é um fato que ficou ainda mais evidente ao obter o dobro de votos para deputado estadual em Teófilo Otoni do que a maioria dos seus principais concorrentes com muito mais estrutura.

Coronel Heleno

O Coronel Sandro Heleno Gomes Ferreira

O Coronel Sandro Heleno Gomes Ferreira, atual comandante da 15ª Região da Polícia Militar sediada em Teófilo Otoni, é filho da terra e tem uma história de vida digna de um filme de superação. Além disso, sabe se comunicar muito bem e, apesar da postura altiva que é comum ao oficial renomado da Polícia Militar que ele é, consegue parecer gente como a gente. Como deve ir para o Quadro de Oficiais da Reserva da PM no início do ano que vem, já há quem o aponte como um provável pré-candidato. Segundo o que apuramos, vários partidos de direita estão dispostos a pagar um rim pelo seu passe. Ele, porém, ético como é, prefere não comentar isso agora. Embora possa ir para a Reserva, sim, também é apontado para assumir a chefia do Estado Maior, ou até o Comando Geral da Polícia Militar a fim de dar uma imagem mais popular à instituição (isso ocorre porque embora possa se aposentar no ano que vem, não é obrigado ainda a encerrar a carreira). Se optar por ser candidato a prefeito, terá o mesmo apelo popular de um Daniel Sucupira, só que de direita. Nos seu caso, ninguém poderá dizer que é inexperiente — como se dizia de Daniel quando foi candidato pela primeira vez. Tudo isso somado deixa claro que não se tratar “apenas” de um nome a se considerar. É um nome forte de verdade. Sem sombra de dúvidas que seria o mais desejado pelos marquetólogos que trabalham com brainstorm.

Delegado Jeferson Botelho

O ex-delegado Jeferson Botelho (foto: Sérgio Martins / SM Vídeo e Fotos)

Em 2018 o delegado aposentado da Polícia Civil Dr. Jeferson Botelho era apontado como o favorito em todos os levantamentos prévios até que do dia para a noite ele desistiu da campanha e abriu caminho para o nome do Comandante Marinho. Em 2022 Dr. Jeferson não foi candidato a deputado porque, segundo consta, preferiu guardar todas as fichas para apostar na sucessão municipal em Teófilo Otoni. Além de professor universitário, também tem se dedicado a criar uma imagem mais popular nas redes sociais. É um nome forte, mas vai se esbarrar na dificuldade de consenso que é comum à direita teófilo-otonense. E se houver divisão, o nome da esquerda leva a faixa de novo.

TERCEIRA VIA
Desde a eleição do ano 2004 que Teófilo Otoni passou a ter sempre uma chamada terceira via nos pleitos eleitorais em que há disputa pela sucessão municipal. Até então havia sempre vários nomes fortes em condições de disputar. Durante o processo ia ocorrendo o afunilamento, mas no início todos eram considerados fortes. A partir de 2004 começou a surgir nomes que passavam muito mais a impressão de que queriam se consolidar para eleições futuras. Nos últimos anos, porém, a terceira via cresceu e vem se consolidando. Em 2016, por exemplo, extrapolou os 10 mil votos. Há quem acredite que no ano que vem a terceira via venha tão forte que possa ameaçar a tão dividida direita na cidade. Em ordem alfabética, vamos aos nomes:

Bruno Balarini

BRUNO BALARINI

Bruno é considerado competente, detentor de boas ideias e projetos, tem uma figura simpática — embora faça críticas contundentes —, e para o ano que vem espera contar com o apoio do deputado federal Bruno Farias. Contará? Isso só o tempo poderá dizer. Há quem diga que, com um pouco de recurso que seja, Bruno é, sim, um nome em condições de fazer uma campanha robusta. Outros, porém, entendem que que está faltando o que no Marketing Político é chamado de “fechamento”, que é a capacidade para convencer o público a abraçar o seu nome e a se tornar multiplicador de suas ideias. Ou seja: falta um elo de identificação permanente com o eleitor, como fazem nomes como Bolsonaro e Lula. Agora pergunto eu: quem, em Teófilo Otoni, tem esse elo de identificação permanente com o eleitor como Bolsonaro e Lula têm?

Fábio Lemes

Fábio Lemes

Outro nome novo no páreo para a Prefeitura é o do vereador Fábio Lemes, que duas vezes presidiu a Câmara Municipal e que é considerado um bom gestor por estar à frente da administração do Hospital Filadelfia. Por ter sido leal ao amigo Bruno Farias, que hoje é deputado federal, também disputa o apoio de Farias com Bruno Balarini. O que pode pesar contra ele tem a ver com o próximo nome desta lista. Adiante!

Fábio Ramalho

Fábio Ramalho (foto: SANTHAR/minasreporter.com)

Pois é. Nos bastidores o nome de Fábio Ramalho, ou Fabinho Liderança é apontado como um forte candidato à sucessão de Sucupira. Pesa contra ele, porém, a baixa votação obtida nos dois últimos pleitos para deputado federal na cidade, o que para alguns é um fator decisivo. A família prefere que Fabinho seja candidato a prefeito de Malacacheta, onde é considerado imbatível. … Agora talvez você esteja se perguntando: “O que Bruno Farias tem a ver com a eventual candidatura de Fabinho?” Simples: Bruno Farias foi eleito em cima de uma plataforma (promessa) que não terá o mesmo apelo em 2026 quando da ocasião de sua reeleição. Para se reeleger terá de se reinventar e assumir os espaços deixados pela vacância de Fabinho. Para isso, terá de tirar Fabinho do páreo para 2026. Ajudá-lo a se tornar prefeito, seja de Teófilo Otoni ou de Malacacheta, é meio caminho andado para o seu projeto pessoal. Então tá!…

Gilson da Padaria

Gilson Duque — por Boy Fotógrafo

Gilson foi candidato a deputado estadual nos dois últimos pleitos e agora é apontado como eventual candidato a prefeito. Passa pela mesma situação de outros nomes que, por não terem conseguirem uma boa votação para deputado, terão as suas chances diminuídas à sucessão municipal. Há quem diga que como candidato a vereador ele poderia mandar fazer o terno, mas como é amigo e parceiro de alguns nomes que sairão candidatos a vereador…

Jorge Arcanjo

Jorge Arcanjo (foto: Paraíba)

Em 2018 Jorge Arcanjo foi candidato a deputado estadual e obteve um feito simplesmente extraordinário: Ele, mesmo sem recursos, obteve quase que a mesma votação de Neilando Pimenta (apontado como um homem rico e que já estava à frente do cargo). Desde 2021, no entanto, Jorge voltou a se aproximar de Neilando e hoje é seu assessor. Para alguns, isso o descredencia a disputar a Prefeitura. Eu penso diferente. Entendo que Jorge ganhou o respeito de Neilando, que o quis de volta na base e que, em reuniões fechadas, até já teria declarado apoio a Arcanjo. O maior obstáculo de Jorge no momento é o fato de que o deputado federal Bruno Farias quer apontar um nome conjuntamente com Neilando a prefeito, mas já tem, como deixado claro antes, os seus próprios interesses em vista. Jorge, pelo menos por enquanto, não faz parte dos interesses de Farias. Se Jorge conseguir conquistar o apoio do federal, será um fortíssimo candidato.

Northon Neiva

Northon Neiva

Considerado e respeitado como o herdeiro político de Getúlio Neiva (de quem, inclusive, é primo) Northon é visto nos bastidores como o maior articulador de política na cidade, além de ter bom trânsito em vários grupos. Há quem o desmereça por não ter conseguido se reeleger vereador em 2020, mas ele é o primeiro suplente do seu partido, e isso depois de sete mandatos ininterruptos (até Getúlio teve derrotas inesquecíveis antes de dar a volta por cima. No caso de Northon, a derrota nem foi assim tão expressiva, vez que ainda é o primeiro suplente do bloco). Os analistas entendem que Northon desta vez tem a eleição para a Câmara Municipal mais do que garantida, mas muitos o querem como candidato a prefeito evocando a herança de Getúlio.

Paulo Henrique Coimbra

Paulo Henrique Coimbra (Crédito: Boy Fotógrafo)

Em 2016 PH, como ficou conhecido, se consolidou como uma liderança em ascensão. Foi o primeiro nome da terceira via a extrapolar os 10 mil votos. Em 2020, porém, desistiu de se manter na disputa para apoiar o Comandante Marinho, que acreditava ter mais chances do que ele de se eleger naquele momento. Nos bastidores se comenta que Paulo Henrique pode assumir a qualquer momento a Gerência Regional de Saúde. A questão é: em sendo nomeado diretor da GRS, ele ainda se manteria como pré-candidato, ou apoiaria o nome indicado pelo padrinho Neilando?

Vavá

Dr. Héber Neiva, o Vavá

Considerado um dos gestores municipais mais eficientes de todo o Nordeste Mineiro, o Dr. Héber Neiva, ou Vavá, como é mais conhecido, se destacou à frente da Prefeitura de Caraí, que recebeu em frangalhos e entregou com as contas saneadas e com um elevadíssimo índice de aprovação. No ano passado se lançou candidato a deputado federal e se sagrou primeiro suplente do Avante em Minas Gerais, podendo, portanto, assumir a cadeira a qualquer momento nos próximos dois anos. No meio político todo mundo dá como certa a sua ascensão até 2025 à Câmara Federal. Como está em alta, muitos o querem candidato a prefeito de Teófilo Otoni. A dúvida, no entanto, é se ele pode ser candidato a prefeito pela terceira vez consecutiva, indiferentemente de onde (e tendo sido eleito nas duas anteriores). O Recurso Extraordinário 637.485, deferido pelo TSE em 2010 e endossado pelo STF em 2012, proíbe doravante o que no ordenamento jurídico ficou conhecido como “prefeito itinerante”, que era permitido até então.

QUARTA VIA
Que fique claro agora: Não há nenhuma ironia da minha parte ao me referir a esse bloco de nomes como Quarta Via. É apenas uma forma de listar eventuais candidatos que têm apelo tanto entre os eleitores de direita quanto de esquerda, e que, por isso, evitam assumir rótulos ou buscar para si uma definição ideológica diante do público. Não estou dizendo que eles não têm uma posição definida. A maioria tem, sim; mas não faz disso uma bandeira. Talvez você até questione o fato de que Jorge Arcanjo não esteja nesta lista, pois se enquadra bem e é querido tanto de eleitores da esquerda quanto da direita. Jorge foi incluído no bloco da Terceira Via porque nos últimos anos se aproximou muito mais do grupo político de direita nas últimas eleições. Vamos aos nomes:

Eder Detrez

O vice-prefeito de Teófilo Otoni, Eder Detrez (foto: SANTHAR/minasreporter.com)

O vice-prefeito da cidade já foi filiado ao PPL (um partido de esquerda), se elegeu vice pelo DEM (hoje União Brasil, de Centro) e, atualmente, está como presidente do PSDB (considerado de direita). É um bom nome, tem serviços prestados à cidade e à comunidade, e, além da Funapes (que muitos insistem em chamar de a Guarda Mirim reformulada) é, atualmente, o maior defensor do retorno da Estrada de Ferro Bahia-Minas. Alguns analistas políticos apontam, no entanto, que ele peca na sua comunicação pessoal e institucional. Esses analistas atribuem a esse seu pecado o fato de uma votação considerada baixa na disputa para deputado estadual, tendo obtido menos de 1500 votos na cidade, mesmo e apesar da sua dobradinha com Aécio Neves.

Eriadna Ruas

Eriadna Ruas

A esposa do ex-prefeito Edson Soares tem apostado no apelo da mulher na política brasileira. Ela foi candidata a deputada estadual no último pleito e a experiência foi considerada uma primeira incursão no meio. Eriadna já tem bastante experiência no meio político, e agora pode se destacar ainda mais se o esposo famoso na cidade abraçá-la e apontá-la como sua sucessora política. Promete.

Ricardo da Emex

O presidente da ACE-Teófilo Otoni, Ricardo Bastos Peres

O presidente da Associação Comercial e Empresarial (ACE) de Teófilo Otoni não confirma que seja candidato a prefeito. Quando surge o assunto, prefere falar que tem cumprido um propósito diferente ao presidir a ACE e dar representação à classe empresarial da cidade. É um fato, porém, que ele revolucionou a ACE. Havia uma Associação Comercial antes de Ricardo e outra hoje sob a sua presidência. Ele se destacou tanto que foi convidado a assumir a vice-presidência da Federação das Associações Comerciais do Estado, a Federaminas. Embora, atualmente, tenha uma postura muito mais à direita, voltada ao mercado, há nomes dentro do PT que até hoje ainda não engoliram a derrota de Ricardo em 2012, quando perdeu para Getúlio (há quem diga até que Ricardo foi roubado naquele momento). Essas pessoas ainda sonham em vê-lo prefeito. Como ele não confirma a pré-candidatura, só o tempo dirá.

Roberto Marcos

O comunicador e escritor Roberto Marcos (foto: Divulgação)

Considerado por muitos como o mais brilhante nome da comunicação em Teófilo Otoni em todos os tempos, o escritor Roberto Marcos é o autor teófilo-otonense mais lido, embora, ironicamente, não faça parte da Academia de Letras da cidade. Roberto foi candidato a deputado estadual em 2002 e candidato a prefeito em 2016, mas sempre fazendo campanhas simples do tostão contra o milhão. Recluso desde o início da pandemia, há quem diga que Roberto está construindo uma base sólida para vir com tudo na disputa pela Prefeitura. Como ele evita confirmar se será ou não candidato, temos de acreditar no que se ouve nos bastidores e esperar para ver o que acontecerá no ano que vem com o autor do prestigiado Os ovos azuis da Serpente, O Santo do Rio Sangue, e o seu já anunciado novo livro: A Janela de Babiana Trudeau, entre outros títulos. A seu favor Roberto tem uma retórica invejável e uma incrível capacidade de se comunicar e de se fazer compreendido. Em termos de narrativa, já sai na frente de muito candidato rico.

Roque Saldanha

Roque Saldanha (Foto: Reprodução das Redes Sociais)

Esse nome dispensa comentários. É outro que nos últimos anos adotou uma postura excessiva à direita (chegou a ser preso por participar dos atos antidemocráticos no último processo eleitoral), mas também querido por eleitores de esquerda que são fãs da sua figura excêntrica. Era ele que a Polícia Federal buscava quando “convenientemente” errou o endereço e foi parar na casa do prefeito Daniel Sucupira numa das operações mais vexatórias já realizadas pela Polícia Federal brasileira desde sempre. Há quem diga que Roque, em função de processos na Justiça, não conseguirá registrar candidatura, mas já disseram isso dele antes, e mesmo assim foi candidato.

QUEM VAI GANHAR?
Agora a pergunta mais importante de todo esse processo: “Qual desses nomes tem mais chances de ganhar?” E a resposta óbvia: “Nenhum” e “Todos”.

Quê? Como assim?

É que todas essas considerações que fiz só são úteis como exercício de brainstorm. No fim das contas quem ganha a eleição é quem tem voto — ou quem tem a maioria dos votos. Dinheiro é importante; uma boa comunicação é importante; a capacidade de articular e formar grupo é importante, mas a coisa mais importante de todas continua sendo o voto. Apenas voto importa na hora de eleger alguém. É por isso que há tantos nomes tentando desmerecer o Comandante Marinho. O homem teve votos para prefeito e para deputado. Não foi eleito em nenhum dos casos, mas voto teve. Tentar desmerecer o seu nome é típico de gente que, por não ter condições de arregimentar votos, desqualifica quem o faz numa espécie de “abraço dos afogados”. Quem se deixar levar pelas provocações apenas se prejudica.

QUEM NÃO SERÁ CANDIDATO(A)
Tão importante quanto saber quem pode vir a ser candidato é quem, definitivamente, não será. Eis alguns nomes que, hoje, insistem em afirmar que “agora não”:

Edson Soares

Edson Soares

O ex-prefeito e ex-deputado federal Edson Soares é sempre apontado como um candidato certo; desta vez, no entanto, aos 78 anos, o que se fala nos bastidores é que ele prefere apoiar o nome da sua esposa Eriadna.

Fátima Dantas

Fátima Dantas (foto: Divulgação)

Em 2012 ela foi o nome mais expressivo da terceira via na cidade até então. Em 2016 foi apontada como uma das responsáveis pela votação quase que recorde de Paulo Henrique Coimbra na terceira via, de quem foi vice naquele ano. Agora, no entanto, está cuidando da sua vida empresarial (ela é a sócia-diretora da empresa MS Dantas Seguradora) e se diz um soldado do grupo político do deputado estadual Neilando Pimenta. Ela não nega, no entanto, que havendo uma costura viável possa aceitar disputar, sim.

David Ribeiro Jr.

O editor do minasreporter.com, David Ribeiro Jr.

Não. Isso não é uma brincadeira. Eu realmente não sou pré-candidato — muito menos candidato — a prefeito. Acredito saber discorrer um pouco sobre política; trabalho bem a comunicação política, e além disso sou mais gestor do que um monte desses nomes que está na lista. Sou profissional de comunicação há trinta anos e fundei, como empreendedor, o jornal O REPÓRTER NOTÍCIAS, o portal de notícias minasreporter.com, a agência EMPECOM Marketing & Estratégia, além da grife Orbitta Fashion. Sim, tenho condições de disputar, mas entendo que a minha missão está mais voltada para os meus negócios. Boa sorte aos candidatos, e que vença o melhor!

E, como eu sempre digo: Quem viver, verá!

Por David Ribeiro Jr.

David Ribeiro Jr. é editor-chefe do Portal minasreporter.com

E-mail: davidsanthar@hotmail.com



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