Vereador diz que prefeito sofre com trairagem. E olha que ele nem falou do fogo amigo

Vereador diz que prefeito sofre com trairagem. E olha que ele nem falou do fogo amigo

O vereador Sargento Reinaldo, o Superman (PL) disse que o prefeito Marinho (também do PL) está sofrendo com trairagem dentro da Prefeitura. Será? (fotos: Reprodução)

Por David Ribeiro Jr.
Teófilo Otoni

Tá feia a coisa! É de “trairagem” pra cima!

Em entrevista ao Jornal Imigrantes há exatas duas semanas, o vereador Sargento Monteiro (PL), também conhecido como Superman, disse algo que até poderia ter caído na política local como uma bomba se não fosse algo tão óbvio: Um dos maiores problemas da Administração do prefeito Marinho é o grande número de pessoas dentro do Governo que torce contra, que torce e se empenha para a Administração falhar e dar errado.

Como eu disse: Seria uma verdadeira bomba se não fosse algo tão óbvio. Mas valeu a coragem de ter tocado na ferida, vereador.

Agora um pouco mais de coerência: Com isso estou dizendo que o governo é maravilhoso, e os traíras (usando da mesma palavra adotada pelo vereador) é que o faz parecer ruim?

É claro que não! É evidente que o governo tem, sim, muitos problemas pontuais. Mas que a trairagem dentro da Prefeitura rola solta… só não ver quem não quer.

E se por alguma razão você que está me lendo agora ainda não entendeu a associação que aqui se faz do que o vereador chama de traíras, trata-se de pessoas tanto dentro (ou seja: pessoas que trabalham na Administração) quanto fora (pessoas que gostariam de estar lá dentro, mas que ainda não foram chamadas, e, por isso, sentem-se como se tivessem sido excluídas da boquinha) que mais atrapalham do que ajudam a Administração, e, por conseguinte, à cidade.

Por favor, não confunda, para sermos justos, traíras com “oposição”. A oposição, goste-se ou não, faz o seu papel quando critica. Pode-se discordar dos métodos, das abordagens, mas opor-se a quem governa é um ato democrático. O próprio prefeito se opunha ao governo anterior antes de ser eleito.

E por falar em oposição: Ao contrário do que muita gente pensa e alardeia por aí, “os traíras” a quem o vereador Sargento Monteiro se refere não são pessoas remanescentes dos governos anteriores. Os traíras são, em sua absoluta maioria, pessoas que apoiaram a eleição do atual prefeito, mas que queriam… como dizer?… mais reconhecimento.

Algumas dessas pessoas tinham certeza de que seriam escolhidas/nomeadas para um cargo de primeiro escalão, e acabaram indo parar em uma assessoria qualquer (terceiro escalão… às vezes quarto mesmo).

Ressentidas e cheias de mágoa no coração, essas pessoas começam a pôr defeito em tudo, atrapalhar processos, e, usando agora das palavras do meu amigo Roberto Gomes, que foi quem entrevistou o vereador Sargento Monteiro na bancada do Jornal Imigrantes, passaram a MAFIAR descaradamente ao Governo para o qual trabalham. Elas se acham muito boas para esse governo. Só não entendo por que ainda estão lá e por que não pedem logo pra sair… Fariam um serviço muito melhor se se assumissem logo como opositoras.

FOGO AMIGO
Os traíras de dentro do governo não são fáceis de aguentar e tolerar. Mas eu insisto: os de fora, ou seja: aqueles que não estão diretamente ligados à máquina pública da Prefeitura, são ainda mais difíceis e insuportáveis.

Talvez você me pergunte agora: Tá!… mas como essas pessoas estão atrapalhando o governo?

Ótima pergunta! A resposta é muito mais subjetiva do que propositiva. Ocorre que em se tratando de engenharia social, um governo, qualquer que seja, precisa de respaldo do público para se manter. No caso de Teófilo Otoni, onde o atual prefeito recebeu uma máquina engessada por um orçamento apertado e um endividamento recorde, a necessidade é ainda maior de respaldo e apoio. Mas, infelizmente, isso não vem acontecendo. O que se vê é uma chuva de flechas incendiárias partindo de todas as direções, inclusive sendo lançadas por pessoas que ajudaram a eleger o governo. É o tal do fogo amigo.

Essas pessoas afirmam que têm mais legitimidade para cobrar porque ajudaram o prefeito a se eleger. Mas a fala delas não está embasada em legitimidade coisa nenhuma, e sim em tentativa de manipulação. O que querem é ser “caladas” com o que no mundo político se acostumou a chamar de “faz-me-rir”.

Essas pessoas estão em bares, em clubes, restaurantes, pizzarias, lanchonetes… sempre dizendo que estão decepcionadas e desapontadas. Semana passada eu estava em um determinado… point político, por assim dizer… e ouvi um desses ex-alguma coisa dizendo que vai dar seis meses de prazo. Se o Governo não melhorar, vai à rádio meter o pau.

Não precisa ser nenhum gênio para entender que, por “se o governo não melhorar”, o fidalgo quer dizer: “Se não me chamar para um acordo…”. É sempre assim.

Como dizia o poeta: Tudo como dantes no país dos Abrantes.

Mas e a cidade? Ainda pode ter esperança?

Quem viver, verá!

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Por David Ribeiro Jr.

David Ribeiro Jr. é editor-chefe do Portal minasreporter.com

E-mail: davidsanthar@hotmail.com



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