Jovem assassina criança de 5 anos para se vingar da mãe ‘macumbeira’ em Minas Gerais

Jovem assassina criança de 5 anos para se vingar da mãe ‘macumbeira’ em Minas Gerais

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Covardia e crueldade. As palavras podem definir um crime bárbaro em Manhumirim, na Zona da Mata mineira, na madrugada desta segunda-feira (15/08), quando um homem de 19 anos matou uma criança de apenas 5 para se vingar da mãe dela. O assassino confesso ficou revoltado porque a mãe da vítima teria feito uma macumba para que ele não arrumasse nenhuma namorada.

A ocorrência mobilizou vários policiais militares da região, que precisaram intervir para que o bandido não fosse linchado pela população. “A confusão começou com um desentendimento entre a mãe da menina e o suspeito na noite desse domingo (14). Ele foi tirar satisfações porque cismou que a mulher tinha feito algum trabalho para que ele não tivesse nenhum relacionamento amoroso. Depois do atrito, cada um foi para sua casa”, explicou o sargento Roberto Sathler.

O suspeito, conhecido pelo apelido de “Miguelito”, saiu do Ceará e chegou à cidade há cerca de um ano. Fez amizade com a mãe da pequena Luana Gonçalves de Oliveira e a dona de casa deixou que o jovem morasse em seu imóvel até que conseguisse emprego no município. Ao arrumar um serviço de lavrador, o agressor foi morar sozinho.

“Não sabemos se a mãe da Luana tinha algum interesse nele, mas o fato é que ele afirmou que estava sendo vítima de feitiço. Com isso, no fim do domingo resolveu ir até a casa da mulher tirar satisfações novamente. Como ele já tinha morado lá, sabia como entrar. Quando já estava dentro da residência, o homem percebeu que a amiga não estava e viu na menina a possibilidade de se vingar. Pegou uma faca e desferiu vários golpes. Por fim, cravou a faca no peito da garota”, disse o sargento.

Durante o crime, que aconteceu na rua Boa Esperança, no bairro Nossa Senhora da Penha, vizinhos ouviram gritos de Luana e, em seguida, Miguelito saindo do local. Quando eles chegaram para prestar socorro já encontraram a vítima ensaguentada caída no chão da sala.

Enquanto uma equipe policial registrava a ocorrência ficou sabendo que acontecia um tumulto no terminal rodoviário da cidade. Miguelito tentava fugir em um táxi, mas algumas pessoas descobriram e foram até lá. A intenção do agressor era ir de carro até a cidade de Caparaó e, em seguida, ir para outro lugar bem longe de Manhumirim.

“Um policial que estava de folga e mora perto da rodoviária percebeu que estava acontecendo alguma coisa e foi até lá. Ao tomar conhecimento do crime, ele deu voz de prisão a Miguelito e solicitou reforço, uma vez que queriam matá-lo. Militares de Manhuaçu também vieram para a cidade e conseguiram levar o agressor para nossa companhia. Porém, cerca de cem pessoas tentaram invadir o posto policial e foi preciso tirá-lo de Manhumirim imediatamente”, contou Sathler.

Antes de ir para a delegacia de plantão da cidade vizinha, o criminoso, que a princípio negou o assassinato, precisou receber atendimento médico porque estava com ferimentos leves. Segundo a assessoria de imprensa da Polícia Civil, durante o depoimento, Miguelito se manteve calado. Ele foi autuado por homicídio e encaminhado ao sistema prisional.

Mãe estava no forró no momento do crime

Ainda de acordo com o sargento, Luana estava sozinha em casa no momento em que foi morta. A mãe tinha ido a um forró. Segundo populares, ela tinha o costume de sair à noite e deixar Luana, que era filha única, sozinha.

“Ela acompanhou o registro da ocorrência, confirmou que brigou com Miguelito, mas negou que tenha feito alguma macumba para ele. Em relação à filha, ela disse que sempre saía para curtir algumas festas de noite e não via problema nenhum em deixar a Luana sozinha”, disse.

A mulher, que não teve a idade revelada, foi conduzida a delegacia para prestar esclarecimentos.

A conselheira tutelar Roberta Júnia Sousa Pereira contou que a família era acompanhada pelo órgão desde 2013.

“Quando a Luana tinha dois anos fomos acionados pela Polícia Militar por causa de um registro de abandono de incapaz. Encontrei a menina no quartel da polícia com a pessoa que havia denunciado. O caso aconteceu em um fim de semana e não conseguimos localizar nenhum parente da criança, que chegou a passar a noite em um abrigo”, explicou a conselheira a reportagem do Jornal O Tempo.

Um dia depois, tias maternas foram encontradas e ficaram com a menina. O Conselho Tutelar enviou um relatório ao Ministério Público para que a Justiça tomasse conhecimento dos fatos. Desde então, várias visitas na casa da vítima e conversas com os vizinhos foram feitas.

“Aparentemente estava tudo dentro da normalidade. Conversei com a diretora da creche que ela frequentava e fui informada que na escolinha a menina estava indo bem e que a mãe era presente. Não chegou mais nenhuma denúncia de abandono da Luana. Fizemos tudo que podíamos quando fomos acionados”, finalizou Roberta.

Polícia vai investigar se menina foi estuprada

No momento em que foi encontrada, a garotinha estava nua caída no chão. A Polícia Civil vai investigar se Luana sofreu abusos sexuais.

“Ele confessou o homicídio, mas não falou nada de estupro. No entanto, não é normal uma criança dormir totalmente sem roupa. Apenas os trabalhos periciais poderão confirmar se houve ou não o abuso”, explicou o policial.

Caso seja comprovado mais um crime, o bandido pode responder por estupro de vulnerável, com pena de oito a 15 anos de reclusão.

Moradores assustados com crime bárbaro

Moradores de Manhumirim, que tem cerca de 21.300 habitantes, amanheceram estarrecidos com o crime. O assunto tomou conta das conversas. Um amigo da família de Luana, que pediu anonimato, disse que no bairro Nossa Senhora da Penha estão todos revoltados.

“Era um ser inocente e foi vítima de um homem desse tipo. Ainda não sabemos qual será o horário de sepultamento. A vida vai cobrar o que ele fez com a Luana. Já a mãe, acredito que fique com remorso por ter deixado a filha sozinha”, disse o homem.

Já a comerciante Edna de Oliveira, de 71 anos, disse acreditar que o criminoso possa se arrepender do que fez. “Fiquei chateada com isso, mas quem somos nós para julgá-lo? Temos que pedir a Deus para que casos assim não aconteçam mais”, falou a idosa.

(Fonte: O Tempo / Reportagem: Carolina Caetano)



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