Fiasco com Note 7 pode custar US$17 bi à Samsung

Fiasco com Note 7 pode custar US$17 bi à Samsung

O montante é o que a empresa deixaria de ganhar com as vendas do smartphone, que teve sua comercialização suspensa pela segunda vez.

Segundo analistas, a Samsung venderia mais 19 milhões do Galaxy Note 7, não fossem os acidentes (Brian Green/Reuters)
Segundo analistas, a Samsung venderia mais 19 milhões do Galaxy Note 7, não fossem os acidentes (Brian Green/Reuters)

O pior recall da história da Samsung Electronics poderia custar à empresa até 17 bilhões de dólares (54,5 bilhões de reais) após a companhia suspender as vendas de seu carro-chefe Galaxy Note 7, pela segunda vez, na última segunda-feira.  O valor corresponde a 19 milhões desses smartphones que a companhia deixaria de vender, segundo cálculo de analistas do setor. O episódio sinalizaria um fim quase certo para o malfadado modelo premium.

A Samsung anunciou o recall de 2,5 milhões de aparelhos Note 7 no início de setembro, após numerosos relatos dos telefones pegando fogo. Na terça-feira, a crise se aprofundou: a empresa disse a operadoras de telefonia móvel para interromperem a venda ou troca do aparelho de 882 dólares e pediu aos usuários para desligarem seus telefones, enquanto investigava novos relatos de fogo em aparelhos substituídos.

Enquanto a principal vendedora de smartphones do mundo aguarda resultados de uma investigação por reguladores de segurança norte-americanos, alguns investidores e analistas preveem que a Samsung pode se desfazer do Note 7 e passar para modelos seguintes para limitar os danos financeiros e de reputação.

“No pior cenário, os EUA poderiam concluir que o produto é fundamentalmente falho e banir as vendas do dispositivo”, disse Song Myung-sub, analista da HI Investment Securities.

Os 17 bilhões de dólares, que equivalem ao total que seria vendido até o fim do ciclo de vida do Galaxy Note 7, é uma estimativa consideravelmente maior que as projeções anteriores de analistas, de perdas de 5 bilhões de dólares (16 bilhões de reais). Nesse último cálculo, havia a previsão de que a empresa sul-coreana voltaria a vender os aparelhos no quarto trimestre deste ano.

“Esse caso possivelmente matou a marca de produto Note 7”, diz Edward Snyder, da Charter Equity Research. E o dano econômico causado à empresa pode ser maior. “Nós achamos que o incidente com o Note 7 pode causar danos à demanda por outros modelos de smartphone da Samsung também”, diz uma nota da Nomura Brokers.

Ações da Samsung e da Apple

Após o comunicado da suspensão global das vendas, as ações de Samsung Electronics caíram, nesta terça-feira, 8,04% na Bolsa de Seul. Já os papéis da maior rival nesse segmento de celulares, a Apple – cujo iPhone é concorrente direto no segmento premium – atingiram o maior patamar de valorização desde dezembro na segunda-feira. As ações da empresa americana se valorizaram 1,7% na bolsa americana Nasdaq.

“Acreditamos que os problemas em andamento do Note 7 podem ajudar o mercado a preferir a Apple”, disse Kulbinder Garcha, analista do Credit Suisse. Ele estimou que um ganho de 5 por cento de participação no mercado de smartphones topo de linha pode ajudar o lucro por ação da Apple a subir até 7 por cento.

Desde meados de setembro, as ações da Apple acumulam valorização de cerca de 13% em meio ao otimismo sobre a demanda pelo iPhone 7 recém lançado.

A Samsung é a maior fabricante de smartphones do mundo em volume, com participação de cerca de 23%. A Apple tem cerca de 12%, segundo a empresa de pesquisa IDC.

(Com Reuters e EFE)



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