“O PSL terá candidato a prefeito em Teófilo Otoni”, diz o deputado eleito Coronel Sandro Lúcio

“O PSL terá candidato a prefeito em Teófilo Otoni”, diz o deputado eleito Coronel Sandro Lúcio

O Coronel Sandro Lúcio Fonseca foi eleito deputado estadual pelo PSL (Foto: Marcelo Metzker | ALMG)

— Por David Ribeiro Jr. —

O coronel Sandro Lúcio Fonseca é o mais novo deputado estadual eleito pelo Leste de Minas. Afiliado do PSL — o mesmo partido do presidente eleito Jair Messias Bolsonaro —, o deputado tem um histórico de bons serviços prestados à comunidade, em especial por sua atuação junto à Polícia Militar, onde está desde o ano de 1983. Em 1987 foi designado para servir como aspirante a oficial junto ao 19º Batalhão da Polícia Militar em Teófilo Otoni, onde permaneceu até o ano de 1993. Em 2004 foi novamente designado a voltar a Teófilo Otoni, dessa vez como comandante do 19º BPM, onde permaneceu até 2007. Em 2009 voltou à cidade como comandante da 15ª Região da Polícia Militar, à época recentemente fundada.

Assumindo-se como um conservador de direita, o Coronel Sandro defende o liberalismo econômico e a Educação como forma de transformação social. Antes da sua diplomação, na última quarta-feira (19/12), o deputado eleito conversou via telefone com o minasreporter.com, ocasião em que nos concedeu a seguinte entrevista:

minasreporter.com — Antes de tudo, desejamos que o senhor tenha um ótimo mandato, e que a sua atuação parlamentar seja proativa em defesa dos interesses do povo da nossa região.

Cel. SANDRO: Obrigado! É um prazer poder falar através deste importante meio de comunicação e de imprensa! É muito bom poder dizer a todos os seus leitores que a nossa região é muito importante e que vamos trabalhar sério em defesa dos interesses da nossa gente.

minasreporter.com — O Estado encontra-se em um verdadeiro buraco financeiro. O senhor já entrou em contato com outros colegas eleitos para a próxima legislatura visando uma plataforma para ajudar a salvar Minas Gerais do buraco?

Cel. SANDRO: Eu penso que esta deve ser umas das principais preocupações de cada um de nós mineiros. Como sabemos, não há como separar esse caos econômico em que o Estado se encontra, da gestão temerária, pra não dizer incompetente, empreendida pelo Partido dos Trabalhadores à frente do Governo de Minas Gerais. Em contato com o governador eleito, Romeu Zema explicou que uma das suas principais preocupações é exatamente adotar medidas para num curto espaço de tempo tirar o Estado dessa situação. A primeira coisa a se fazer é retornar o pagamento integral dos funcionários públicos e acabar com esse parcelamento. Essa é a prioridade do governador eleito porque o funcionário público trabalha e tem que receber o seu salário. Outra constatação: o Estado gasta mais do que arrecada. Então precisamos de um plano para funcionar de forma eficiente. O plano proposto pelo governador Zema é cortar gastos, empreender a venda de estatais mineiras numa ampla privatização de tudo que é usado como cabide de emprego. É um fato que o Estado não é um bom gestor; sendo assim, é preciso reduzir as despesas e cortar cargos que são usados como cabides de emprego… só isso já é um bom começo para fazer economia e cortar gastos. A partir daí precisamos reinvestir na atividade econômica para o Estado poder crescer, ampliar a arrecadação e assim fazer com que tudo volte à normalidade.

minasreporter.com — Atualmente, uma das maiores preocupações da população é com relação à saúde pública. O senhor tem alguma proposta para terminar as obras paralisadas dos hospitais regionais de Teófilo Otoni e Governador Valadares, e para melhorar o atendimento na saúde geral, que está um enorme caos?

Cel. SANDRO: O problema da saúde pública não é só de Teófilo Otoni, de Governador Valadares ou do Leste de Minas. Hoje nós temos problemas de saúde em todo o Estado e no Brasil inteiro. A gestão da saúde pública é muito ruim; há muita corrupção. Parece que o Brasil se estruturou através da corrupção. Com isso, estão sendo drenados os recursos que deveriam ser destinados ao atendimento do povo. A questão não é conjuntural; ela é estrutural. Hoje tem-se no Brasil uma centralização muito grande de recursos na União que concentra praticamente a arrecadação de 70% dos tributos; os Estados e Municípios dividem apenas 30%, embora eles é que estejam com a maior parte da responsabilidade da prestação de serviços. Então, tem que se fazer uma reforma no Estado, rever o pacto federativo, encontrar uma maneira de fazer com que os recursos sejam devidamente destinadas ao Estado para investir na saúde pública, porque esse modelo que temos hoje no Brasil, em que o prefeito e os deputados vão ao Governo Federal para liberar recursos é uma porta aberta para a corrupção. Até porque a partir daí cada etapa dos recursos vão sendo desviados, e isto é um grande problema. Outra questão é fazer uma gestão mais eficiente e possibilitar que a iniciativa privada participe do atendimento à saúde para que o Estado tenha condições de dar tudo. Infelizmente, as ações dos governos nos últimos trinta… quarenta anos de esquerda, não possibilitaram um atendimento de qualidade à população. O Brasil arrecada muitos tributos, mas a União é o destino de praticamente todas essas verbas. O Estado e os Municípios ficam com um montante do tamanho de um “ratinho”. A ideia nova para o Brasil é o liberalismo econômico, a redução do Estado, a redução do número de servidores públicos e a possibilidade para que a iniciativa privada participe da vida nacional sem amarras, sem burocracia e sem um modelo diferente desse que foi empregado principalmente pelo PT nos últimos anos no nosso país.

minasreporter.com — O prefeito de Itinga, Adhemar Filho, fez duras críticas à atual composição da Assembleia. Há quem diga que se o governador tivesse confiscado recursos do Legislativo, como fez dos municípios, já teria sido instaurada uma CPI. O senhor não pensa que já está na hora de os deputados cuidarem mais do povo de Minas e menos dos seus próprios interesses?

Cel. SANDRO: Essa crítica do prefeito Adhemar, e de muitas outras pessoas também, se refere a uma tentativa de criar, na Assembleia, um fundo extraordinário. Esse fundo nada mais era do que uma maneira de enganar todos os prefeitos de Minas Gerais. Em essência, esse fundo seria composto por várias receitas, mas a principal delas eram as perdas que o Estado teve com a Lei Kandir. Para se ter uma ideia, essa questão da Lei Kandir se arrasta desde os anos 2000 e não há sequer previsão no orçamento da União para 2019 de recursos para suprir essas perdas. O governador tem deixado de pagar várias contas e imaginou que poderia lançar tudo isso como restos a pagar de 2018; ou seja: os mais de R$ 9 bilhões de repasses que o Governo tem que fazer, e a maioria é para Prefeituras, seriam supostamente pagos com esse fundo composto por uma receita que não existe. Isso é simplesmente um absurdo. Estão enganando os prefeitos. O meu advogado esteve trabalhando com uma ação para impedir a tramitação dessa lei na Assembleia Legislativa, mas ela não teria como ser aprovada e foi removida. Eu entendo que o Estado vai ter que arrumar uma maneira de pagar o que deve ao invés de jogar todas essas dívidas em um fundo fantasma. Sou solidário aos prefeitos; o governo de Minas Gerais está dando amostras de que é irresponsável e que não quer assumir o compromisso de fazer os repasses que tem que fazer. Digo aos prefeitos de Minas que podem contar comigo nessa luta; a minha parte eu estou fazendo. Se o fundo não tivesse sido retirado da pauta, eu entraria com uma ação para impedir a tramitação ou para tirar essa lei do ordenamento jurídico. A proposta em si de criação desse fundo, embora não aprovado, era uma imoralidade para com as prefeituras e com o povo de Minas, que precisa desses recursos para a Saúde, a Educação e o custeio da máquina pública.

minasreporter.com — Uma das suas propostas, enquanto candidato, era investir em educação de qualidade, assim como já ocorre nos colégios Tiradentes geridos pela Polícia Militar. Mas, tendo em vista essa dificuldade financeira que o Estado atravessa, ainda será possível manter a sua proposta?

Cel. SANDRO: Antes de responder à sua pergunta, vou apresentar algumas informações sobre a educação brasileira. A nossa educação é uma porcaria, e de uns vinte anos para cá as coisas pioraram muito. Os alunos não conseguem fazer uma operação matemática simples; nossos alunos não conseguem ler e interpretar um texto adequadamente, por menor que ele seja. Um exemplo disso é o PISA (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes). No último resultado que eu vi… se não me engano, de 2016, dos 76 países participantes, o Brasil era o 63º, quase o lanterninha. Esse modelo adotado no Brasil pela esquerda, em que o aluno tem toda a liberdade, e pode até desacatar o professor, e a escola não toma providência, é muito ruim para o país. Há, também, a questão da progressão. O aluno não sabe nada e vai progredindo de série em série e, quando chega no 2º grau e na faculdade, ele não dá conta, não tem condição nenhuma de competir. Isso tem que mudar no Brasil. A esquerda arrebentou a educação brasileira nos últimos tempos. Nós perdemos gerações. Como você bem lembrou, a minha proposta é a de ampliar o número de escolas militares, pelo menos triplicar o número de Colégios Tiradentes. Isso é possível com investimentos em ações de eficiência. Na verdade, basta colocar disciplina, metodologia, gestão, eficiência e acompanhamento e acabam-se os problemas. As escolas militares de Minas Gerais são as melhores entre as escolas públicas. Eu proponho cuidar delas com muito carinho; vou me esforçar para isso, pois é um ganho para toda Minas Gerais. Vamos garantir melhores escolas para nossos estudantes. Vou ser um vigia muito chato de escola. Eu defendo que o professor tem que ser bem-remunerado, além de ser reconhecido, mas eu também não admito que o professor fique doutrinando aluno em sala de aula, e o que é pior: só doutrinação de esquerda, erotizando precocemente nossas crianças. Vou criar em meu mandato um canal de denúncia porque o professor ou professora que estiver fazendo isso, doutrinando, erotizando precocemente, e não cumprindo o papel dele, vai sentir o peso de um deputado estadual atuando. Vou fazer, também, tudo para valorizar os professores, porque são os professores que ensinam a nossa geração que vai cuidar do Brasil no futuro.

minasreporter.com — O senhor teria dito em uma entrevista à Rádio Super que pretende acabar com toda a ideologia de esquerda no País. Mas isso também não acabaria com a oposição sistemática no Brasil?

Cel. SANDRO: Eu não disse que quero “acabar” com a esquerda. Eu disse que quero “exterminar” a esquerda, mas, que fique bem claro, apenas no campo das ideias. O que quero é mostrar que as ideias de esquerda são ruins. As ideias de esquerda não contribuem para o enriquecimento das nações; elas empobrecem as pessoas, escravizam as pessoas, não permitem que as pessoas progridam por mérito próprio, pois tornam todas as pessoas dependentes do Estado, e todos sendo nivelados por baixo, como ocorre na Venezuela, em Cuba e outros países de esquerda, onde as pessoas estão lá à mercê dos tiranos, e ainda dizem que estão em uma democracia. Na verdade, essas pessoas estão morrendo e sendo assassinadas pelos governos. Nesses lugares você não tem liberdade para fazer uma crítica ou comentar qualquer coisa contra o Governo; Nesses lugares as pessoas morrem de fome e, infelizmente, você acha gente aqui no Brasil, onde a liberdade é total, defendendo essa ideologia criminosa que só produz ditadores e mortes. Sim, meu mandato estará à disposição do extermínio da esquerda, mas insisto que apenas no campo das ideias.

minasreporter.com — O senhor foi candidato por toda a região Leste/Nordeste de Minas. Os Vales do Mucuri e Jequitinhonha são considerados a quarta região mais miserável do planeta. O senhor pretende desenvolver algum tipo de projeto para ajudar alavancar o desenvolvimento desta região?

Cel. SANDRO: Com toda certeza! O principal projeto que eu tenho para o Vale do Jequitinhonha, que, como você disse, talvez seja a quarta região mais pobre do planeta, é começar a falar a verdade para as pessoas. É preciso ter coragem para dizer à comunidade do Vale que a pobreza da região não vem de agora. Vem desde quando o primeiro assentamento chegou à região, e desde então esse povo está sendo alvo de mentiras de políticos. Sabe por que? Porque ninguém fala a verdade. Dizem que vão levar empresas e desenvolvimento, e isso é tudo mentira. É mentira porque as empresas, para se instalarem, querem ter como escoar a produção. E isso é impossível por falta de infraestrutura de mobilidade urbana. Não tem aeroporto; não tem estrada… não tem nada. A primeira coisa que um empresário avalia para levar sua empresa para um lugar é a possibilidade de mobilidade. Como um empresário vai apostar numa região onde o avião dele não tem onde pousar? Faz muito tempo que não se fala a verdade para as pessoas do Jequitinhonha e elas ficam sem informação. Quando a gente resolve valorizar a mobilidade e a possibilidade do transporte, você passa a ter como levar desenvolvimento para as pessoas. Do contrário, tudo vai continuar a mesma coisa. Tenho uma atenção toda especial para com o Vale. Vamos trabalhar muito para resolver essa situação aí.

minasreporter.com — Mais uma vez, parabéns pela vitória e pelo mandato que está para começar! Nós do minasreporter.com lhe desejamos sucesso.

Cel. SANDRO: Eu agradeço. E, aproveitando, quero falar sobre a situação política em Teófilo Otoni. Eu quero deixar uma informação: O nosso partido, o PSL, terá candidato a prefeito em Teófilo Otoni e, se depender de mim, em todas as cidades de Minas Gerais onde sou majoritário pelo PSL. Teremos um candidato a prefeito com um perfil do nosso presidente, Jair Bolsonaro, para fazer uma formação completa.



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