O maior desafio do prefeito Marinho: Entre a liderança histórica de Teófilo Otoni na região, e o papel de coadjuvante do Vale do Lítio

O maior desafio do prefeito Marinho: Entre a liderança histórica de Teófilo Otoni na região, e o papel de coadjuvante do Vale do Lítio

O maior desafio do prefeito MARINHO à frente da Administração Pública de Teófilo Otoni é garantir que a cidade não perca a sua relevância regional. Entenda isso no editorial abaixo (foto: Reprodução)

— Por David Ribeiro Jr. —
Teófilo Otoni

Eu realmente não sei por que ninguém está falando sobre isso, mas como nunca fui de seguir manada, vou tocar o dedo na ferida: Ao contrário do que andam dizendo por aí, o maior desafio enfrentado pelo prefeito Marinho (PL), ou a ser enfrentado, não é o déficit público encontrado por sua Administração. Isso é grave. Mas com o tempo, e com responsabilidade fiscal, vai se ajustar.

Talvez o maior desafio da gestão do prefeito Marinho… aliás, o que mais lhe exigirá visão estratégica e capacidade política, seja aquele sobre o qual poucos estão falando: o lugar de Teófilo Otoni no novo mapa de desenvolvimento do Nordeste Mineiro, que agora gira em torno da chamada “Rota do Lítio” a partir do Vale do Jequitinhonha.

Com a crescente exploração do lítio em Araçuaí, Itinga e, em breve, Salinas, o Vale do Jequitinhonha se tornou a menina dos olhos do Governo de Minas e de investidores nacionais e internacionais…

E que fique claro: Não estou trazendo este assunto a título de competição regional, muito menos de ressentimento. É claro que não! Ao contrário disso, compreendo que todo avanço que venha para o Vale é motivo de celebração — afinal, o Nordeste Mineiro sempre mereceu mais atenção do que recebeu.

O problema, e é o que motiva esse meu editorial, ou alerta, está no silêncio. O silêncio administrativo, político e estratégico diante da ameaça real de Teófilo Otoni perder sua posição de cidade-polo. A cidade, que historicamente centralizou serviços públicos, comércio, educação e saúde, agora corre o risco de ser apenas um ponto de passagem. E isso já pode ser sentido nos movimentos sutis, mas contundentes, que estão em curso.

Atualmente, o Governo do Estado só tem olhos — e investimentos significativos — para o Vale do Lítio; se está vindo uma ferrovia para a nossa região… é por causa do Vale do Lítio. Hoje, tudo no Nordeste Mineiro gira em torno dessa “Rota do Lítio”.

Enquanto o Hospital Regional de Teófilo Otoni levou cerca de quinze anos para ter as suas obras concluídas — e só foram concluídas graças à capacidade de articulação do deputado estadual Neilando Pimenta, que até o terreno doou para o empreendimento público —, em Araçuaí, um grupo de empresários trabalha com afinco para inaugurar, já no próximo ano, um hospital público-privado com vocação regional. O nome escolhido diz tudo: “Hospital Regional de Araçuaí”.

E vale a pena lembrar que o recurso utilizado pelo Governo do Estado para concluir a obra do nosso Hospital Regional veio da indenização bilionária paga pela Vale como penalidade pelo desastre ambiental de Brumadinho (leia mais aqui). Ou seja: Se não fosse a tragédia, e os bilhões gerados de indenização, o Hospital Regional de Teófilo Otoni estaria com suas obras paralisadas até hoje.

Tudo o que está acontecendo no Vale do Lítio traduz uma mudança de eixo que já é reconhecida por fontes do próprio Governo de Minas. Segundo fontes ligadas à Cidade Administrativa, Itinga e Araçuaí devem formar, nas próximas duas décadas, um único núcleo urbano com capacidade de liderar o desenvolvimento da região. Algo que, em outro tempo, seria atribuído quase que automaticamente a Teófilo Otoni.

Diante desse cenário, o município tem apenas dois caminhos: Ou encontra um papel ativo dentro da nova lógica do lítio — se inserindo como elo estratégico da cadeia produtiva e de serviços (o que nunca conseguiu com o comércio gemológico regional) — ou se resigna à condição de coadjuvante, sustentada apenas por uma herança de protagonismo que já começa a desbotar.

A história nos mostra que cidades que não se reinventam, desaparecem. A pergunta que fica é: qual será o legado da gestão atual diante dessa encruzilhada?

Eu, de minha parte, torço muito para que Marinho acerte, já que o acerto dele representará o progresso para todos nós. O contrário disso, ou seja: o erro dele, representará o atraso para todos nós. Que responsabilidade!

Como eu sempre digo:

“Quem viver, verá!”

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Por David Ribeiro Jr.

David Ribeiro Jr. é editor-chefe do Portal minasreporter.com

E-mail: davidsanthar@hotmail.com



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