Minas completa um ano do início da vacinação contra covid

Minas completa um ano do início da vacinação contra covid

“Os casos que temos hoje no hospital são de pessoas não vacinadas”, alerta a primeira imunizada em Minas, a técnica de enfermagem Cecé

Exatamente um ano após o início da maior operação de vacinação da historia de Minas, a primeira vacinada contra a covid-19 no Estado, a técnica de enfermagem do Hospital Eduardo de Menezes (HEM), Maria Bom Sucesso Pereira, a Cecé, de 58 anos, faz um apelo à população para que não deixe de ser imunizada. Ela recebeu a primeira dose no dia 18 de janeiro do ano passado, no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, na presença de jornalistas e do governador Romeu Zema.

“Vacina boa mesmo é vacina no braço. É a certeza que a gente tem de que está imunizado contra a doença. Então, todo mundo deveria tomar. Naquela ocasião não foi só uma luz no fim do túnel, foi um clarão em Minas Gerais. Foi a partir de mim que as pessoas ficaram sabendo da chegada da vacina”, destaca.

União e cuidados

No início da pandemia, conta a técnica de enfermagem, tudo foi muito assustador. Para evitar o risco de contaminar a família, Cecé chegou a deixar a casa em Caeté – onde moram 12 pessoas – e se isolou na casa da irmã, em Belo Horizonte. No hospital, a união da equipe e o reforço dos cuidados também fizeram a diferença para evitar o contágio. Não por acaso, destaca ela, o HEM, da Rede Fhemig, não registrou nenhuma morte por covid de técnico de enfermagem.

Cecé ficou longe da família por sete meses, até tomar a segunda dose do imunizante. E o esforço, garante ela, valeu a pena. “Eu trabalho em um hospital de referência. E, nesse tempo todo, ninguém da minha casa teve a doença. Tudo isso mantendo vacinação, uso de máscaras e álcool 70%. Ou seja: é eficaz”, ressalta.

A técnica de enfermagem, que tomou a terceira dose em outubro de 2021, lembra que ainda há um receio de parte da população sobre aplicar ou não o imunizante.

“A vacina cura sim, gente. Estávamos lidando com um vírus que muda a cada instante. Quanto mais vacinados a gente tiver, melhor”, enfatiza. ​”Tenho muita gratidão e peço a todo mundo que ainda não tomou a segunda dose para procurar os postos de saúde. E quem ainda está na dependência da terceira dose, não deixe de tomar, porque realmente os casos que a gente está tendo aqui no hospital são de pessoas que não foram vacinadas ou que só tomaram uma dose, não concretizaram o esquema vacinal. A vacina salvou muitas vidas”, salienta.

Na data que marca o aniversário do início da campanha de vacinação contra a covid, Cecé reforça, ainda, que é o momento de as pessoas não pensarem em si próprias, mas nos outros. “A gente está protegendo é a nossa família, o filho que ainda não vacinou, a mãe que é idosa e do grupo de risco, a irmã hipertensa”, diz, enfatizando que, agora, com a vacinação das crianças de 5 a 11 anos, os país ou responsáveis devem  levar os pequenos aos postos de saúde para a aplicação da dose.

“Agora com a vacinação completa, só não dá para ir para o abraço, mas chego lá”, garante Cecé.

Crianças

Quase um ano depois do início da vacinação contra a covid em Minas, foi a vez do garotinho Miguel Bittencourt, de 10 anos, morador de Vespasiano, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, ser a primeira criança de 5 a 11 anos a tomar a vacina no estado.

Mais uma vez, o governador Romeu Zema fez questão de acompanhar o momento e incentivar a imunização. A expectativa é que 1,8 milhão de crianças sejam imunizadas no estado.

Proteção

O secretário de Estado da Saúde de Minas Gerais, o médico Fábio Baccheretti, comemora o avanço da imunização no estado e faz uma apelo às pessoas que ainda não se vacinaram para que o façam o mais rápido possível. Ele lembra que a vacinação começou em 18 de janeiro de 2021 de forma lenta com a CoronaVac e, posteriormente, com a AstraZeneca também.

“Por isso, vicenciamos uma nova cepa, que era a Gama, que foi um terror em março e abril do ano passado, com muitos óbitos diários. Ultrapassávamos 400 mortes diárias, era uma tristeza muito grande. E, apesar de assustador o número de casos novos agora, a gente tem a vacina. Percebemos claramente que não vamos passar nem perto do que vivemos naquela época”, observa. “Então, temos que comemorar”, enfatiza.

Baccheretti salienta que é necessário acabar com o discurso de achar que é uma vacina experimental, já que é testada em três fases. “É uma tecnologia que tem que ser comemorada. E temos que celebrar a vacina a todo momento. Então, quem ainda não tomou a vacina, que a tome agora. Quem não tomou o reforço, que são quase 3 milhões de pessoas, que tome o seu reforço, pois só assim você vai se proteger. E nossas crianças de até 11 anos, graças a Deus chegou a hora. Papai, mamãe, todo familiar que puder levá-las, leve logo, para a gente virar essa página de vez”.

O secretário de Saúde ressalta ainda que, embora uma variante como a Ômicon seja muito infectante, há uma projeção muito positiva com uma boa imunização. “A vacina é a solução. E quem não vacinou e já pode se vacinar, tome a sua dose”, reforçou.

Vacinômetro

Dados do vacinômetro em Minas mostram que o estado já recebeu até agora do Ministério da Saúde 40.048.859 doses de vacina da covid. Além disso, o estado atingiu a marca de 87% da população acima de 12 anos com as duas doses ou dose única. E 21% já receberam o reforço.

Para alcançar esses números, também foi fundamental o apoio logístico e operacional das Forças de Segurança do Estado. Por determinação do governador Romeu Zema, todas as aeronaves, aviões e helicópteros foram mobilizados para ajudar a abastecer as 28 regionais de Saúde com a maior agilidade possível, inclusive em áreas rurais, comunidades quilombolas e indígenas dos 853 municípios mineiros.



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