GABRIEL GUSMÃO: “Se depender de mim, vamos conseguir mudar a vida dos teófilo-otonenses”

GABRIEL GUSMÃO: “Se depender de mim, vamos conseguir mudar a vida dos teófilo-otonenses”

GABRIEL GUSMÃO está servindo à comunidade em seu segundo mandato de vereador no município de Teófilo Otoni (foto: SANTHAR/minasreporter.com)

— Por David Ribeiro Jr. —
TEÓFILO OTONI

Aos 29 anos, Gabriel Gusmão (Republicanos) está em seu segundo mandato como vereador do município de Teófilo Otoni. Autointitulado “vereador independente” — ele faz questão de dizer que, embora não faça parte da base de sustentação ao governo do prefeito Daniel Sucupira na Câmara Municipal, também não se considera, necessariamente, de oposição. Formado em Direito, Gabriel tem uma postura bastante incisiva ao defender que as ações políticas sejam rigorosamente embasadas na letra da lei. Ao receber o minasreporter.com em seu gabinete, o vereador comentou um pouco da sua atuação parlamentar ao longo dos últimos quatro anos e de quais são as suas expectativas neste novo mandato.

Acompanhe a entrevista, a seguir.

MINAS REPÓRTER — Como você avalia os quatro primeiros meses do seu segundo mandato de vereador?

GABRIEL GUSMÃO: Em uma autoavaliação, eu diria que estou feliz com o trabalho que temos realizado. No meu primeiro mandato de vereador pude aprender muito com os erros que tive; pude ter mais inteligência com o uso das palavras; aprendi a me posicionar melhor, e, nesses quatro meses do segundo mandato, nós fizemos unir tudo que vivi nos últimos quatro anos para poder praticar um mandato ainda mais ativo, com mais coesão, tentando traduzir os sentimentos das pessoas através dos meus atos aqui na Câmara Municipal. O objetivo é dar ouvidos e também voz à população. Consegui trazer emendas parlamentares na ordem de R$ 400 mil juntamente com os vereadores independentes. Juntos, os recursos trazidos por nós já somam mais de R$ 2 milhões. Conseguimos propor vários projetos de lei que, verdadeiramente, vão impactar a vida das pessoas. O que tem pesado é que a gente ainda tem uma restrição que impede a discussão ampla sobre alguns temas importantes por causa da pandemia. Por causa do isolamento, não podemos fazer as reuniões para decidir projetos em prol da robustez de Teófilo Otoni, mas, no aspecto geral, nesses quatro meses conseguimos trazer tudo que aprendemos nos últimos quatro anos e vislumbro um resultado inicial até agora bastante positivo, pelo menos na minha autocrítica. É óbvio que ainda temos algumas dificuldades, mas, certamente, ao longo dos próximos anos que virão conseguiremos corrigir aquilo que nós percebermos de errado. Temos de corrigir.

MINAS REPÓRTER — Nos últimos quatro ou seis anos houve uma explosão de novos nomes de pessoas muito jovens aparecendo na política Brasil afora, e isso em todos os espectros político-partidários. Você é, certamente, um dos expoentes dessa nova geração de políticos em Teófilo Otoni. Isso faz aumentar a sua responsabilidade enquanto agente público?

MINAS REPÓRTER — Muita gente tem apostado numa iminente possibilidade de afastamento do prefeito Daniel Sucupira. Essa expectativa toda tem, de algum modo, influenciado o trabalho da Câmara Municipal?

GABRIEL GUSMÃO: Bem… antes de mais nada, temos que ter compromisso com a cidade. Quando nós vencemos a disputa eleitoral e recebemos o diploma de vereador, e tomamos posse, recebemos da população um mandato. O povo nos outorgou a responsabilidade de representá-lo. Nós, independente de qual for o resultado dos processos envolvendo o atual prefeito, independente de questões de cunho político-partidarista, sempre tentamos fazer aqui no nosso gabinete o que for melhor para a nossa população, seja através dos nossos requerimentos, através dos nossos projetos de lei, através dos nossos trabalhos de investigação, e até mesmo através dos nossos pedidos de emendas parlamentares; cito isso porque assumi uma postura desde a primeira parte do mandato passado de “independente”; Muita gente até me chama de vereador da oposição, mas, carinhosamente, eu questiono esse adjetivo de opositor porque eu trago recursos para o município; eu contribuo com as minhas emendas e projetos de leis propostos pela Prefeitura. Temos que estar preocupados com a nossa cidade, independente de qual resultado [com o prefeito].

MINAS REPÓRTER — Teófilo Otoni tem uma tradição na Administração Pública de os prefeitos conseguirem maioria para sustentar os seus governos na Câmara Municipal. Isso facilita a aprovação de projetos, indiferentemente da ideologia partidária do chefe do Executivo, mas também atrapalha muito ao trabalho dos vereadores de oposição. O fato de ser um vereador independente, ou de oposição, como a grande maioria te vê, atrapalha a sua atuação?

GABRIEL GUSMÃO: De acordo com a forma que eu me propus a trabalhar, não. Temos um compromisso com a cidade. Agora… eu nunca vou deixar de me dirigir a Belo Horizonte ou a Brasília para pedir recursos para a saúde, por exemplo, onde consegui R$ 500 mil. Vereador de oposição costuma dizer “não manda” nada para a minha cidade porque sou de oposição. Eu, Gabriel, penso diferente. Entendo que não estou mandando dinheiro para o prefeito. Estou mandando dinheiro para a minha cidade, para a minha gente e para a melhoria da minha cidade. Eu sempre faço o seguinte comentário: Nós temos um conjunto de ações praticadas pelo prefeito; as pessoas me chamam de opositor porque eu não concordo com mais da metade das coisas que o prefeito faz, tanto do ponto de vista político-ideológico quanto do ponto de vista da gestão dos rumos da cidade; mas em muita coisa temos contribuído. Eu acho que hoje temos de tentar desmistificar a polarização que eles tentam pregar na sociedade. Temos que perceber que estamos todos no mesmo barco. Não adianta de que lado você está, a pandemia veio pra nos mostrar isso. Portanto, não é ideologia política que vai nos fazer ficar parados. Precisamos todos trabalhar por melhorias para a cidade.

MINAS REPÓRTER — Uma das polêmicas que tomou conta da cidade nos últimos dias foi a contratação de um escritório de Advocacia em Belo Horizonte por R$ 300 mil enquanto temos cerca de onze procuradores no Município. Como o senhor encara essa contratação?

MINAS REPÓRTER — Você conviveu dentro de casa com uma especialista em Epidemiologia, que é a sua própria mãe [Maria Izabel Dias Svizzero]. Imagino que conversem muito sobre o atual momento que estamos vivendo. E, com base nisso, qual a sua avaliação da condução da pandemia?

GABRIEL GUSMÃO: Conversei muito com a minha mãe. Ela, além de minha referência como pessoa, me criou e é o maior amor da minha vida. Ela é uma referência pra mim e pra muitas pessoas, profissionalmente falando. Nós avaliamos que não podemos aceitar transferência de responsabilidades. Na verdade, a maiorias das pessoas não sabe a forma que a saúde pública do Brasil é financiada. Cada ente federativo tem suas responsabilidades, mas a gente vê algumas pessoas tentando transferir algumas das suas responsabilidades. Não estou tentando entrar no mérito dos gestores de outros níveis; não quero falar do trabalho do governador ou do presidente, mas eu, como vereador do município de Teófilo Otoni, tenho a obrigação de fiscalizar e avaliar o gestor municipal. Eu pude visitar o Hospital Eliane Marques, em Ipatinga, e vi que o prefeito de lá, o Gustavo Nunes, conseguiu equipar e colocar à disposição da população em 15 dias um hospital de campanha com 20 leitos de UTI que já estavam sendo utilizados e estavam no aguardo de homologação de mais 10 leitos de UTI. Isso não foi ninguém que me falou. Eu estive lá e divulguei isso nas nossas redes sociais… tudo feito em 15 dias pelo prefeito. Esse é um exemplo que eu dou para justificar a minha opinião em relação à condução dos trabalhos aqui. Fomos uma das regiões que mais demorou a implantar um protocolo de atendimento hospitalar. Tivemos um médico da própria rede SUS que ficou mais de 30 minutos dentro da ambulância do SAMU rodando com os profissionais do SAMU, pois não tinha um protocolo de atendimento. Esses são problemas que não podem ser transferidos; isso é um problema de gestão de e organização do nosso município que deveria ser melhor tratado aqui no nosso município. Posso citar rapidamente, ainda, o uso de recursos. Vimos as barreiras sanitárias implantadas no município, mas na maioria das vezes as tendas estão inoperantes. Cada tenda daquela tem um aluguel de R$ 300,00 por dia desde março do ano passado. São mais de R$ 200 mil… e que mesmo assim não é nada perto dos R$ 55 milhões que recebemos. Mas não deixa de ser um exemplo de mal uso dos recursos durante a pandemia, de mal aproveitamento daquilo que chegou até nós. Todo mundo sofreu com a falta de insumo, mas quem mais se deu bem, e mais conseguiu minimizar os efeitos da pandemia, foram os gestores que tiveram humildade e sensibilidade de aceitar a opinião das pessoas, e que não centralizaram de forma ditatorial a organização e a propositura da metodologia de combate e enfrentamento da COVID.

MINAS REPÓRTER — Neste ano você começou a procurar as entidades classistas de representação empresarial para propor uma parceria a fim de alavancar um grande projeto sociodesenvolvimentista para Teófilo Otoni. Na prática, em que consiste esse projeto?

MINAS REPÓRTER — Qual o futuro do homem público Gabriel Gusmão?

GABRIEL GUSMÃO: Eu decidi me candidatar em 2016 com a intenção de transformar a vida das pessoas. Infelizmente, a gente vê muitas pessoas que adentram nesse mundo político para transformar apenas as suas próprias vidas. Eu, de minha parte, não vejo nenhum sentido nisso. O universo da vida privada é muito maior que o universo da vida pública. Eu acho que quem se dispõe a colocar seu nome, abrir a porta de sua casa, expor a sua família, investir em um cargo eletivo, tem que estar preparado para todas as adversidades e tem que estar pronto para assumir as responsabilidades e tentar transformar a vida das pessoas. Eu acho que cumprimos um primeiro mandato dentro das nossas expectativas, conseguimos ser reeleitos para o mandato 2021-2024 com mais do dobro de votos. O futuro do homem público de Teófilo Otoni agora, se depender de mim, é continuar fazendo o meu trabalho, cumprindo com o meu papel, mas agora não mais apenas falando bonito em entrevistas, e sim do ponto de vista prático. Está nas mãos do povo. Se a população de Teófilo Otoni achar que o nosso trabalho continua sendo a forma certa de trabalhar, eu penso sim em voos mais altos. A maioria das nossas crianças nascem e se desenvolvem com a cultura de serem um jogador de futebol. Eu me formei em Direito, estudei, estou fazendo MBA em Gestão Pública, estou cumprindo meu segundo mandato de vereador, e meu sonho é ser presidente da República. Sei dos meus limites, sei aonde posso ir e com quem me envolver, não vou me dar por entregue, mas sei que, em tudo que fizer, serei julgado. Estou sendo julgado 24 horas por dia, mas acredito que dentro dos princípios que nasci com eles, acho, sim, que vou continuar com esse propósito, mantendo essa filosofia de trabalho e, como eu disse, meu sonho é ser presidente da República. Mas isso passa pelas mãos da nossa cidade. É aquele velho clichê: “O futuro a Deus pertence”. Mas, se depender de mim, vamos conseguir mudar a vida das pessoas de Teófilo Otoni. O nosso trabalho tende a ser reconhecido pelas pessoas e espero que possamos ter sucesso nas nossas próximas tentativas de candidaturas que vierem, e pode ter certeza de que virão, não só na esfera municipal, mas de repente na esfera estadual e também na espera federal.

MINAS REPÓRTER — Enquanto isso, ainda dá pra acreditar em Teófilo Otoni?

GABRIEL GUSMÃO: Com certeza! Teófilo Otoni não pertence a mim, não pertence a nenhum dos vereadores, muito menos ao prefeito. Teófilo Otoni pertence ao seu povo. Quando eu rodo o Estado visitando as pessoas e digo que sou de Teófilo Otoni, muita gente que já passou por aqui, e que conhece o teófilo-otonense, me dize sempre que somos uma das cidades mais receptivas e mais calorosas do Estado. O que falta agora, e eu bato sempre nessa tecla, é o poder público adotar uma postura desenvolvimentista para retribuir à população, colocando Teófilo Otoni mais uma vez no caminho do desenvolvimento, no lugar de destaque, principalmente no que diz respeito ao ponto de vista comercial e empresarial, à geração de emprego e renda, e, claro, à qualidade de vida das pessoas. Temos que acreditar, sim, em nossa cidade. É aqui que nós nascemos, fomos criados, inclusive é aqui que quero criar aos meus filhos; aqui quero desenvolver a minha vida e tenho certeza de que o nosso povo merece continuar sorrindo e ter esperança de dias melhores.



Deixe seu comentário

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie.