— Por David Ribeiro Jr. —
Quando candidato, o governador Romeu Zema fez questão de alardear que queria que o seu governo fosse marcado pela presença das melhores pessoas e do corpo técnico mais qualificado possível para ocupar os cargos disponíveis na estrutura administrativa do Estado. Foi graças a declarações como esta que ele conseguiu superar a poderosa máquina petista no Estado, vencer o então governador Fernando Pimentel, e garantir uma vaga no 2º turno das eleições de 2018. Foi ainda graças a declarações como esta que conseguiu vencer o então franco-favorito Antonio Anastasia e se consagrar governador de Minas Gerais numa vitória esmagadora no 2º turno. Ponto.
Antes que alguém me interprete mal, eu também concordo plenamente com as declarações do governador neste sentido. Eu também penso que às vezes é preciso deixar a política de lado e dar condições para que pessoas com perfil técnico ocupem as vagas que há disponíveis no Estado pelo bem da eficiência administrativa.
Há algumas semanas fiz questão de elogiar aqui neste blog a nomeação de Maria Helena Costa Salim para se manter à frente da Superintendência Regional de Ensino. E mantenho tudo o que escrevi naquele editorial. Não importa a qual partido Maria Helena pertença. O que está em jogo é a sua condição da dar seguimento a um trabalho técnico. Zema fez muito bem.
Mas e quanto aos outros cargos do Estado na região? Quando serão preenchidos? Quem, por exemplo, deverá ocupar a Gerência Regional de Saúde? Quem ficará à frente da unidade regional do Idene? Quem será o assessor-representante do governador no Vale do Mucuri? Quem ficará à frente do SERVAS?
Eu entendo que o governador queira passar uma imagem de austeridade e, por isso, esteja evitando fazer contratações antes de regularizar a folha de pagamentos e os repasses às prefeituras. Mas algumas funções, pelo bem da governabilidade, não podem ficar descobertas. As que eu mencionei no parágrafo anterior são alguns dos casos.
E já que Zema quer demonstrar que o seu governo é ético, é diferente, é comprometido com a eficiência gerencial, quero sugerir aqui um nome que traria respeito ao governo e que ganharia a simpatia de parte da população. Trata-se do ex-vereador e médico Dr. Jorge Medina, atual presidente do PSB em Teófilo Otoni.
E, assim como ocorreu no caso do texto que escrevi defendendo o nome de Maria Helena, quero deixar bem claro que não tenho nenhum interesse pessoal na nomeação de Jorge Medina para cargo algum. Eu não o consultei para escrever este artigo e não sei sequer se ele aceitaria um eventual convite. Só o indico aqui porque entendo que é um homem sério, que detém o respeito da população, e que se viesse a fazer parte da estrutura administrativa do Governo do Estado, estaria emprestando o seu prestígio pessoal ao Governo, e não o contrário.
Sim, é verdade que o Dr. Jorge Medina já foi um dos colunistas do portal minasreporter.com, que eu edito, mas basta verificar o seu blog hospedado com a gente para ver que há muito tempo ele não atualiza as suas colunas. O seu último texto publicado foi em junho de 2017. Mesmo assim, é um homem que detém o respeito da equipe do nosso portal e a minha consideração pessoal.
Eu nunca vi o nome do Dr. Jorge Medina sendo citado em quaisquer situações que pudessem sequer denegrir a sua imagem pública ou a sua honra pessoal. Aliás, ninguém sequer tentou algo assim porque sabe que não vai colar. E olha que o conheço há mais de vinte e cinco anos.
Quando presidente da Câmara, o Dr. Jorge foi um dos primeiros presidentes daquela casa a entender a importância de se zelar pela boa imagem pública do Poder Legislativo. Fazia questão de manter a folha de pagamentos religiosamente em dia, tanto dos salários quanto dos fornecedores e prestadores de serviços, e também iniciou uma política de responsabilidade que permitiu fechar o seu mandato sem dívidas, o que era algo comum à época. Ou seja: Ele respeitou a Lei de Responsabilidade Fiscal dois anos antes de ela existir. Ou, se você prefere assim, ele foi alguém que levou a sério o que prevê a Lei de Responsabilidade Fiscal por moral e por princípio, mesmo antes de haver uma lei que previsse tal responsabilidade. A Lei Complementar nº 101 (Lei de Responsabilidade Fiscal) só seria sancionada no ano 2000, quase dois anos depois de o Dr. Jorge ter sido presidente da Câmara.
Em momentos diferentes da sua história política o Dr. Jorge Medina já esteve ao lado de figuras bastante antagônicas, mas nunca nada disso foi capaz de comprometê-lo porque suas posições sempre foram muito firmes e rígidas. Quem, entre os que convivem com a política local, não se lembra de vê-lo se desligar do PT, em 2005, por não concordar com algumas ações do governo de sua amiga, a então prefeita Maria José, que era considerada uma mulher íntegra? O Dr. Jorge, mesmo sem desrespeitar a prefeita, deixou claro não concordar com algumas atitudes do governo municipal e preferiu se afastar. E, detalhe: à época ele havia sido convidado a assumir a Secretaria Municipal de Saúde ou outra que fosse do seu interesse. Ele disse não. Os seus princípios sempre foram mais importantes do que o status de um cargo… E, convenhamos, é exatamente de alguém assim que o governador Romeu Zema precisa em sua equipe, seja aqui em Teófilo Otoni, seja na esfera regional, ou até mesmo ao seu lado, nas instâncias superiores do Governo.
E, mesmo que isso não ocorra — que o Dr. Jorge venha a ocupar um cargo no Governo —, até porque, sendo um homem realizado economicamente, não precisa disso, você que me lê agora pode ter certeza de que será um dos mais cotados para disputar a sucessão municipal em Teófilo Otoni, talvez à frente do grupo remanescente dos apoiadores do ex-prefeito Getúlio Neiva… talvez por uma nova terceira via… ou talvez aceitando o desafio que os seus amigos lhe fazem há muitos anos. Mas bem que seria interessante vendo-o ajudando o Governo Zema a se levantar nesta região.
E, como eu sempre digo:
Quem viver, verá!
