Projeto leva cinema a trabalhadores rurais e imigrantes haitianos em MG

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Com tapete vermelho e telão, projeto Cine Olhar leva cinema para estudantes do EJA

Na próxima terça-feira (18) ás 19h o Cine Olhar exibe o filme “Saneamento Básico” para os estudantes do programa Escola de Jovens e Adultos (EJA) na Escola José Bonifácio, em Andradas (MG). A entrada é gratuita e aberta a todos os interessados.

O projeto é parte do Olhar Circular, que promove oficinas de fotografia, artes visuais e cultura para 60 alunos com idades entre 16 e 80 anos, estimulando a permanência dos mesmos na escola.  Alguns estudantes, como Edson Alves nunca tinham ido ao cinema e tiveram a experiência através da atividade.

“Foi a primeira vez que fui ao cinema. Adorei ver o filme, os personagens, tudo  na tela grande. Achei divertido e bacana demais”, disse Edson Alves, que faz o EJA. 

Agora, não apenas ele, mas os demais estudantes estão ansiosos pela nova sessão de cinema, que inclui tapete vermelho, cadeiras, sala escura, telão e pipoca.

“Percebemos que o cinema é uma atividade que envolve os alunos. Através dele, trabalhamos com aspectos lúdicos das artes visuais e tem sido muito gratificante”, completou a professora Larissa Freitas.

O filme escolhido para esta edição é Saneamento Básico. A trama se passa na cidade fictícia de Linha Cristal, uma pequena vila de descendentes de italianos na serra gaúcha. Lá, os personagens que são interpretados por Fernanda Torres, Wagner Moura, Camila Pitanga, entre outros, reúnem-se para tomar providências a respeito da construção de uma fossa para o tratamento do esgoto. Eles elegem uma comissão, que é responsável em fazer o pedido junto à sub-prefeitura. A secretária do prefeito reconhece a necessidade da obra, mas informa que não há verba para realizá-la. Entretanto, a prefeitura dispõe de quase 10 mil reais para a produção de um filme. Este dinheiro foi dado pelo governo federal e, se não for usado, será devolvido em breve. Surge então a ideia de usar a quantia para realizar a obra e rodar um filme sobre a própria obra. Porém, a retirada da quantia depende da apresentação de um roteiro e de um projeto do filme, além de haver a exigência que ele seja de ficção. Desta forma os moradores se reúnem para elaborar um filme barato, que conta a história de um monstro que vive nas obras de construção de uma fossa.

Sobre o projeto

O projeto Olhar Circular ocorre há oito anos e tem como objetivo estimular adolescentes a dialogar sobre cultura, patrimônio, memórias e vivências e as oficinas são voltadas a fotografia e cultura. “Vamos trabalhar as artes como meio de construção ético sociocultural em conjunto com as comunidades”, disse a produtora do projeto, Valéria Freitas.

Vale destacar que as oficinas terão mediação do fotógrafo João Fábio Matheasi e da produtora cultural Larissa Freitas. O material captado pelos alunos será publicado no site do projeto e na página do Facebook do Olhar Circular, construindo novas narrativas a partir das vivências e experiências individuais que eles terão ao longo do projeto.

No primeiro semestre deste ano, o Olhar Circular ministrou oficina a dezenas de alunos na Escola Padrão, na zona sul de Poços de Caldas. Eles inclusive fizeram fotos sobre preconceitos sofridos no dia a dia e o resultado deve ser uma exposição no final do ano. Os alunos também visitaram o Instituto Moreira Salles (IMS Poços), conhecendo exposições.

Olhar Circular

O projeto Olhar Circular ocorre desde 2008 e nas três primeiras edições realizadas através do Prêmio do BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento e da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Poços de Caldas, teve a experiência de realizar oficinas abertas à população de Poços de Caldas de todas as faixas etárias e contou com a participação de adolescentes, adultos e pessoas na terceira idade. Isso provocou um intercâmbio cultural entre gerações e deu ao projeto um caráter abrangente.

Nos anos seguintes, beneficiou mais de duas mil pessoas através das oficinas e workshops realizados em Poços de Caldas e Andradas com recursos das leis Rouanet e Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais.

Neste segundo semestre o projeto ocorre com patrocínio da Icasa através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais. A realização é da Pomar Produtora Cultural, com apoio das Secretarias Municipais de Educação e de Cultura de Andradas.

(Pauta enviada para publicação por Jéssica Balbino – Margens)



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