Nego Sampaio, ex-presidente da AMUC, sobre sucessão concorrida: “Tivemos um momento democrático”

Nego Sampaio, ex-presidente da AMUC, sobre sucessão concorrida: “Tivemos um momento democrático”

Gildésio “Nego” Sampaio está deixando a presidência da AMUC (Facebook/Reprodução)

— Por David Ribeiro Jr

Ao final da eleição que definiu a nova mesa diretora da AMUC, na sexta-feira (17/01), o então presidente da entidade, Gildésio “Nego” Sampaio, que deixou o cargo, concedeu uma entrevista ao minasreporter.com e analisou o momento pelo qual a entidade está passando. Sobre a divisão, ocorrendo uma eleição com duas chapas, Nego, como é mais conhecido, disse que isso faz parte do processo democrático. Quanto à sua gestão, explicou que gostaria de ter feito mais, mas que tem, sim, um saldo muito positivo a apresentar neste final de mandato.

Acompanhe a entrevista:

minasreporter.com — O senhor se despede hoje do atual mandato como presidente da AMUC. Sensação de dever cumprido?

NEGO SAMPAIO: Um pouco. Ficou a desejar ainda. Eu gostaria de ter feito muito mais, mas com essa situação que estamos passando, e as crises financeiras que assolam o nosso país e, em especial, o estado de Minas, acho foi feito o que era possível. Mas gostaria de ter feito mais.

minasreporter.com — Quais foram as suas maiores conquistas à frente da AMUC?

NEGO SAMPAIO: Eu mudei o estatuto da nossa instituição, que era arcaico, e consegui ter audiências com o secretário de Governo, com o senador Rodrigo Pacheco, senador que tem trabalhado em prol da nossa instituição e do Vale do Mucuri; lutei pela melhora e por uma solução para o transporte alternativo; criamos junto com o SEBRAE MG, o IMA (Instituto Mineiro de Agropecuária) e a EMATER o Centro de Inspeção Municipal, que vai ser de grande valia para os produtores da região no que diz respeito a produtos como queijo, mel, carne, iogurte… enfim, todos os produtos derivados de animais terão uma maior valia e poderão ser vendidos em qualquer cidade da região, e futuramente em nível nacional.

minasreporter.com — Um dos maiores problemas enfrentados recentemente por quaisquer prefeitos foi a retenção de repasses na gestão do ex-governador Fernando Pimentel. O senhor assumiu a AMUC em 2019, quando Pimentel já não era governador, mas herdou os reflexos do problema…

NEGO SAMPAIO: Não tenha dúvida; e esse reflexo não para agora em 2020. Não é fácil passar pelo que estamos passando. E isso reflete automaticamente nas finanças da própria AMUC, pois a entidade vive do repasse dos municípios, e os municípios repassam o que recebem do Governo. Se a arrecadação cai lá, no município, cai aqui também. Mas, apesar dos percalços, procuramos fazer uma boa gestão e estamos entregando uma AMUC com dinheiro em caixa; fizemos alguns acertos, aprimoramos a nossa Engenharia, compramos aparelhagem… enfim, fizemos um bom trabalho. Poderia ter feito mais, como por exemplo: eu queria ter feito um viveiro regional, a Copa AMUC de Futebol, e também buscar recursos para conseguir, junto ao Governo do Estado e ao DER, a doação de um terreno para a construção de uma sede própria, pois a sede nossa é alugada. Enfim, poderíamos ter feito mais, mas fica aí a sensação de que, apesar de todas as dificuldades, fizemos, sim, um bom trabalho.

minasreporter.com — Não é comum que os prefeitos da AMUC se dividam em chapas, como ocorreu desta vez. O senhor acredita que, apesar da divisão, o novo presidente conseguirá trabalhar e representar positivamente a todos os prefeitos associados?

NEGO SAMPAIO: Com certeza! O que ocorreu é que tivemos um momento democrático. Aqui é democracia. Primeiro tivemos a eleição de (Daniel) Sucupira, de Teófilo Otoni, em 2017; entramos em um consenso. Depois tivemos a eleição do prefeito de Ladainha, Walid Nedir, que também foi um consenso, e depois eu, Nêgo Sampaio, prefeito de Poté, também eleito em consenso. Desta vez houve uma disputa, a chapa 1 liderada por Arthur, de Santa Helena de Minas, que foi eleito, e a chapa 2, liderada por Lauro Franco, prefeito de Frei Gaspar. Venceu a chapa 1 por 14 votos contra 9 da chapa 2. Eu acho que, democraticamente, prevaleceu o bom senso e eu tenho certeza de que o meu sucessor fará um bom trabalho com apoio de todos nós. Mesmo eu não fazendo parte da chapa, continuo membro da instituição e disposto a ajudar no que for preciso.

minasreporter.com — Como prefeito, o senhor pretende se candidatar à reeleição em seu município?

NEGO SAMPAIO: Sim, sou pré-candidato em Poté, até porque, pela crise que passamos, não pude fazer tudo o que gostaria. Pelo menos para mim, ficou a desejar. Eu queria ter feito mais e sei que poderia ter feito mais se não tivesse sido a falta dos repasses do Governo do Estado. Por isso, acredito que mereço uma oportunidade de um segundo mandato. Neste momento estamos colhendo frutos muito positivos da nossa gestão na Educação, no Esporte, no Lazer, Cultura, Saúde, infraestrutura… enfim, em todas as áreas. Eu tenho certeza de que há possibilidade de crescermos ainda mais. Por isso, sou, sim, pré-candidato à reeleição e acredito que há a possibilidade, com muita luta, humildade e pé no chão, e com o apoio da população poteense, de nos ser confiado um novo mandato nas próximas eleições.

minasreporter.com — Parabéns pelo trabalho realizado!

NEGO SAMPAIO: Muito obrigado e desejo boa sorte ao novo presidente.



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