Governo de MG vai fechar parte da Cidade Administrativa alegando reduzir despesas

Governo de MG vai fechar parte da Cidade Administrativa alegando reduzir despesas

Governo do estado pretende economizar R$ 5 milhões por ano com desativação do edifício, que não terá qualquer atividade

Sede do governo de Minas há oito anos, o Palácio Tiradentes, na Cidade Administrativa, será desativado em 60 dias e ficará de portas trancadas, sem nenhum uso ou destinação. Considerado o maior vão livre do mundo, o edifício, assinado por Oscar Niemeyer, ficará realmente livre de qualquer atividade. “Ele (o prédio) é tão inútil que não tem nem mercado para ele. O melhor é ficar fechado para economizar em manutenção”, afirma o secretário de Estado de Planejamento e Gestão, Helvécio Magalhães. Enfrentando crise financeira, o governo quer economizar R$ 5 milhões por ano com a mudança, que tem gerado atritos com adversários políticos.

O vice-governador Antônio Andrade (MDB), que em 2016 rompeu com o governador Fernando Pimentel, diz que não foi comunicado sobre a desativação. “Fui despejado”, afirma. Andrade trabalha em uma sala no terceiro andar do Tiradentes, um abaixo de Pimentel. Questionado sobre a mudança, responde: “Não sei, não fui comunicado ainda, vi pelos jornais”. Ele também disse não fazer ideia sobre onde ficará sua nova sala. Apesar de ser vice-governador, Andrade afirma não fazer parte do governo do PT.

Helvécio Magalhães garante que Antônio Andrade sabia da realocação dos funcionários do Palácio Tiradentes, já que a assessoria de gabinete do vice-governador foi informada sobre a mudança. “Ele sabia, com certeza. Uma coisa é não conhecer, outra é não gostar. Não entendo essa reação quando a medida representa uma economia para o governo”, afirma, reforçando se tratar de “ato corriqueiro” e “assunto meramente administrativo”.

De acordo com o secretário, há três possíveis locais para abrigar o gabinete de Andrade. “Oferecemos as mesmas condições do seu gabinete, que é protocolar e não exerce nenhuma função administrativa no governo: meio andar no prédio Minas, meio andar no Gerais ou no Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG)”, explica.

Magalhães ressalta que não há proposta para alugar o imóvel, que permanecerá fechado. A desativação envolve a realocação de cerca de 150 servidores das secretarias de estado de Governo (Segov), da Casa Civil e de Relações Institucionais (Seccri) e da Secretaria Geral de Governo (SGG) e será concluída em até dois meses. A medida pretende aproveitar cerca de 1,4 mil estações de trabalho desocupadas nos dois outros prédios – Minas e Gerais – e que geravam custos, mesmo vazias.

Como de praxe, desde o início de seu governo, Pimentel vai despachar no Palácio da Liberdade, na Praça da Liberdade, no Bairro Funcionários. No mesmo prédio funcionam parte de quatro secretarias: Casa Civil, Gabinete Militar, Relações Institucionais e de Governo.

A Cidade Administrativa Presidente Tancredo Neves foi inaugurada pelo então governador Aécio Neves (PSDB) há oito anos, em 4 de março de 2010 – data de aniversário de Tancredo. A sede do governo estadual custou cerca de R$ 2 bilhões aos cofres públicos, construída a partir de recursos da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig).

Desde que assumiu o governo do estado, Pimentel tece críticas ao complexo arquitetônico. Em julho do ano passado, entrou em vigor a Lei 22.606/17, que permite ao governo de Minas negociar cotas da Cidade Administrativa, que deve compor fundo de securitização de aluguéis futuros. “Esse projeto está sendo estruturado pela Secretaria de Estado da Fazenda. Ainda não temos os detalhes, mas nada será vendido”, afirma. (Colaborou Bertha Maakaroun).

(Estado de Minas)



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