Entenda por que Minas está na rota dos presidenciáveis

Entenda por que Minas está na rota dos presidenciáveis

Segundo colégio eleitoral do país é parada obrigatória dos candidatos a presidente. Nesta campanha, quase todos já passaram pelo estado

Em Contagem, ao lado de Rodrigo Pacheco, do prefeito Alex Freitas e de Anastasia, Alckmin afirmou que “ainda vai fazer justiça a Minas(Foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)

Minas Gerais está obrigatoriamente incluída na rota dos candidatos à Presidência da República, que vêm em busca dos votos dos mais de 15,7 milhões de eleitores, o segundo maior contingente do país, atrás apenas de São Paulo. Ontem, passaram pelo estado Marina Silva (Rede) e Geraldo Alckmin (PSDB). Antes, estiveram em terras mineiras Ciro Gomes (PDT), Alvaro Dias (Podemos), Henrique Meirelles (MDB), João Amoêdo (Novo), além de Jair Bolsonaro (PSL), que sofreu um ataque a faca em Juiz de Fora.

O ataque a Bolsonaro ganhou destaque em evento de campanha de Marina Silva em Belo Horizonte, na manhã de ontem. A candidata disse que uma das principais propostas do adversário, de liberar armas para a população, foi “desmoralizada” com o atentado. Ao fazer caminhada no Centro e visitar o  Mercado Central, a ex-senadora respondeu com sorrisos e corações às provocações de eleitores de Bolsonaro. “Quem tem que proteger a sociedade é o Estado, com segurança pública”, disse a candidata.

Marina faria caminhada da Praça Sete ao Mercado Central, mas diante da grande aglomeração de pessoas, a equipe de campanha preferiu que ela fosse de van após andar um pequeno trecho da Avenida Amazonas. Acompanhavam a comitiva da candidata 10 policiais federais à paisana.

Questionada sobre a atuação em relação a Minas Gerais, Marina prometeu um tratamento igualitário aos estados, independentemente do partido dos governadores. “Terei uma postura totalmente diferente dos governos do PT, MDB e PSDB. Vou governar com todas as pessoas, independentemente do partido daquele estado ou município. Quem tiver projetos honestos e competentes terá o apoio do governo federal”, disse.

SOLIDÁRIO 

As finanças do estado foram o principal tema abordado por Alckmin em visita a Contagem e Betim, na Grande BH, também ontem. Ao lado do senador Antonio Anastasia (PSDB), que disputa o governo de Minas, e do candidato ao Senado, Rodrigo Pacheco (DEM), o tucano afirmou que, se eleito, será “solidário” aos mineiros e parceiro do colega de partido para recuperar o déficit estadual. A previsão para o ano que vem é de um rombo de R$ 5,6 bilhões no caixa do estado.

“Pela competência, ele (Anastasia) vai acertar Minas Gerais, que vive um período muito difícil. Eu quero me solidarizar com o povo mineiro pela confusão que foi feita aqui nas finanças públicas pelo PT”, disse. Alckmin ressaltou ainda que vai fazer “justiça” a Minas e prometeu renegociar a dívida mineira. “É o segundo estado brasileiro, importante para o país. Vamos fazer aqui uma reformulação na gestão fiscal”, disse, ele.

Marina e Alckmin também comentaram a entrada do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) na campanha, no lugar do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo a candidata da Rede, agora a eleição com todos os candidatos começa. “Haddad vai ter que responder para a população por que nos anos de governo Dilma/Temer o Brasil acabou com as coisas boas que o governo do PT tinha feito e aumentou as coisas erradas que fez, sobretudo na corrupção”, disse. Já o tucano afirmou que “finalmente o PT parou com a enganação”.

OUTROS VISITANTES 

Na semana passada, Ciro Gomes também esteve em Belo Horizonte, onde ganhou o apoio do prefeito Alexandre Kalil (PHS). “Decidi oficializar estse apoio porque acho ele o candidato mais preparado”, revelou Kalil. O prefeito afirmou que não pediu nada específico em troca de seu apoio, mas cobrou uma atenção maior do Palácio do Planalto para Minas Gerais, o que foi confirmado por Ciro.

“Terei uma postura totalmente diferente dos governos do PT, MDB e PSDB. Vou governar com todas as pessoas, independentemente do partido daquele estado ou município” – Marina Silva, candidata da Rede à Presidência da República, sobre como tratará Minas caso eleita

O candidato do MDB, Henrique Meirelles, passou por Juiz de Fora, Governador Valadares e Ipatinga, no Vale do Aço. Em eventos de campanha, defendeu a reforma da Previdência, proposta de quando ainda era ministro da Fazenda de Michel Temer – “vai estabelecer mais Justiça” –, e a inclusão do Vale do Rio Doce na área mineira da Sudene para atrair investimentos e geração de empregos. “O melhor programa social que existe é a criação de emprego”, disse em Valadares, onde voltou a prometer a criação de 10 milhões postos de trabalho nos próximos anos.

No último dia 3, João Amoêdo, do Partido Novo, reafirmou, em campanha em BH, que espera conquistar boa parte dos eleitores indecisos para chegar ao segundo turno. “É para essas pessoas desiludidas com a política que nós queremos falar.” Ele lamentou o endividamento “crônico” de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul e prometeu maior autonomia para estados e municípios caso seja eleito. “Vamos ajudar os estados, mas eles também têm que fazer o dever de casa para ter um desempenho melhor que o atual.”

“Eu quero me solidarizar com o povo mineiro pela confusão que foi feita aqui nas finanças públicas pelo PT. Vamos fazer aqui uma reformulação na gestão fiscal” – Geraldo Alckmin, candidato do PSDB à Presidência

Ainda no fim de agosto, Álvaro Dias (Podemos) fez campanha na capital mineira, onde se encontrou com apoiadores no Mercado Central e falou sobre a desigualdade social no país. Assim como Meirelles, prometeu criar 10 milhões de empregos em quatro anos. Dias, que volta hoje ao estado, comeu queijo e tomou um cafezinho. Se encontrou com Alexandre Kalil, na casa do prefeito, sem, porém, ganhar apoio, que dias depois seria dado a Ciro.

Ciro Gomes recebeu em Belo Horizonte o apoio do prefeito Alexandre Kalil(Foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)

Oficializado como candidato do PT no lugar de Lula, Fernando Haddad passou por BH também no fim do mês passado para participar de ato em que o partido defendia a candidatura do ex-presidente, no Bairro Santa Tereza. Segundo a coordenação de campanha do petista em Minas, Haddad pode se juntar à vice Manuela D’Ávila (PCdoB) em agenda com a presença de jovens lideranças na capital mineira no dia 22, no Viaduto Santa Tereza.

ATENTADO 

Apoiadores carregam Bolsonaro minutos antes antes do ataque em Juiz de Fora(Foto: Fábio Motta/Estadão Conteúdo)

Foi Juiz de Fora, porém, que pôs Minas em destaque nas eleições. Na véspera do feriado da Independência, Jair Bolsonaro foi esfaqueado por Adelio Bispo de Oliveira em pleno calçadão da Rua Halfeld, no Centro. A ida do presidenciável do PSL à cidade já havia começado com confusão, durante visita a um hospital que atende mulheres com câncer. Foi preciso intervenção dos policiais federais que faziam a segurança do candidato. No meio da tarde, no Centro, enquanto Bolsonaro era carregado por apoiadores, Adelio o esfaqueou. O presidenciável foi levado às pressas para a Santa Casa de Misericórdia, onde foi operado. O ataque acabou cancelando o grande ato da campanha em Juiz de Fora. Um comício estava marcado para as 18h, na Praça da Estação.

(Fonte: Isabella Souto, Juliana Cipriani e Vera Schmitz – Estado de Minas)



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