Cenipa apura queda de aeronave que matou prefeito de Central de Minas

Cenipa apura queda de aeronave que matou prefeito de Central de Minas

Equipe do Cenipa afirmou que avião não foi abatido e não tinha perfurações. Prefeito sobrevoava área ocupada pelo MST quando aeronave caiu

O CENIPA tem periciado o local e tenta confirmar o que motivou a queda da aeronave (Foto: Diego Souza/G1)
O CENIPA tem periciado o local e tenta confirmar o que motivou a queda da aeronave (Foto: Diego Souza/G1)

Diego Souza | Do G1 Vales de Minas Gerais

Uma equipe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) começou a analisar nesta quinta-feira (16) em Tumiritinga, no Vale do Rio Doce, os fatores que contribuíram para a queda do avião que matou o prefeito de Central de Minas, Genil Mata da Cruz e o seu funcionário Douglas Rafael Silva.

Na terça-feira (14) duas aeronaves sobrevoavam a fazenda de Genil da Mata, em Tumiritinga, que havia sido invadida por 150 famílias do MST no dia 05 de julho. Segundo os manifestantes, as aeronaves lançavam bombas de coquetel molotov no assentamtento quando a aeronave do prefeito caiu.

No local do acidente, a equipe do Cenipa coletou dados, tirou fotografias e entrevistou testemunhas. Ainda não há previsão para o resultado da investigação. O modelo e prefixo da aeronave não foram divulgados. Os responsáveis pela perícia do Cenipa informaram que o modelo da aeronave era impróprio para a realização de manobras bruscas e voos rasantes, por não ter a estrutura adequada para tais procedimentos.

Por telefone, a assessoria do Cenipa disse que não confirma a informação de que a matrícula da aeronave foi encoberta na hora da decolagem. Ainda segundo a assessoria, as provas coletadas vão ser analisadas e procedidas as investigações das causas da queda da aeronave. Em análise inicial dos destroços do avião foi constatado que a aeronave não foi atingida por disparos de arma de fogo.

A Polícia Civil intimou para depoimento vários dos acampados que estavam no terreno onde ocorreu o acidente. Eles vêm sendo ouvidos desde sexta-feira (17).

Entenda o caso
O prefeito de Central de Minas, Genil da Mata, junto com seu funcionário, sobrevoava a fazenda de sua propriedade em Tumiritinga. Uma outra aeronave sobrevoava o local junto com o prefeito. Segundo a Polícia Civil de Valadares, o acidente foi às 17 horas de segunda-feira (13). A outra aeronave deixou o local e os ocupantes só foram localizados e ouvidos na quarta-feira (15).

A fazenda de Genil da Mata foi invadida por 150 famílias do Movimento Sem-Terra no último dia 05 de julho. Segundo os ocupantes, os aviões lançavam bombas de coquetel molotov em cima das barracas.

O advogado da família do prefeito, Siranides Eliotério Gomes, disse que não tinha nenhuma informação dos ataques feitos contra os sem-terra, e que o prefeito sobrevoava o local a pedido dele, para que entrasse com uma ação de desapropriação de terra.

Nesta quarta-feira (16) os ocupantes do assentamento do Movimento dos Sem-Terra (MST) começaram a deixar a fazenda. Segundo representantes do movimento, a desocupação ocorre de forma pacífica e conta com a presença das polícias civil e militar. Algumas famílias seguirão para casas de parentes e outras serão encaminhadas para outros assentamentos.

O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), segundo representantes do movimento, se comprometeu a fazer uma vistoria imediata para encontrar um novo local para as famílias.

Genil da Mata e seu funcionário foram enterrados na tarde de quarta (15), em Central de Minas.



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