Bruno Farias: “O AVANTE proporá alternativas para Teófilo Otoni voltar a crescer”

Bruno Farias: “O AVANTE proporá alternativas para Teófilo Otoni voltar a crescer”

O presidente do AVANTE em Teófilo Otoni, Bruno Farias, exibe, satisfeito, os troféus recebidos em reconhecimento pela expressão do AVANTE na cidade, e por sua liderança à frente do partido (foto: Divulgação)

O enfermeiro e professor universitário BRUNO FARIAS é presidente do Diretório Municipal do Partido “Avante” em Teófilo Otoni, o antigo PTdoB. Aos 34 anos, é pós-graduado e especialista em “Gestão de Auditoria de Serviços de Saúde”, especialista em “Enfermagem do Trabalho”, já foi coordenador e secretário municipal de Saúde em alguns municípios da nossa região, além de ter se notabilizado em Teófilo Otoni pela gestão moderno e eficiente que fez à frente do Hospital Municipal Raimundo Gobira na administração municipal do prefeito Getúlio Neiva (2013–2016). No ano passado, à frente do então PTdoB, empreendeu uma campanha ousada e audaciosa que conseguiu eleger dois vereadores à Câmara Municipal — Fábio Lemes (hoje presidente da Câmara) e Gabriel Gusmão (1º Secretário da Mesa Diretora) —, e por muito pouco não conseguia uma terceira cadeira.

Neste bate-papo que teve com o editor do minasreporter.com, BRUNO FARIAS, que hoje é assessor da Presidência da Câmara Municipal de Teófilo Otoni, comentou sobre uma série de assuntos diversos, começando por saúde pública, sua especialidade, mas também abordando políticas públicas para esta região. Vale muito a pena conferir.

Acompanhe!

minasreporter.com — Quais são as propostas do AVANTE para Teófilo Otoni desde que mudou a sua nomenclatura de PTdoB, como era conhecido antes?

BRUNO FARIAS: O Avante é um novo partido, um partido inovador, e que tem ao seu favor os vinte e sete anos de experiência da sigla PTdoB, sem nenhuma mancha em sua reputação. A nossa única intenção quando passamos a nos denominar como “Avante” foi inovar na política mineira e até na política nacional. O clamor popular fez com que nosso partido, o “Avante”, mudasse de nome e viesse como um partido inovador, um partido do momento, a bola da vez. Aqui em Teófilo Otoni, por exemplo, fomos muito felizes nas eleições 2016, quando elegemos dois vereadores, mesmo sendo um partido pequeno à época. Fomos contestados quanto aos nossos objetivos… ninguém acreditava que era possível… mas, graças a Deus, conseguimos montar uma estrutura partidária muito coerente, e obtivemos uma votação expressiva de aproximadamente 7.700 votos. Foi o segundo partido mais votado em Teófilo Otoni, faltando apenas 67 votos para conquistarmos uma terceira cadeiras que seria do nosso atual primeiro suplente Gabriel Martins. Com isso, hoje temos a segunda maior bancada da Câmara e, logo de cara, em nosso primeiro ano de representatividade na Casa conseguimos eleger o presidente, o vereador Fábio Lemes, e o secretário da Mesa Diretora, no caso, o vereador Gabriel Gusmão, ambos do Avante.

O presidente do AVANTE em Teófilo Otoni, Bruno Farias (dir) com os vereadores do partido, Gabriel Gusmão e Fábio Lemes (foto: Divulgação)

minasreporter.com — O Avante, como o próprio nome sugere, quer fazer avançar e apontar uma direção, um novo rumo. Os nossos atuais políticos locais têm sabido dar um rumo à nossa política teófilo-otonense?

BRUNO FARIAS: A política hoje passa por inovação e uma enorme necessidade de renovação. Precisamos de novas ideias políticas urgentemente. E a maior prova disso é o que ocorreu nas eleições do ano passado (2016), quando Teófilo Otoni elegeu um prefeito de 34 anos de idade, o mais jovem da nossa história. Mas eu acredito que a partir de agora isso ocorrerá com mais frequência. O povo clama por um novo discurso político no qual todos os agentes públicos se aglomerem em prol do município. Teófilo Otoni é uma cidade que é polo de uma região que abriga mais de um milhão e meio de habitantes. E, mesmo assim, não temos um empresa que gera emprego para todo esse contingente; não temos uma indústria; e eu atribuo esses problemas às antigas e frequentes brigas políticas que sempre foram comuns na cidade. A política hoje passa por composição, renovação, por gente nova… Você pode ter certeza de que o “Avante” fez história em 2016, destacando-se como destacou em Teófilo Otoni, e vai fazer história em 2018, destacando-se na região e no Estado como um todo. Chegaremos fortalecidos às eleições de 2020 em Teófilo Otoni e, por entendermos que a nossa cidade merece respeito, o AVANTE proporá alternativas para Teófilo Otoni voltar a crescer. Teófilo Otoni já foi a quarta cidade do Estado. Hoje somos a vigésima-terceira. Não podemos assistir passivamente a esse atraso todo.

minasreporter.com — Você é um especialista em saúde pública, que é o maior gargalo de todas as administrações municipais da nossa região. Com base no seu conhecimento, dá para melhorar a saúde de Teófilo Otoni?

BRUNO FARIAS: A questão da saúde pública em Teófilo Otoni é um problema crônico. Vou dar um exemplo da situação do Hospital Raimundo Gobira, do qual fui diretor. Esse hospital é de ortopedia e se tornou uma referência da macrorregião, atendendo a noventa e seis municípios até o sul da Bahia. O problema é o seguinte: As cidades da região não fazem as suas atribuições quanto à média complexidade e quanto à baixa complexidade… as pequenas cidades não fazem o que está compactuado. Acaba sobrando tudo para Teófilo Otoni. Com isso, a cidade vive esse drama. Qualquer governo que for responsável pela saúde, terá complicações. O problema é crônico. Se as cidades do interior, como Nanuque, Padre Paraíso, Águas Formosas e outras, não fizerem o que estão pactuadas a fazer, Teófilo Otoni vai sempre pagar o pato. Só para você ter uma ideia, há ambulâncias para atender o paciente de algumas pequenas cidades que é trazido e colocado na UPA aqui de Teófilo Otoni. Nós temos que nos virar para arrumar vagas nos hospitais. Então isso é um problema crônico; não é só em Teófilo Otoni que isso tem que ser resolvido. Em 2016, Teófilo Otoni passou por uma crise no Hospital Santa Rosália. Na época eu era diretor no Hospital Raimundo Gobira. Junto com os demais diretores de hospitais da cidade, conseguimos com o ex-secretário municipal de Saúde, Fernando Barbosa, e também com o promotor Dr. Lucas, uma intervenção e conseguimos solucionar naquele momento o problema do Santa Rosália. É claro que o problema só está parcialmente resolvido, mas pode vir crise por aí pelo fato de os repasses do governo não estarem caindo na conta dos municípios. Um exemplo é que os repasses estaduais da UPA já estão quatro meses em atraso; os repasses federais estão com dois ou três meses de atraso. Isso é um problema sério. Quando eu saí do Raimundo Gobira, estava compactuado para ser creditado para o Hospital, via Governo do Estado, R$ 6,7 milhões. Ocorre que esse dinheiro nunca caiu na conta. Assim, temos um problema sério que precisa ser resolvido. Somos uma cidade polo e quem paga o pato dos problemas é sempre a população.

minasreporter.com — Alguns especialistas defendem que, ao invés de grandes investimentos, é mais producente investimentos menores e direcionados. Por exemplo: ao invés de se fazer uma megaescola, investir mais nas escolas que já estão aí. Em vez de novos hospitais, investir mais nas unidades que aí estão. Como você vê essa tese?

BRUNO FARIAS: De modo geral, eu concordo. Por exemplo: se a gente investir na prevenção, na atenção primária, os resultados serão melhores. Na Administração Municipal anterior, quando o prefeito Getúlio Neiva assumiu, tínhamos algo em torno de nove PSF’s. Quando ele saiu, deixou 33. O prefeito Daniel Sucupira agora foi contemplado com mais oito, somando agora 41 PSF’s. Se os PSFs fazem a sua parte com relação à atenção primária, não vai chegar na questão secundária. Hoje, na maioria das vezes, 80% dos atendimentos chegam na atenção secundária. Os outros 30% ou 20% são resolvidos na atenção primária. Mas temos que inverter esses números. Nós temos que investir na prevenção; temos que investir na atenção primária, nos postos de saúde. Isso é importante para que não complique as nossas UPAs e os nossos hospitais. Hoje estamos vivendo um grave problema em Teófilo Otoni e na região, que são os acidentes de motocicletas, as chamadas traumatologias; apesar dos números elevados, temos somente 10 UTI’s para uma macrorregião de um milhão e meio de habitantes. Dez UTIs são muito pouco. Se o Santa Rosália não tiver vaga, a pessoa vai ficar esperando e, infelizmente, isso às vezes leva até mesmo a óbito. Hoje, para se autorizar uma cirurgia de fêmur, se não tiver uma intervenção rápida, demora de quatro a seis meses. Eu insisto que esse problema é crônico, e também envolve o Estado. Eu não vejo isso apenas como um problema municipal. É claro que os municípios têm que investir na prevenção, nos PSFs, nos enfermeiros, em mais médicos e em não deixar superlotar as UPA’s e os hospitais. Mas, para isso, estamos à espera do Hospital Regional, que terá mais de quarenta leitos de UTIs, além de mais dez que passarão a funcionar no Hospital Philadelphia, e que vão diminuir esse gargalo e essa dificuldade, que é a falta de leitos de UTI em Teófilo Otoni e região.

minasreporter.com — O Avante foi contemplado na segunda-feira, 04 de setembro, com uma premiação por reconhecimento da enorme expressão que o partido tem ganhado em Teófilo Otoni. Como você, que é o presidente do partido, recebe esse reconhecimento público?

BRUNO FARIAS: Bem… sem falsa modéstia, isso, para mim, não é surpresa. Quem planta, colhe. Estou aí há quatro anos correndo trecho, buscando novos candidatos, buscando novas alternativas… e essa contemplação é uma gratificação do nosso trabalho. A cada dia estamos indo em busca de novas lideranças. Então, eu não vejo isso como surpresa. Nós somos um partido inovador. Inauguramos recentemente uma nova sede na Rua Engenheiro Antunes para contemplar os nossos candidatos e atender aos nossos filiados e à população como um todo que deseja conhecer o nosso projeto político. E, na época da inauguração, contamos até mesmo com a presença do nosso deputado federal Luiz Tibé, que é a maior expressão do partido em Minas. Aquela sede tem um simbolismo. Ela representa uma arrancada para as eleições 2020. Assim, o “Avante” é um partido que veio para ficar. Já começamos um trabalho para 2020 filiando novas lideranças e novos candidatos para que possamos estar fortalecidos nas eleições de 2020. Quem sabe, inclusive, podemos brigar por uma nova composição ou projetar um candidato a prefeito ou a vice com uma estrutura forte de candidatos a vereadores.

minasreporter.com — As pessoas que te acompanharam nos bastidores das eleições 2016 costumavam dizer, mesmo em off, que “Esse rapaz vai longe”. Você, pessoalmente, pretende disputar algum cargo eletivo nos próximos anos?

BRUNO FARIAS: Eu costumo dizer que “o futuro só a Deus pertence”. Eu não fujo dos desafios. Eu costumo dizer para minha esposa e para os meus filhos que já atravessei rio sem ponte, rio com ponte, e com um limão eu faço uma limonada. E, da mesma forma como nunca corri dos desafios, também não corro das oportunidades. Se tiver que ser um dia, com certeza estaremos preparados, tanto com a nossa experiência política quanto com o meu perfil político como gestor. Quem não me conhece, talvez não saiba desse meu perfil de gestor. Eu gosto de gestão, gosto de fazer contas, gosto de apresentar resultados… enfim! Por exemplo: Quando eu cheguei no Raimundo Gobira, era faturado R$ 200 mil; eu entreguei faturando R$ 600 mil. O hospital gastava R$ 38 mil com Fisioterapia por mês, e com funcionários parados. Eu montei uma clínica, deixei de gastar os R$ 38 mil e hoje existe uma renda líquida de R$ 11 a R$ 15 mil por mês, ao mesmo tempo em que contribuímos para desafogar a atenção básica e as instituições de Teófilo Otoni com a Fisioterapia. Quando cheguei no Hospital Raimundo Gobira e vi que uma clínica com um ambulatório de lesões é uma galinha dos ovos de ouro, cada curativo especializado foi descentralizado para todos os PSF’s e, com isso, a gente faturava R$ 150 a R$ 200 mil por mês só com curativos. As camas eram todas fragilizadas, quebradas, e nós conseguimos trocar todas as camas hospitalares; fizemos pequenas reformas internas de salas e corredores; reformei o centro cirúrgico; deixei o centro cirúrgico novo, sendo que só uma cama custa na faixa de R$ 120 mil. Também deixei cento e cinquenta cadeiras de rodas, cento e cinquenta cadeiras de banho, um almoxarifado cheio de material e os salários em dia. E o mais importante: deixei o hospital com R$ 1,58 milhões em caixa de convênios. Ali eu era um gestor, e continuo sendo. Antes de ser um político, considero-me um gestor. Que gosto de política? Gosto muito. Mas entendo que a finalidade da política é gerir os rumos da vida das pessoas.

Lideranças do AVANTE em Teófilo Otoni: Ricardo da Emex (presidente da ACE), Fábio Lemes (pres. da Câmara Municipal), Gabriel Gusmão (vereador), e Bruno Farias (chefe de gabinete de Fábio Lemes) — foto: Facebook/Reprodução

(Por David Ribeiro Jr.)



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