Bolsa tem maior avanço em 7 anos, e Petrobras tem maior alta desde 1999

Bolsa tem maior avanço em 7 anos, e Petrobras tem maior alta desde 1999

Usiminas tiveram maior alta desde 1994 e Banco do Brasil, desde 2008. Bancos registraram maior avanço diário em 7 anos; Vale subiu com força.

A Bovespa fechou em forte alta e engatou o quarto avanço seguido nesta quinta-feira (3), com o cenário político no centro dos holofotes e em dia de agenda cheia nas cenas corporativa e macroeconômica. A alta, a maior desde 2009, foi puxada principalmente pelo forte avanço da Petrobras, Vale e bancos. A petroleira se destacou pela maior alta diária desde 1999, segundo a Economatica.

O Ibovespa, principal índice de ações da bolsa, avançou 5,12%, aos 47.193 pontos. Veja a cotação da bolsa hoje. Essa é a maior pontuação desde 24 de novembro de 2015, quando a bolsa fechou aos 48.284 pontos.

Este é o maior avanço diário desde 2009. Segundo a Economatica e a FN Capital, no dia 29 de outubro daquele ano o índice subiu 5,91%.

Destaques
Petrobras fechou com as preferenciais na maior alta diária desde 1999, segundo a Economatica. Os papéis tiveram alta de 16,28%, a R$ 6,57. No dia 15 de janeiro de 1999, os mesmos papéis subiram 20,67%, segundo a Economatica. Já as ações ordinárias subiram 12,46%, a R$  9,11.

Vale mostrou as preferenciais com ganho de 9,7%, a R$ 10,96, tendo como pano de fundo leve alta dos preços do minério de ferro na China e com agentes financeiros ainda avaliando os termos do acordo da Samarco sobre o desastre em Minas Gerais. As ações ordinárias subiram 9,84%, a R$ 15,62.

O Banco do Brasil saltou 13,07%, maior ganho percentual desde novembro de 2008, também repercutindo as notícias políticas, segundo a Reuters. Itaú Unibanco e Bradesco subiram 9,89% e 8,93%, respectivamente, maiores altas em sete anos, tendo ainda no radar aprovação na Câmara dos Deputados de medida provisória que aumenta para 18% a alíquota do Imposto de Renda sobre o juro sobre capital próprio, conforme esperado. Santander Brasil avançou 8,42%.

A Usiminas saltou 35,11%, maior ganho desde janeiro de 1994, em nova sessão de ganhos fortes no setor siderúrgico, com profissionais do mercado de renda variável atribuindo o movimento exacerbado de Usiminas em grande parte a coberturas de posições vendidas. Também esteve no radar reunião do Conselho de Administração da Usiminas prevista para o próximo dia 11, que poderá avaliar um plano de capitalização da siderúrgica, segundo a Reuters.

A Embraer desabou 13,99%, maior queda desde março de 2002, após reportar resultado trimestral considerado fraco por analistas, assim como estimativas para 2016, que desapontaram.
Cenário político
Segundo a Reuters, o principal foco dos investidores era reportagem dizendo que o senador Delcídio do Amaral (PT-MS), ex-líder do governo no Senado, teria feito acordo de delação premiada como parte da operação Lava Jatocitando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente Dilma Rousseff.

“Se isso for verdade, a já desgastada governabilidade do atual morre de vez”, disse à agência o chefe da mesa de renda variável da corretora de um banco em São Paulo.

No mercado financeiro, notícias potencialmente desfavoráveis para o governo tendem a repercutir positivamente, uma vez que favorecem apostas de mudança no cenário político e econômico, ainda segundo a Reuters. Há também expectativa de que a sexta-feira traga nova fase da operação Lava Jato, com risco de afetar nomes ainda mais relevantes na política nacional.

Cenário econômico
O noticiário político se sobrepôs ao resultado do PIB. A economia brasileira fechou 2015 em queda de 3,8% em 2015, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em valores correntes, o PIB chegou a R$ 5,9 trilhões e o PIB per capita ficou em R$ 28.876 em 2015 – uma diminuição de 4,6% diante de 2014.

O foco na cena política foi favorecido pelo resultado final do PIB no quarto trimestre praticamente em linha com o esperado, assim como a manutenção da taxa básica de juros pelo Banco Central na noite de quarta-feira.

“As noticias políticas têm um impacto de curto prazo bem maior do que o PIB, que, apesar de algumas alterações nos detalhes, não teve muita mudança no resultado final”, disse o economista da Rio Bravo Investimentos, Evandro Buccini, à agência Reuters.

Dólar caiu a R$ 3,80
O dólar recuou com força no terceiro dia de queda, renovando a menor cotação do ano, influenciado por intensos ruídos sobre o cenário político e pela perspectiva de que deve demorar até o Banco Central reduzir os juros, de acordo com a Reuters. A moeda caiu 2,19%, a R$ 3,8022, menor patamar em quase três meses. No dia 10 de dezembro, o dólar terminou a R$ 3,8005.

Fonte: G1



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