Estudo mostra que um em cada cinco brasileiros já usou drogas ilícitas ao menos uma vez

Estudo mostra que um em cada cinco brasileiros já usou drogas ilícitas ao menos uma vez

Levantamento nacional aponta aumento da experimentação, com variações por gênero e faixa etária

Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

Um estudo nacional atualizado sobre o uso de substâncias psicoativas ilícitas no Brasil revelou que aproximadamente 18,7% da população brasileira já experimentou drogas ilícitas ao menos uma vez na vida, o que equivale a um em cada cinco brasileiros.

Os dados foram obtidos por meio da terceira edição do Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad), realizado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e divulgado pela Agência Brasil.

A pesquisa, que entrevistou 16.608 pessoas com 16 anos ou mais entre 2022 e 2023, indica diferenças no consumo entre gêneros: 23,9% dos homens relataram uso de drogas ilícitas, contra 13,9% das mulheres. Entre menores de idade, a proporção de meninas que experimentaram drogas foi superior à de meninos.

O levantamento também aponta que mais de 13 milhões de brasileiros (8,1%) utilizaram drogas ilícitas no ano anterior à pesquisa. A comparação com edições anteriores do estudo mostra uma tendência de crescimento no consumo entre adultos: o percentual passou de 6,3% em 2012 para 15,8% em 2023, com destaque para a triplicação do índice entre mulheres no mesmo período (de 3% para 10,6%).

Entre as substâncias investigadas, a cannabis segue como a droga ilícita mais utilizada no país, com mais de 10 milhões de usuários no período de até um ano antes da pesquisa (6% da população). Ao longo da vida, cerca de 28 milhões de brasileiros com 14 anos ou mais já usaram cannabis, representando 15,8% do grupo pesquisado — o dobro do índice de 2012.

O estudo também identificou aumento na experimentação de substâncias sintéticas e psicodélicas, como ecstasy e estimulantes sintéticos, especialmente em contextos recreativos urbanos, e revelou que mais da metade dos usuários de cannabis relatou uso diário por ao menos duas semanas consecutivas.

Os pesquisadores envolvidos no Lenad destacam que os resultados apontam mudanças no perfil dos usuários e na dinâmica do consumo, demonstrando a necessidade de estratégias de prevenção e políticas públicas de saúde que considerem fatores como gênero, faixa etária e os riscos associados ao uso de drogas ilícitas.

(Com informações de Guilherme Jeronymo – Repórter da Agência Brasil)



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