
A Fundação Hemominas avançou na oferta de terapias inovadoras na rede pública de saúde de Minas Gerais com a consolidação da produção do Colírio de Soro Autólogo (CSA), feito a partir do sangue do próprio paciente. O produto é destinado a ampliar as alternativas terapêuticas para distúrbios oculares graves e já beneficia pacientes no estado.
O colírio é obtido por meio da coleta de sangue total do paciente e processamento em ambiente controlado. Após a centrifugação, o soro — fração líquida do sangue — é diluído em solução de cloreto de sódio na concentração prescrita pelo médico e envasado em frascos estéreis. Todo o processo ocorre em sala limpa, com testes de esterilidade antes da liberação ao paciente.
O procedimento reduz riscos de rejeição imunológica e amplia a eficácia do tratamento, por ser personalizado. Até o momento, 16 pacientes foram atendidos com o CSA, entre eles o estudante Davi Henrique Leonel, de 12 anos, que apresentou melhora significativa no ressecamento ocular associado à Síndrome de Stevens-Johnson, que havia comprometido suas córneas.
A produção do colírio ocorre no Centro de Tecidos Biológicos (Cetebio), unidade da Hemominas em Lagoa Santa, e conta com parceria do Hospital São Geraldo, referência em atendimento oftalmológico vinculado ao HC-UFMG/Ebserh.
Conforme a Fundação, o CSA é indicado em casos de distúrbios graves da superfície ocular, como os causados pela síndrome de Sjögren, disfunção lacrimal ou doença do enxerto contra hospedeiro. Embora não seja um produto passível de registro junto à Anvisa por ser terapia personalizada, o uso terapêutico é reconhecido pelo Conselho Federal de Medicina.
Autoridades da Hemominas atribuíram a consolidação da produção a um esforço conjunto entre a equipe técnica do Cetebio, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais e o Governo do Estado, destacando a ampliação dos serviços oferecidos à população mineira.
(Com informações de Agência Minas Gerais)







