
— Por David Ribeiro Jr. —
Teófilo Otoni
Teófilo Otoni nunca decepciona quando o assunto tem a ver com os nossos bastidores políticos. Nesta semana, uma dessas “pérolas” que só a política local é capaz de produzir tomou conta das redes sociais: a suposta nomeação do radialista Vanilson Souza, atual vice-prefeito, para assumir a Secretaria Municipal de Saúde. A notícia, claro, era falsa. Mas não foi inocente.
A jogada foi clara como água de mina: Alguém, muito provavelmente ligado ao Governo (eu tenho de falar “muito provavelmente” para evitar o processo), lançou a ideia com um único objetivo: fritar o vice-prefeito.
A lógica dessa ideia de jerico era simples: “Vanilson critica a gestão da saúde? Então que assuma a bronca. Que entre lá e veja o que é bom para tosse. Afinal, administrar a saúde pública em tempos de escassez e cobrança é como descascar abacaxi com luva de boxe”.
Pois é! Mas Vanilson, que não é bobo nem nada, foi rápido no gatilho. Usou suas redes para desmentir a nomeação e deixar claro que não foi convidado — e nem faria sentido que fosse.
Por mais que seja um profissional competente, com capacidade de gestão e visão crítica, convenhamos que há papéis bem definidos no tabuleiro do xadrez político. Vanilson levanta e apresenta os problemas. O secretário de cada pasta responsável pelo problema apontado, resolve. E o prefeito fica com o mérito. Simples assim. Mais simples do que isso só se desenhar.
Transformar o vice-prefeito em inimigo público nº 1 da Administração por causa das suas críticas é tão improdutivo quanto foi passar o primeiro semestre inteiro reclamando das contas herdadas da gestão anterior. O povo não quer saber quem deixou o rombo, quer saber quem vai tapar o buraco.
E aqui entra o ponto central nessa discussão: Está faltando alinhamento estratégico. De novo: Vanilson levanta a bola. Está faltando quem faça o corte. E sem corte, não tem ponto. Sem ponto, não tem jogo. E sem jogo, a cidade perde.
Como eu sempre digo: “Quem viver, verá!”