Surto de febre amarela em MG já é o mais mortífero já registrado na história

Surto de febre amarela em MG já é o mais mortífero já registrado na história

Dados divulgados pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) mostram um aumento de 10% no número de mortes em relação ao último boletim, saltando de 40 para 44

Vacinação foi ampliada em todo estado por causa do surto da doença (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
Vacinação foi ampliada em todo estado por causa do surto da doença (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)

Por  João Henrique do Vale | Estado de Minas

A febre amarela em Minas Gerais já é a mais mortífera do país desde 1980, último dado disponível na série histórica de acompanhamento feito pelo Ministério da Saúde. Dados divulgados no fim da tarde desta terça-feira pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) mostram um aumento de 10% no número de mortes em relação ao último boletim, saltando de 40 para 44. Além disso, outros 72 óbitos estão sendo investigados. O ano mais devastador tinha sido em 2000, quando 40 pessoas morreram vítimas do vírus.

Em 31 dias, foram notificados 739 casos de febre amarela. Somente de segunda-feira para terça-feira, foram 27 registros. Do total, 126 pessoas foram confirmadas com a doença. Dados da SES, mostram que dos casos confirmados, 87% foram em homens. Em relação às mortes, foram notificadas 116 e 44 foram confirmadas como as causas sendo da enfermidade.

A maioria das mortes aconteceram entre pessoas com idades entre 30 e 59 anos. Foram 34 no total. Foram registrados óbitos de 7 pessoas com mais de 60 anos, e 3 entre jovens entre 20 e 29 anos.

Cidades atingidas 
O número de cidades com possível circulação da doença também teve alta em relação ao último boletim. O total passou de 53 municípios com casos suspeitos para 54. Sendo que em duas cidades ainda é investigado o local exato da infecção. Já as que confirmaram a morte de moradores pela doença passaram de 28 para 30.

O número de cidades com mortes de macacos confirmadas para a doença, a epizootias, continua o mesmo. São 26 municípios com óbitos de primatas por causa da enfermidade. As mortes em outros 30 (trinta) municípios estão em investigação. Também há rumor de mortes em outras 57 comunidades. Entre os casos em investigação estão Belo Horizonte, Betim e Contagem, na Grande BH. Ainda na região metropolitana, há rumor de mortes de primatas em Ribeirão das Neves, Lagoa Santa, e entrou para a lista Nova Lima.

Ajuda 
Para combater o vetor da febre amarela, a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) vai disponibilizar verba para 11 municípios mineiros que estão sofrendo com a doença. A medida foi publicada, por meio de portaria, no Diário Oficial da União (DOU). Foram destinados recursos no valor de R$ 100 mil, no mínimo, para cada projeto, totalizando R$ 1,1 milhão. 

Os municípios selecionados foram: Caratinga, Ladainha, São Sebastião do Maranhão, Imbé de Minas, Piedade de Caratinga, Ipanema, Poté, Itambacuri, Teófilo Otoni, Ubaporanga e Malacacheta. A seleção levou em consideração o cenário epidemiológico de cada município e a situação de emergência decretada pelo Estado que, em 20 de janeiro, apresentou 206 casos notificados.

Os 11 municípios selecionados deverão acessar o Portal dos Convênios (SICONV), por meio do endereço eletrônico: www.convenios.gov.br/siconv, cadastrar e enviar as propostas, para análise em conformidade com os critérios estabelecidos pela Portaria Funasa nº 560, de 4 de julho de 2012, que institui Programa de Fomento às Ações de Educação em Saúde Ambiental.



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