Funcionários do Hospital Santa Rosália anunciam greve geral a partir do dia 17 de fevereiro

Funcionários do Hospital Santa Rosália anunciam greve geral a partir do dia 17 de fevereiro

Os funcionários do Hospital Santa Rosália prometem deflagrar uma greve geral já a partir do dia 17 de fevereiro se não houver o atendimento da pauta de reivindicações

— Por David Ribeiro Jr. —

TEÓFILO OTONI — O Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Teófilo Otoni e Região (SITESSTOR) acaba de publicar uma nota oficial anunciando que, com base em uma assembleia ocorrida na noite desta quinta-feira, 4 de fevereiro, foi decidido pela categoria que os funcionários do Hospital Santa Rosália deflagrarão um movimento de greve geral a começar no próximo dia 17 de fevereiro.

A nota deixa claro que a greve tem caráter irrevogável, a não ser que a diretoria do hospital concorde em sentar à mesa de negociações para discutir as reivindicações que há meses vêm sendo apresentadas sem que o hospital apresente uma posição.

REIVINDICAÇÕES
Três são as reivindicações principais apresentadas pelos funcionários: 1. Reajuste salarial para todos os funcionários com a recomposição do índice de 12,9% a fim de reparar perdas e defasagens; 2. Instituição de um piso salarial para todos os técnicos de enfermagem no valor de R$ 1.600,00 (um mil e seiscentos reais) mensais; e 3. Pagamento integral da Gratificação por Insalubridade de 40% para todos os funcionários do hospital que lidam diretamente com os doentes durante a pandemia do coronavírus e da Covid-19.

Com relação à terceira reivindicação, atualmente essa gratificação por insalubridade é paga com o índice de 20%, mas não para todos os funcionários.

Segundo o presidente do SITESSTOR, Gilberto Nascimento, os funcionários do Hospital Santa Rosália não têm nenhuma intenção de atrapalhar o funcionamento daquela instituição hospitalar. “O problema é que há muito tempo vêm sendo feitas negociações ou propostas de negociação, mas a diretoria do hospital se nega a endossar ou apresentar uma proposta viável”, explicou.

O presidente do SITESSTOR, Gilberto Nascimento (foto: SANTHAR/minasreporter.com)

REPERCUSSÃO
Diante do anúncio da possibilidade de uma greve iminente, que já começou a circular de forma extraoficial nas redes sociais, a cidade de Teófilo Otoni entrou em polvorosa. O Hospital Santa Rosália é, na atualidade, referência no atendimento à Covid, além de ser simplesmente o maior hospital da rede pública de saúde de todo o Nordeste de Minas. Uma greve envolvendo os funcionários do hospital seria desastrosa para a rede pública de saúde, não apenas de Teófilo Otoni, mas de toda região, pois o hospital atende, além dos pacientes de todo Nordeste de Minas Gerais, outros que para cá vêm do Sul da Bahia e do Norte do Espírito Santo.

Com a palavra, a diretoria do Hospital Santa Rosália.

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Veja, a seguir, em vermelho, a íntegra da nota do Sindicato:

NOTA de ESCLARECIMENTO ao PÚBLICO

O Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Serviços Saúde de Teófilo Otoni e Região (SITESSTOR) comunica à toda a comunidade teófilo-otonense que em assembleia extraordinária ocorrida ontem (04/02), os funcionários do Hospital Santa Rosália decidiram anunciar o início de uma greve geral a partir do dia 17 de fevereiro.

O retorno dos funcionários ao trabalho estará condicionado ao atendimento das três principais reivindicações que há meses vêm sendo apresentadas à direção do Hospital, que prefere não se posicionar.

As exigências são:

  1. Reajuste salarial para todos os funcionários com a recomposição do índice de 12,9%;
  2. Instituição de um piso salarial para todos os técnicos de enfermagem no valor de R$ 1.600,00* (um mil e seiscentos reais) mensais;
  3. Pagamento integral da Gratificação por Insalubridade de 40% para todos os funcionários do hospital que lidam diretamente com os doentes durante a pandemia do coronavírus e da Covid-19.

Que fique claro que os funcionários do hospital vêm protelando esta decisão — de deflagrar a greve — há meses em reconhecimento ao atual momento pelo qual passa a saúde pública do País com a pandemia do coronavírus e da Covid-19. Mas a situação chegou a um ponto em que a impressão que se tem é a de que a direção do hospital está usando a mesma pandemia como desculpa para se esquivar da sua responsabilidade de negociar.

Teófilo Otoni, 05 de fevereiro de 2021

GILBERTO NASCIMENTO
Presidente do SITESSTOR



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