EDITORIAL: E quanto ao futuro político de Daniel Sucupira? Ele sai mesmo candidato a deputado?

EDITORIAL: E quanto ao futuro político de Daniel Sucupira? Ele sai mesmo candidato a deputado?

Neste editorial o editor-executivo do minasreporter.com, David Ribeiro Jr. (esq), analisa o futuro político do prefeito de Teófilo Otoni, Daniel Sucupira (dir)

— Por David Ribeiro Jr. —
TEÓFILO OTONI

Uma das perguntas que mais tenho ouvido nestes últimos dias é com relação ao futuro político do prefeito Daniel Sucupira. Sendo bastante sincero, nem entendo o porquê de tantas perguntas que me fazem neste sentido. É bem verdade que houve um tempo — que ficou num passado já bem distante — em que quem trabalhava na redação de um veículo jornalístico sabia de tudo o que acontecia na política da sua cidade. Hoje, não.

Hoje as coisas são diferentes. Atualmente os políticos têm como se comunicar diretamente com o público através das redes sociais e, como controlam a narrativa, divulgam apenas o que querem que seja divulgado. A nós, produtores de conteúdo, cabe o papel de analisar esses movimentos políticos. Apenas isso. Em respeito a você que insiste em querer me ouvir sobre o tema, vou te apresentar a leitura que faço do possível futuro político do prefeito Daniel Sucupira.

Vamos lá!

A resposta a esse questionamento não é tão simples. Com relação à pergunta que dá título a este editorial, eu posso adiantar para você o seguinte: Não. Daniel não vai renunciar ao mandato de prefeito da maior cidade do Nordeste do Estado “para” ser candidato a deputado, seja federal ou estadual.

Observe que a preposição para na última frase está entre aspas. Por quê? Porque Daniel não pretende — e isto é um fato — ser candidato a deputado. Ponto.

Então ele, Daniel, não será candidato a deputado?

Eu não disse isso. O que eu disse foi que ele não renunciará ao mandato — não existe licença para o prefeito sair e disputar outro cargo e depois voltar… tem de renunciar mesmo — para ser candidato a deputado. Mas é bem verdade que todos os dias aumenta a especulação em torno de uma possível renúncia do prefeito.

O que muita gente aqui na terrinha ainda não percebeu é que Daniel é muito mais inteligente do que a maioria dos seus adversários acredita… e mais inteligente até do que muitos dos seus admiradores também acreditam. É claro que ele, como ser humano que é, pode cometer erros. Eu, por exemplo, cometo uma porção de erros todos os dias; e você que está me lendo agora, também. Mas é preciso admitir que Daniel tem aprendido com os seus erros e tem diminuído cada vez mais os tropeços à frente da sua carreira na vida pública.

Mas voltemos ao seu futuro… soou meio estranha essa colocação de voltar ao futuro, mas você entendeu. Daniel já deixou claro para o seu partido, o PT, e para a população de Teófilo Otoni, onde é prefeito, que, se convocado, não se omitirá ao desafio de ser candidato ao Governo do Estado para dar um palanque próprio ao ex-presidente (e candidatíssimo à reeleição) Lula em Minas Gerais.

Quando Daniel começou a dizer isso eu vi um monte de gente estúpida rindo do prefeito e fazendo questionamentos, e isso abertamente nas redes sociais, mais ou menos assim:

Quem ele pensa que é?…

O cara surgiu ontem na política e já se acha em condições de ser candidato a governador?…

Ô dó… não tem a menor chance…

O que essas pessoas ainda não entenderam é que Daniel é uma pessoa com um objetivo claro. Ele não está preocupado se tem ou não chances de vencer uma eventual disputa com o atual governador Romeu Zema ou com quaisquer outros nomes que se apresentarem ao desafio. O que Daniel pretende é ser o anfitrião do palanque do presidente Lula em Minas Gerais. E, detalhe: Não estou aqui fazendo eco a quem diz que Daniel não tem chance. Eu não disse isso. O que eu disse é que, com base no seu objetivo, ganhar é até menos importante do que disputar. Nilmário Miranda foi candidato ao Governo Estadual pelo partido quando não tinha nenhuma chance — muito menos do que Daniel tem hoje — e acabou ministro. O mesmo pode ser dito de Fernando Pimentel quando foi candidato ao Senado em 2012.

Entendeu? Ou terei que desenhar?

O atual presidente Bolsonaro vive uma relação de amor e ódio com a população e tem a rejeição de quase dois terços dos brasileiros… também não estou dizendo que já perdeu, mas o desgaste de Bolsonaro tem colocado Lula numa condição bastante confortável na disputa. E… se Lula vier a ser eleito, imagina a abertura que Sucupira teria como sendo o sujeito que deu palanque no Estado a um eventual presidente eleito?

Mesmo que não se torne ministro, como já ocorreu a Patrus Ananias, Nilmário Miranda e Fernando Pimentel, no mínimo Daniel assume um cargo de segundo escalão. Porém, como o próprio PT já reconhece a necessidade de se renovar e se apresentar de modo mais assertivo às novas gerações, a essa turma das redes sociais, não duvido nada que Daniel se torne a nova menina dos olhos de Lula.

Mas… e se isso não ocorrer?

Bem… Daniel e o prefeito de BH, Alexandre Kalil, têm se aproximado muito. Não está descartada ainda a possibilidade de Sucupira ser um eventual vice de Kalil; ou de Kalil ser vice de Lula — e aí Daniel será o candidato ao Governo do Estado tendo Lula e Kalil como cabos eleitorais… será que teria “alguma” chance?!

E se nada disso ocorrer?

Aí, sim… se nenhum desses cenários se consolidar, Daniel, uma vez que já teria renunciado à Prefeitura de Teófilo Otoni, e não podendo mais voltar, teria de fazer algum movimento novo para se manter na política. Não podendo disputar um dos cargos que realmente objetiva neste momento, aí, sim, ele poderia se lançar candidato a deputado, seja estadual ou federal. A minha aposta é que, se tiver que partir para uma disputa assim, será a estadual. Ele deve preferir ficar no Estado e se consolidar como liderança forte em Minas.

Mas e quanto à Prefeitura de Teófilo Otoni? Será que Daniel sairia numa boa e deixaria o vice, hoje no PSDB de Aécio Neves, tomando conta da casa?

Bem… isso vai ficar para um próximo editorial.

Finalizando este, que fique claro que tudo isso é apenas opinião e, como os “meus” críticos preferem dizer, “exercício de futurologia”. Mas não estranhe se as coisas ocorrerem exatamente como neste exercício de futurologia.

Como eu sempre digo:

Quem viver, verá!

Por David Ribeiro Jr.

David Ribeiro Jr. é editor-chefe do Portal minasreporter.com

E-mail: davidsanthar@hotmail.com



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