Por David Ribeiro Jr.
Veja, a seguir, reportagem que foi publicada hoje pelo Estadão. Volto em seguida:
A presidente Dilma Rousseff disse hoje (10) que vai repudiar de forma sistemática o que chamou de vale-tudo contra qualquer governo — federal, estadual e municipal. “Quem acaba atingido pela política do ‘quanto pior, melhor’ é a população”, disse.
Durante cerimônia de entrega de moradias do Programa Minha Casa, Minha Vida, em São Luís (MA), a presidente admitiu que o governo enfrenta um momento de dificuldade, mas garantiu que o período é passageiro e que os programas sociais não serão interrompidos.
“Períodos de dificuldade geralmente causam incerteza e apreensão nas pessoas. Não fiquem inseguros, nem apreensivos. Esta é uma situação temporária. Ela vai passar e vai passar rápido. Mesmo durante essa travessia, não abandonaremos os programas sociais”, destacou.
Em seu discurso, a presidente cobrou ainda que a população pense primeiramente na nação como um todo e só depois em seus partidos e projetos pessoais. “O Brasil precisa de estabilidade para fazer essa travessia”, disse. “Quando há uma dificuldade, não adianta um ficar brigando com o outro porque não resolve a situação”, completou.
Ao final da cerimônia, Dilma confirmou o lançamento da terceira etapa do Programa Minha Casa, Minha Vida, no dia 10 de setembro, quando deve ser anunciada a contratação de 3 milhões de novas moradias. Hoje, foram entregues as chaves de 4.467 casas em quatro cidades: São Luís (MA), Caxias (MA), Campo Grande (MS) e Anastácio (MS).
As unidades habitacionais destinadas a famílias com renda de até R$1,6 mil devem beneficiar mais de 17 mil pessoas. Divididas em dois quartos, sala, banheiro, cozinha e área de serviço, elas contam ainda com pavimentação, redes de água, esgotamento sanitário, drenagem, energia elétrica e acesso ao transporte público.
Voltei.
Sem querer ser grosseiro, a excelentíssima senhora presidenta parece ter se esquecido de que quem criou o modus-operandi do “quanto pior, melhor” foi o seu partido, o PT. Foram os petistas que transformaram essa coisa asquerosa de criticar até o que está certo em metodologia de trabalho para captar votos. Outra coisa: a presidente disse que a crise é passageira e que vai passar rápido. Sério? Como? Neste ano o Brasil não conseguirá sequer pagar os juros da dívida pública em sua totalidade. Ou seja: no ano que vem a dívida pública será ainda maior, pois estará acrescida de juros. Então, como é que se dará essa recuperação anunciada pela presidente? Será que ela está pensando em dar calote nos credores, como fazem seus amiguinhos bolivarianos da América do Sul?
E tem mais: a presidente disse que, “quando há uma dificuldade, não adianta um ficar brigando com o outro porque não resolve a situação”. Bem, ela precisa dizer isso aos petistas mineiros que, passados mais de sete meses da posse, ainda insistem no discurso da crítica ferrenha ao governo anterior, mesmo não tendo explicado até agora a que veio. E por não saber, mete o pau no governo anterior. E, detalhe: não estou aqui defendendo o governo anterior. Se fez coisa errada, tem que denunciar mesmo… e que se puna! O problema é que o discurso dos petistas em Minas é muito chato: só sabe falar mal do governo anterior, como se a população ligasse pra isso. Os mineiros, pelo menos em sua grande maioria, já avaliaram o governo anterior e o desaprovaram. Foi assim que o PT foi eleito. E, se não se cuidar, será ainda mais reprovado do que foi o governo do PSDB. Ah! E antes que eu me esqueça, seria prudente que a Dilma mandasse essa mesma orientação de não tentar encontrar culpados para o seu padrinho Lula. No programa partidário do PT na semana passada, o ex-presidente desceu o sarrafo nos governos anteriores ao PT para tentar disfarçar a responsabilidade petista na crise que aí está.
E voltando a Dilma, cabe perguntar: quando ela diz que vai repudiar sistematicamente o vale-tudo contra qualquer governo — federal, estadual e municipal —, refere-se também aos governos do PSDB e dos demais partidos de oposição? Vai passar a defender, por exemplo, o governo de Geraldo Alckmin em São Paulo? Ou ela só não aceita que se critique os governos da sua base de governo?
