Detentos de Valadares contribuem para a limpeza do município após enchente do Rio Doce

Detentos de Valadares contribuem para a limpeza do município após enchente do Rio Doce

Vinte e cinco detentos estão envolvidos na ação; trabalhos terão duração de 30 dias, contados a partir de 17/1

Foto: SEJUSP – Divulgação

Diariamente, antes das 6h, Nilson Alves Carneiro, 37 anos, se prepara para deixar a sua residência e ir para o trabalho. Ele e outros 24 detentos da Penitenciária de Governador Valadares I (Francisco Floriano de Paula), localizada na região do Rio Doce, estão contribuindo para a limpeza da cidade após a enchente do Rio Doce, ocasionada pelas fortes chuvas ocorridas nos últimos dias.

A ação é fruto de uma parceria entre o Sistema Autônomo de Água e Esgoto de Governador Valadares (Saae) e a unidade prisional, e conta com o apoio do juiz de Direito da Vara de Execução Criminal da cidade, Michel Cristian de Freitas, e demais órgãos de execução criminal.

Às 7h, os presos precisam estar no Saae e, de lá, seguem para os bairros para a realização dos trabalhos. As turmas são divididas e acompanhadas por funcionários da própria companhia. Todos os presos cumprem pena no regime semiaberto e receberam autorização judicial de saída da penitenciária para a realização da limpeza urbana. Durante este período específico, receberam  o benefício da prisão domiciliar.

“A situação aqui na cidade está crítica, muitos lugares atingidos. Mas, o trabalho está sendo gratificante. Só de sair da unidade é uma grande oportunidade, sem contar que estamos voltando a socializar e conviver com a nossa família. Isso não tem preço”, explica Nilson.

Mais de 20 bairros do município foram atingidos. As tarefas são feitas pelos presos, de segunda a sexta-feira, das 7h às 16h30 e, até as 15h, aos sábados. As atividades tiveram início em 17/1 e se estendem por 30 dias, podendo ser prorrogadas.

Limpeza da água das chuvas, limpeza das bases de tratamento de água e esgoto e retirada de entulhos são alguns dos trabalhos desenvolvidos pelos detentos. Pelos trabalhos eles recebem remuneração, além da possibilidade de alvará de soltura, concedido pelo juiz, para aqueles que tiverem menos de seis meses para o fim do cumprimento da pena.

De acordo com o diretor regional da 8ª Risp, Danilo Marcos Almeida, a parceria com a companhia de água e esgoto, que já existe com sucesso há alguns anos, agora se fortaleceu ainda mais.  “Nesse momento de decretação de calamidade pública, a disponibilização de mais presos é uma possibilidade que o sistema prisional tem para poder auxiliar nesse período crítico, ajudando na execução desses serviços”, conta.



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