
Um acordo firmado instantes antes da votação no plenário da Câmara dos Deputados resultou na suspensão, por seis meses, do mandato do deputado federal Glauber Braga (PSOL‑RJ), evitando a cassação inicialmente prevista no parecer do Conselho de Ética. A decisão foi tomada na noite desta quarta-feira (10), após mudança no texto da punição que recebeu apoio suficiente para ser aprovada.
A alteração da penalidade — de cassação para suspensão — foi aprovada por 226 votos a favor e 220 contrários. Com a mudança, o plenário analisou a nova proposta, que obteve 318 votos favoráveis e 141 contrários, além de três abstenções. Para que a cassação fosse confirmada, seriam necessários ao menos 257 votos, número que não foi alcançado na votação preliminar que tratou da mudança da pena.
Segundo o acordo que viabilizou a suspensão, o PSOL, partido de Braga, também votou a favor da nova penalidade. A articulação contrariou expectativas iniciais, já que o deputado não costumava reunir apoio expressivo entre colegas da Casa, conforme relataram parlamentares durante as discussões em plenário.
O processo contra Glauber Braga teve origem em episódio envolvendo o integrante do Movimento Brasil Livre (MBL), Gabriel Costenaro, durante manifestação no Congresso. O caso avançou no Conselho de Ética e chegou ao plenário após decisão da Mesa Diretora de acelerar a tramitação2.
A votação ocorreu um dia depois de um episódio de tensão na Câmara, quando o deputado ocupou a Mesa Diretora em protesto contra o andamento do processo e foi retirado pela Polícia Legislativa, o que levou à interrupção da transmissão da TV Câmara durante a ação.
Com a decisão desta quarta-feira, o parlamentar mantém o mandato, mas ficará afastado de suas atividades legislativas pelo período de seis meses.
(Com informações de Felipe Pereira, do UOL)





