‘Meu partido é o Brasil’, diz Aécio durante protesto em BH

‘Meu partido é o Brasil’, diz Aécio durante protesto em BH

Em Belo horizonte, Aécio Neves participa do ato que levou milhares de pessoas à Praça da Liberdade

Antigo centro do poder de Minas Gerais e cenário histórico de lutas políticas, a Praça da Liberdade, no coração de Belo Horizonte, foi palco nesse domingo (16) de mais um grande protesto. Manifestantes contrários ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT) lotaram a praça com as cores da bandeira do Brasil para pedir o fim da corrupção e o afastamento da petista do Palácio do Planalto. De acordo com a Polícia Militar (PM), o ato reuniu 6 mil pessoas, mas organizadores calculam público de 30 mil, com destaque para uma presença de peso. O presidente do PSDB e senador Aécio Neves (PSDB), um dos principais nomes da oposição, escolheu a capital mineira para participar pela primeira vez dos protestos contra o governo.

Estrela da manifestação, Aécio reforçou que não estava presente ali como líder partidário. “Meu partido é o Brasil”, disse, ao subir em dois trios elétricos a convite dos manifestantes. Acompanhado de políticos tucanos e de outros partidos de oposição, ele compareceu ao ato de camisa amarela e, nos 30 minutos que permaneceu na praça, houve tumulto e empurra-empurra entre os participantes, que queriam tirar fotos com o senador.

Apesar de se apresentar como cidadão comum, Aécio foi aclamado como “futuro presidente” e não poupou críticas ao governo. “Venho aqui como cidadão, indignado com a corrupção, com a mentira e a incompetência desse governo que vem fazendo tão mal aos brasileiros, com inflação saindo do controle e juros na estratosfera. Essa é a obra de um governo que não priorizou interesses do país, priorizou seus próprios interesses e sua manutenção no poder”, afirmou.

Ovacionado como "futuro presidente", o senador Aécio Neves afirmou estar ali como cidadão "indignado com a corrupção, com a mentira e a com a incompetência desse governo que vem fazendo tão mal aos brasileiros"
Ovacionado como “futuro presidente”, o senador Aécio Neves afirmou estar ali como cidadão “indignado com a corrupção, com a mentira e a com a incompetência desse governo que vem fazendo tão mal aos brasileiros”

Aécio reforçou que são os brasileiros que vão tirar o país da crise. “O Brasil vai encontrar seu caminho pela força de sua gente e pelas manifestações. Não sei se esse governo consegue superá-la (a crise)”, disse o tucano, que se colocou como opção caso Dilma deixe o cargo. “Candidatura não é um projeto pessoal. Eu tenho muita disposição de impedir que esse governo continue fazendo mal aos brasileiros”, ressaltou. Ele cobrou que os tribunais do país não sejam “constrangidos”. Além de o PT estar no alvo da Operação Lava-Jato — que investiga propina na Petrobras —, Dilma responde a processos por causa das contas de governo e de campanha no Tribunal de Contas da União (TCU) e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Desde às 9h, grupos contrários à presidente chegavam à Praça da Liberdade com camisetas e cartazes de “Fora, Dilma” e “Fora, PT”, num protesto em que o pedido de impeachment da presidente ganhou força. Os movimentos organizadores, entre eles “Patriotas”, “Movimento Brasil Livre (MBL)”, “Vem pra Rua”, “Brava Gente” e “Mulheres da Inconfidência”, levaram cinco trios elétricos para o entorno da Praça. Por volta das 12h, eles se deslocaram para a Praça Diogo de Vasconcelos, a Praça da Savassi.

O Bloco da Papuda promoveu quase um baile de carnaval dos indignados, com marchinhas politizadas e alas em homenagem à Polícia Federal (PF) e ao juiz federal Sérgio Moro, coordenador das ações penais da Lava-Jato. Cartazes podiam ser confeccionados na Praça, em uma banca com cartolinas e canetas à disposição dos manifestantes.

“Agora é tudo ou nada. Estamos mostrando nossa indignação. Não reconhecemos esse governo corrupto”, disse Carla Girodo, uma das coordenadoras do “Vem pra Rua” em Minas, que comemora maior participação dos jovens. Representante do MBL, Ivan Gunther disse que esse é o momento de “mostrar a pressão da rua”. “Não queremos o petismo”, reforçou. Integrante do Patriotas, Geraldo Romano disse que a presença de Aécio deu peso à manifestação. “Somos apartidários, mas é Aécio quem está fazendo críticas de alto nível ao governo”, afirmou.

TUMULTO — O desentendimento entre fiscais da Prefeitura, ambulantes, organizadores da manifestação e a PM provocou um início de tumulto na Praça da Liberdade, que terminou com uma pessoa presa e cinco feridos. Com a justificativa de que a lei proíbe a venda de produtos em locais públicos sem a autorização da PBH, os fiscais tentaram recolher bandeiras do Brasil (negociadas com valores entre R$ 2 e R$ 30, e camisetas com os dizeres “A culpa não é minha, eu votei no Aécio”, a R$ 25). Manifestantes que organizavam a venda justificaram que o material era dado mediante  uma “colaboração espontânea”. Sem contribuição, os produtos não eram entregues.

Resolvido esse problema, a polêmica se voltou para alguns ambulantes que vendiam bebidas na lateral da Praça. Abordados pelos fiscais, eles reagiram e começou a pancadaria. Três fiscais e dois ambulantes ficaram feridos. Fábio Henrique Lima foi preso sob a acusação de agressão aos fiscais. Ambulantes foram autorizados a vender apenas água no entorno. Mas dentro da praça havia de tudo: bebidas, churros, pastéis, pipoca e algodão-doce.

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