Em Ipatinga, votos brancos, nulos e abstenções somam 47% do eleitorado em eleição extemporânea

Em Ipatinga, votos brancos, nulos e abstenções somam 47% do eleitorado em eleição extemporânea

Eleição suplementar foi realizada nesse domingo (3); segundo o Tribunal Regional Eleitoral, 5,06% dos eleitores votaram branco, 17,33% nulo.

Os votos brancos, nulos e as abstenções somaram 47% na eleição suplementar realizada nesse domingo (3) para escolha de novo prefeito e vice em Ipatinga, maior cidade do Vale do Aço. Cinco candidatos disputaram o pleito e Nardyello Rocha (MDB) foi eleito com 34.697 votos (36,33%).

De acordo com Tribunal Regional Eleitoral, 180.222 eleitores estavam aptos para votar, porém, somente 123.070 eleitores, 68,29% do total, compareceram às urnas. Deste total foram 21.328 (17,13%) votos nulos, 6.232 em branco (5,06%) e abstenção à eleição foi de 57.152 eleitores (31,71%). Em 2016, os números de abstenções, votos nulos e brancos chegaram a 30,46%.

O especialista em direito eleitoral Geraldo Sena atribuiu o alto número ao momento político vivido no país e também as diversas notícias falsas em relação ao pleito.

“É provável que o descontentamento da população em relação aos políticos e ao cenário nacional de uma forma geral influência no grande número de eleitores, que não compareceram as urnas ou optaram por votar branco ou nulo. Mas atribuo esse índice alto também as notícias falsas em relação as eleições. Muitas pessoas acreditam que se deixar de votar ou votar nulo, a eleição será cancelada. E isso não é verdade. Sabemos que se somente um eleitor comparecer a urna e votar, no fim do dia teremos um prefeito eleito na cidade”, explicou.

Ele ressalta a importância do cidadão votar para ter representatividade nas eleições.

“Muitos eleitores usam os votos nulos, brancos e as abstenções como protesto, e eles tem direito. Mas deve ser feito uma reflexão da seguinte maneira: No caso de Ipatinga o candidato eleito com 36,33% dos votos representa aqueles que deixaram de votar? Quando o eleitor opta por não votar ele acaba colocando nas mãos de outras pessoas o poder de decidir quem vai governar a cidade”, esclarece.

Eleições suplementares

A data para as eleições suplementares em Ipatinga foi marcada pelo Tribunal Regional Eleitoral em abril deste ano, depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu manter a aplicação da Lei da Ficha Limpa a políticos condenados por abuso de poder em campanha antes de 2010, quando a Lei entrou em vigor.

O então prefeito de Ipatinga Sebastião Quintão (MDB), que foi empossado por meio de liminar, teve o recurso cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no dia 26 de abril deste ano.

Como Sebastião Quintão renunciou para concorrer às eleições deste ano, o vice Jésus Nascimento (PSDB), que estava ocupando o cargo do executivo, também foi afastado. Com a decisão, o presidente da Câmara Municipal, Nardyello Rocha (MDB), assumiu o executivo interinamente.

(Fonte: Patrícia Belo – G1 Vales de Minas)



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